Imagem Cultura no Muro
O meu primeiro limão é com orgulho o meu primeiro blogue, é um diário aberto sobre a minha experiência com a maternidade, entre outras paixões.
27.10.13
24.10.13
Workshop de sushi
No Domingo,
no regresso, fomos a um worshop de sushi do Orienta-te no Petis.co, bem perto de casa e com vista para o mar. O voucher deu-nos acesso a um final de tarde bem divertida e a um jantar preparado por
nós com a orientação do chef António Muniz, que, para além de ser um excelente profissional, é uma simpatia.
Confesso que fui para lá cheia de receio, mas o workshop superou as minhas
expectativas, e varreu os meus receios de me aventurar sozinha. Começámos por aprender
a seleccionar e cortar o salmão, e a fazer e temperar o arroz tipo japonês, enquanto apreciávamos um fantástico chá de gengibre. Depois aprendemos a
fazer Hosomaki fino enrolado que é aquela peça tradicional enrolada com a
alga por fora, Nigiri abraçar com a mão, peça que tem arroz em baixo
e uma fatia de peixe por cima, Temaki mão enrolado que é um cone de alga com
arroz e peixe no interior e Uramaki fora enrolado, para mim o mais difícil de fazer, e que consiste num enrolado com arroz no exterior. Durante a tarde pudemos ainda observar o processo de
lavar o arroz, fizemos um brinde típico servido pela esquerda, e terminámos com
a eleição do melhor prato.
No final de
uma semana com inúmeras refeições peixe e de sushi, e um fim-de-semana em
Sesimbra, já só sonhávamos com um belo bife.
A próxima refeição japonesa para os miúdos será provavelmente feita em casa, e mesmo não tendo um cunho profissional será certamente deliciosa.
A próxima refeição japonesa para os miúdos será provavelmente feita em casa, e mesmo não tendo um cunho profissional será certamente deliciosa.
23.10.13
Brinquedo eco friendly
Imagem daqui
Gosto desta
banca de mercado para crianças por diversas razões, sendo que a primeira é o brinquedo em si, que
permite recriar as "coisas dos crescidos" em jeito de brincadeira. O Afonso adora fazer compras com o carrinho dele, passar tudo na máquina registadora e pagar com as
suas notas e moedas a fingir. E estes teatros, que adoro fazer com ele, são óptimos
para o seu desenvolvimento. Afinal é imitando-nos que aprendem a fazer e crescem. Mas o que
me leva a gostar mesmo muito deste brinquedo é o material, o cartão. Não só porque
se torna um brinquedo muitíssimo económico como porque promove uma cultura de
reciclagem e de não desperdício que devia fazer cada vez mais parte da nossa mentalidade e do nosso vocabulário.
Quantas vezes compramos brinquedos de plástico, duráveis e monumentais mas que
ao fim de um ano ou dois se tornam obsoletos para as crianças? E o que fazemos com eles depois? Guardamos na garagem, tentamos vender, ou oferecemos a um amigo. Em último caso deitamos fora.
Não tem muito mais graça ao fim de um ano ou dois, recortar o cartão e fazer umas máscaras de carnaval, ou desmontar e colocar no ecoponto?
22.10.13
O mar, o vento
Se eu
pudesse trazia na bagagem a comida que mais gostei de todos os lugares que
conheci. Adoro ser turista no meu país. Quanto mais conheço Portugal mais me
apaixono por ele, pelas suas tradições, gastronomia, paisagem, hotelaria. De
Sesimbra trouxemos licor, mel, pólen, abóbora cor de mel, e o coração tão cheio
de coisas essenciais. Adormecer com o barulho das ondas, andar descalça na
areia e fechar os olhos para o sol em
Outubro. Ouvir as gaivotas a rasgar o céu
azul. Comer peixe tão fresco e sopas tão ricas. Ler Corto Maltese a sentir o
sol queimar as bochechas. Lutar contra o cansaço que teimosamente acumulei.
Anoitecer sobre a maré e o teu olhar atento. E ter a certeza que aquilo que somos, fomos apenas até aí.
