8.2.14

Os olhos com que se vê


Já não sinto o filtro, aquele que me diz o que é meu, e o que é teu. Já não conheço limites, porque eu vejo amor em cada esquina, até numa casca de noz. E também para eles nós já somos os cinco. 

E é tão bom brincar com isso, e com lábios e bigodes e o jogo da mímica para nos imitarmos uns aos outros. As gargalhadas deles, e as nossas. Nada melhor. E apesar do Afonso ter tido uma recaída esta semana, e do cansaço das noites mal dormidas, os dias foram recheados de mimos e de brincadeiras. Os dinossauros invadiram a sala, os Narcisos invadiram o jardim. E eu e tu, só estamos bem assim. 

Quando as maiores duvidas me assaltam também eu penso «O que faria o Batman?».  E tenho a certeza que esta força (que as mães têm), e esta vontade de me superar e ser sempre o melhor de mim mesma (que eu ganhei), têm tudo a ver com aqueles poderes especiais que todos os heróis têm de ter - um coração puro, amor para dar e para vender e uma super-visão que nos permite ver sempre tudo com outros olhos. 

Obs: Ilustrações Catita com desconto de 30% quase a terminar.

28.1.14

A minha alma


Afonsinho, tu não és uma extensão de mim, não és da mamã, és do mundo. És um menino autêntico, com a sua personalidade e forma de pensar. Tens a tua vida, o teu caminho, para acertar e para errar. Tento proteger-te tanto e no entanto às vezes sinto-me impotente por ainda não conseguir que tudo corra melhor. Talvez um dia. Estás a crescer demasiado rápido, é difícil acompanhar a velocidade do teu crescimento e a aprendizagem, porque às vezes é difícil para uma mãe perceber que o seu filho já deixou de ser um bebé. Mas não tens a culpa. Estás a ganhar asas, as tuas. E eu, tenho o privilégio de te acompanhar e de te orientar. Não te vou tentar mudar, querer que penses como eu. Tu és tu. Orientar-te-ei na medida do possível, far-te-ei valer a minha experiência, mas a tua poderá certamente ser diferente. Oxalá. Quero que saibas que estarei sempre aqui, sempre ao teu lado e para ti, porque no dia em que fui mãe a minha alma ganhou asas, e levou metade do meu coração suspenso pelo ar a voar solto e livre para longe. Tu és do mundo. Que eu nunca me esqueça. Mas sabes, aos meus olhos ainda és também o meu bebé. E tu dizes «Está bem mamã, sou o teu bebé.». E eu sinto nisso a reciprocidade do nosso amor incondicional. Também eu serei sempre a tua mamã. O meu colo será sempre o teu colo. Os meus beijos serão sempre os teus beijos. Eu serei sempre tua, mas tu meu filho, tu és do Mundo.
 
Fotografia da mamã com a tua idade

26.1.14

Salmão


Numa semana com sabor a Natal, ocorreu-me que a amizade é o melhor presente. Isso e a benção de continuarem tão presentes na minha vida do dia-a-dia. A permanência, a segurança dos anos, as palavras a que nos habituámos, o abraço mais sentido e apertado, é tão bom ter-vos perto. 

Salmão foi a cor da minha semana, do Sushi do meu querido Paulo, dos ténis da minha querida Andreia. A cor dos Temakis do Sushi Way que provámos no Mercado do Mar em Cascais. É a minha cor depois de 40 minutos de exercício. A cor de um cartão de sócio do Benfica de 1994 devolvido esta semana ao dono e de um lenço com papagaios que me aconchegou nos dias mais frios. 

É importante relativizar. É importante dar valor. Dar. Ter o coração a bater do lado certo do peito, pelas razões certas. E nestes fins-de-semana, recarregar energias, descansar, ler, e valorizar, valorizar muito este momento.

23.1.14

Have Fun with Flupe

 

O Afonso entrou para o Inglês com dois anos, antes de entrar para a escola e antes mesmo de saber falar bem Português. A ideia era não apenas conviver com outras crianças mas sobretudo desenvolver apetências desde tenra idade. Expô-lo desde cedo a outra língua potenciou a sua compreensão oral, mas veio valorizar acima de tudo o seu vocabulário. Aos quatro anos o Afonso consegue construir algumas frases simples, dizer os números, os transportes, os animais, muitos alimentos, conhece as formas, algumas medidas e adjectivos, a família, as cores e canta cantigas.
 

O método de ensino é o da Helen Doron Early English, e tem como suporte de ensino uma mochila sempre cheia de material com o qual é divertido trabalhar - livros cheios de imagens e stickers, CDS para ir acompanhando os livros e um DVD com desenhos animados do Flupe. Temos também um cartão para aceder ao clube e fazer exercícios online. A Pimpa, responsável pelo centro de Cascais é uma professora amorosa, interessada, criativa e que puxa imenso por eles. Neste momento o Afonso já tem outra professora, os pais já não o acompanham dentro da aula, mas o sistema de aprendizagem mantém-se.