É assim que sou agora e é assim, só assim que estou bem.
"[...]
Escuta,
Amor
Quando
damos as mãos, somos um barco feito de oceano, a agitar-se sobre as ondas, mas
ancorado ao oceano pelo próprio oceano. Pode estar toda a espécie de tempo, o
céu pode estar limpo, verão e vozes de crianças, o céu pode segurar nuvens e
chumbo, nevoeiro ou madrugada, pode ser de noite, mas, sempre que damos as mãos,
transformamo-nos na mesma matéria do mundo. Se preferires uma imagem da terra,
somos árvores velhas, os ramos a crescerem muito lentamente, a madeira viva, a
seiva. Para as árvores, a terra faz todo o sentido. De certeza que as árvores
acreditam que são feitas de terra.
Por
isto e por mais do que isto, tu estás aí e eu, aqui, também estou aí. Existimos
no mesmo sítio sem esforço. Aquilo que somos mistura-se. Os nossos corpos só
podem ser vistos pelos nossos olhos. Os outros olham para os nossos corpos com a
mesma falta de verdade com que os espelhos nos reflectem. Tu és aquilo que sei
sobre a ternura. Tu és tudo aquilo
que sei. Mesmo quando não estavas lá, mesmo quando eu não estava lá, aprendíamos
o suficiente para o instante em que nos encontrámos.
Aquilo
que existe dentro de mim e dentro de ti, existe também à nossa volta quando
estamos juntos. E agora estamos sempre juntos. O meu rosto e o teu rosto,
fotografados imperfeitamente, são moldados pelas noites metafóricas e pelas
manhãs metafóricas. Talvez outras pessoas chamem entendimento a essa certeza,
mas eu e tu não sabemos se existem outras pessoas no mundo. Eu e tu declarámos o
fim de todas as fronteiras e inseparámo-nos. Agora, somos uma única rocha, uma
única montanha, somos uma gota que cai eternamente do céu, somos um fruto, somos
uma casa, um mundo completo. Existem guerras dentro do nosso corpo, existem
séculos e dinastias, existe toda uma história que pode ser contada sob múltiplas
perspectivas, analisada e narrada em volumes de bibliotecas infinitas. Existem
expedições arqueológicas dentro do nosso corpo, procuram e encontram restos de
civilizações antigas, pirâmides de faraós, cidades inteiras cobertas pela lava
de vulcões extintos. Existem aviões que levantam voo e aterram nos aeroportos
interiores do nosso corpo, populações que emigram, êxodos de multidões famintas.
E existem momentos despercebidos, uma criança que nasce, um velho que morre.
Dentro de nós, existe tudo aquilo que existe em simultâneo em todas as
partes.
Questiono
os gestos mais simples, escrever este texto, tentar dizer aquilo que foge às
palavras e que, no entanto, precisa delas para existir com a forma de palavras.
Mas eu questiono, pergunto-me, será que são necessárias as palavras? Eu sei que
entendes o que não sei dizer. Repito: eu sei que entendes o que não sei dizer.
Essa certeza é feita de vento. Eu e tu somos esse vento. Não apenas um pedaço do
vento dentro do vento, somos o vento todo.
Escuta,
ouve.
Amor.
[...]"
José
Luís Peixoto in "Abraço"
21.10.13
Super
Os restantes autocolantes, balões e interjeições têm tudo a ver com BD, livros, desenhos animados, vilões e finais felizes. Para fazer o título procurei uma fonte do Super Homem para Word, não tendo encontrado exatamente o que queria acabei por encontrar muitas outras bem giras neste site, onde têm inclusivamente o tipo de letra dos vários desenhos animados, do Mickey às Turtles, o download é gratuito e vale a pena uma visita.
18.10.13
Cerâmicas da Linha
Adoro a nossa cerâmica, é bonita, é durável e tem qualidade.
Gosto dos produtos que por tradição fazemos bem, que resultam lá fora, e que dá
gosto privilegiar cá dentro.