 
Foi com entusiasmo que esta semana recebemos esta novidade:
Fun with Flupe English Words by Helen Doron é uma aplicação educativa para crianças.
Esta aplicação inclui cartões animados que respondem ao toque. Cada cartão tem uma animação personalizada com som quando clicado.  É muito simples de usar e torna a aprendizagem divertida
J As Crianças podem
aprender novas palavras em Inglês tais como animais, frutas, veículos e muito mais.
O aplicativo é totalmente gratuito
J
Have Fun!!!
Aqui:

Nós já experimentámos e o Afonso já coleccionou todas as estrelas. Adorou e recomenda!
 

 
 

20.1.14

The Garfield Show

Imagem Garfield 

Somos fãs do Garfield e destes desenhos que dão no Cartoon Network. O Garfield é aficionado em pizza e lasanha, e esta semana vimos um episódio em que ele ajudou o Vito a manter aberta a sua pizzaria. Uma pizzaria concorrente estava a conquistar todos os clientes do Vito, não pela qualidade das suas pizzas, mas sim com talões, promoções e concursos. O Vito que ensina a fazer pizza neste episódio, acaba por manter a sua pizzaria e o Afonso que já tinha experimentado na Kidzannia quis fazer uma em casa com as meninas. 

Arranjámos os ingredientes que todos gostam, e cada um fez a sua metade de pizza. Estavam deliciosas. Tenho a certeza que o Garfield ia adorar!

19.1.14

Miminho


Na Sexta «quase» nevou aqui na Parede. Granizou. Fez um frio desmedido e nós aqui no quentinho, aconchegados por mantas, sopa e chazinho quentinho. O Afonso está doente, e se nada de bom vem daqui, ficam pelo menos as manhãs melosas de mimos excedidos. Acordar devagar, devagarinho, ver todos os desenhos a que temos direito abraçadinhos no sofá. Os Legos mostraram ser o melhor remédio para afastar ranhocas e tosse indesejada, isso a Dra. Zaida e os mimos da mamã. Com todo o tempo do mundo, construí uma prisão com beliche para dois ladrões, e uma mesa rotativa para a pizza, uma garagem oficina para arranjar os carros das autoridades e uma esquadra cheia de pinta. 

Gosto disto, de o encher de todo o mimo. Que não faz mal ao carácter só o fortalece. Dizer que o amo vezes sem conta, beijá-lo e abraçá-lo só porque sim. Porque o carinho nunca é demais. 

E adoro mimar as meninas. Um cachecol giro que fiz para a mais pequena e uma revista com uma entrevista da Sónia Tavares que deixei à mais crescida, ou o cappuccino que ela gosta. Gosto que se sintam bem connosco, que se sintam acarinhadas e felizes, para que as memórias que guardam desta idade sejam as melhores. Aquelas às quais às vezes voltamos, em crescidos, para ganhar coragem e inspiração naqueles dias de Inverno.

17.1.14

Candy Crush


Desde que a maçã entrou nesta casa que nada foi como antes. Tudo simplificado, viagens, contactos, fotografias, aplicações engraçadas e jogos viciantes, doces que não engordam. 

Este inicio de ano está a ser assim. Doce, e recheado de boas noticias. Figas. 

Esta semana recebi uma caixa surpresa no escritório, resultado de um passatempo que não me recordo de ter concorrido. Embrulhada no papel mais fofo, e nas embalagens mais giras, trufas, bombons, tabeletes, chupas, chocolates artesanais tão, mas tão saborosos. 

E foi assim que juntei uma coisa à outra esta semana, e que bem que soube, com chuva, vento e frio lá fora.

14.1.14

1 + 1 = 3

Imagens Oeiras Parque

Porto


Fui ao Porto há muitos anos atrás. Fiquei em casa de uma prima e diverti-me bastante apesar do momento que vivia. Era muito jovem e ainda não sabia o que hoje sei, senão teria provavelmente aproveitado mais. Sofria pelo final de um namoro mais longo que muitos casamentos. Apanhei o comboio Intercidades em primeira, tive direito a auscultadores e a uma viagem confortável num momento pouco confortável mas que guardo com carinho. A minha prima e o filhote trataram de me animar. Comi francesinhas, almocei na zona Ribeirinha, visitei as caves, o museu Serralves, muitas igrejas e monumentos e comigo trouxe o mais importante sintoma de uma viagem bem sucedida, o desejo de voltar um dia.

E esse dia chegou, uma viagem que foi uma mistura entre trabalho e lazer. Gostei do Sheraton, e de fazer uma hora de exercício num ginásio fantástico para descomprimir de três horas de viagem. Depois da reunião, jantámos na Alfândega. No dia seguinte almoçámos uma francesinha e visitámos Serralves. E é curioso como os momentos menos óbvios validam o que sentimos. Sinto-me sempre desconfortável em partilhar arte com alguém. Contigo comunguei.  

Depois do nevoeiro o regresso a casa, e de novo aquele sintoma persistente, o da certeza deste desejo de querer voltar um dia.

9.1.14

Um género de balanço


Nos balanços como na vida acabamos por valorizar as partes boas e apagar involuntariamente as menos boas. Este exercício comove-me sempre por resumir em poucas linhas o que vivi num ano inteiro.
Este ano foi um ano marcadamente difícil e verdadeiro, mas, e também por isso mesmo, um ano vivido intensamente. Tenho aprendido da forma mais complicada o quanto custa ser feliz. E embora consiga centrar as minhas emoções no essencial e fazer concessões, às vezes é-me extremamente difícil, sobretudo no que diz respeito ao Afonso. A guarda está longe de funcionar de forma perfeita não obstante os meus esforços. Os últimos dias do ano foram assim. Espero que o novo ano lhe traga a sabedoria de pensar no melhor para o Afonso e que nos traga a todos um ponto de equilíbrio que funcione.

Este foi sem dúvida um ano de batalhas difíceis, uma das quais ainda não sei se ganha. Expectante em relação à evolução. Gostava muitíssimo de concretizar este sonho.

Foi também o ano em que apanhei mais aviões e mais viajei cá dentro e lá fora. Foi o ano em que conheci o Peru e a Colômbia e me apaixonei por Corto Maltese num Expresso tipo «Oriente». Foi um dos anos em que li mais e em que descobri grandes autores. Guardo com carinho Carlos Ruiz Zafón. Renovei com alma esta paixão de ler. Foi o ano em que me convidaram para ir à SIC falar do meu livro. Foi também o ano em que descobri verdadeiramente Hitchcock (e ainda tanto por descobrir) os cameos, as musas, os filmes mais antigos e os mais recentes e o denominador comum - o génio. Descobri também que adoro coco e anchovas, e que o chá é a melhor bebida no Verão ou no Inverno, mas sem excessos.

Este foi também o ano em que a nossa família cimentou e cresceu. Em que este amor que encontrámos fez todo o sentido. Foi o ano em que reconstruímos algumas coisas, fizemos um ginásio e algum exercício (não tanto como gostaria) e participei em (apenas) uma corrida. Foi um ano em que os meus amigos foram a minha segunda família e em que por isso mesmo algumas mudanças me custaram como minhas. Em 2013 abracei a minha querida Juliana de novo e matei saudades. E terminei o ano ao pé de algumas das minhas pessoas mais importantes, e sempre perto do meu melhor amigo.

Neste ano vi o meu filho crescer tão depressa, sair da cama de grades e aprender a fazer tantas coisas sozinho. Já escreve o seu nome, já conhece as letras, já sabe contar. Já pinta dentro dos traços e usa todas as cores do arco-íris. Ri às gargalhadas todos os dias, mas também já faz muitas birras para levar a dele avante. É o menino mais meigo e doce e o maior beijoqueiro que conheço, mas os meus beijinhos só podem ser para ele. É muito ciumento da mãe e não me divide com ninguém. Adora a minha sopa e as minhas massagens, adora brincar aos Legos e no computador, e é o maior fã da sua idade de Star Wars desde que no Natal passado comprámos um boneco à outra «criança» lá de casa. Teve pela primeira vez uma festa de anos com os colegas da turma dele das Turtles. Adora que lhe leiam histórias e não vai para a cama sem uma. Por ele passava o dia aos saltos. Tem mau perder mas não se importa de dividir ou partilhar. Tem duas crianças que adora de paixão, o mano Manuel e a Mafaldinha. Este ano fomos a alguns museus, ao teatro, ao cinema, à praia, andar de patins na neve falsa, e de prancha de surf (pequenina) na piscina. Saltámos em insufláveis (eu também com ele), fizemos experiências, bolos, plasticinas e pinturas. Todos os dias o acordei com um bom dia alegria e o deitei com um beijo até à lua. E se de manhã tomámos o pequeno-almoço abraçados a ver desenhos animados, à noite só adormeceu de mão dada à minha. E se já vai aprendendo com os seus erros, o certo é que os beijos da mãe continuam a curar tudo.

Que em 2014 eu tenha a força e a coragem de ultrapassar com a mesma garra as adversidades, amar muito e ser feliz. Este ano que passou sei que fui a mulher que sempre desejei ser – super-mãe, mulher apaixonada, corajosa, forte, aventureira e destemida (q.b. que Matchu Pitchu é alto como tudo!!!).