Adorei por isso conhecer a Cerâmicas na Linha em Oeiras, onde a loiça
é vendida a peso. Levei lá a Juliana no outro dia (mais como pretexto) e um
Afonso em modo stress-de-final-de-semana-depois-das-aulas a correr pelos
corredores como se não houvesse amanhã. Fiquei apaixonada pelo espaço e pelo
conceito. As peças giras e modernas: das chávenas de chá com um passarinho; às
terrinas em forma de coração; travessas de servir de todos os formatos e cores;
pratos de bolo e mesmo a loiça corrente. Os preços convidativos e a simpatia do
atendimento própria de quem gosta do que faz, deixam vontade de voltar. Neste
Natal vou optar por este tipo de comércio, justo, de qualidade mas acima de tudo
Nacional.
17.10.13
Beleza
Descobrimos um café expresso fantástico com travo
a caramelo,
nuns kits de degustação da Dolce Gusto. As minhas manhãs já não são iguais. A
cozinha fica perfumada e tudo parece melhor, mesmo aqueles dias que começam
cinzentos. Os novos registos têm 30%
desconto nas encomendas online até ao final do mês, é de aproveitar.
Agora às Terças somos cinco, e a alegria
(confusão) é redobrada durante a semana. São os horários diferenciados para
acordar e tomar banho, a confusão das mochilas e dos lanches, os
pequenos-almoços todos diferentes, o stress matinal para chegar a horas com
Chocapic entornado na farda ou alguém que se deixou dormir mais uns minutos.
Nestes dias em que saímos com tudo virado do avesso sabe bem chegar a casa e
ter tudo no sítio outra vez. Abençoada Rosa.
Ontem foi assim. E depois do jantar da véspera, e
do almoço
de trabalho entre amigos, a refeição queria-se leve. É dia em que o Afonso vem
depois de jantar e em que há tempo para tudo, até para cozinhar calmamente.
Grelhei legumes, pimentos italianos e tomate, e ainda a carne, barrei o pão do
momento com Dijon e juntei folhas de aipo e cebola em tiras. Uma sopa de
abóbora cremosa e estava feito o jantar.
Brincar aos polícias e ladrões, escovar os dentes
e ler a história abraçadinhos e com muito, muito namoro antes de dormir. O mimo nas doses certas é terapêutico. Estes dias
custam tanto «Mãe és o meu amor, é o nosso segredo». Afonso o amor não precisa
ser segredo. E nisto começamos a ouvir uma voz num megafone na rua e não o
consigo adormecer com tanto barulho. Vestimos os robes, abrimos o portão. Na
rua dezenas de devotos rezam alto com velas na mão, é uma procissão. No final o
altar, e a Imagem
Peregrina, feita segundo indicações da irmã Lúcia. Parecem outros tempos,
parece uma aldeia. E o Afonso a achar um piadão.
No final fomos dormir com um sorriso rasgado e o
coração cheio de coisas boas. Para onde quer que eu olhe, vejo beleza.
16.10.13
Sushi
Temos tendência a fazer programas a alinhar pelos mais novos. Afinal as limitações com a idade de entrada são deles e são eles os menos pacientes. A mais velha ressente-se. Os filmes da Disney têm graça, mas, de vez em quando, era giro mudar. Depois há questão das preferências e aí a coisa complica-se mais ainda. A Mafalda tem uma alimentação específica e é mais maria-rapaz nas brincadeiras. O Afonso é rapaz e pequeno e as birras ainda são controladas, pelo que é mais fácil de levar. Como agradar a todos?
Ontem fomos ao Sushi em família. Estava prometido à Marta. Já sabíamos que com a Mafaldita e com o Afonso seria um desafio. Fomos a um sítio onde há comida para todos os gostos, até batata frita, e fizemos de tudo uma festa. Todos tentaram comer com pauzinhos e no final ganharam um diploma. O próximo sushi seremos nós a fazer para eles, que no próximo fim-de-semana há workshop.
Entretanto ficou combinado, vamos tentar ir a um restaurante de um país diferente uma vez por mês e aproveitar para falar com eles da cultura desse país. Para a próxima vamos experimentar um restaurante mexicano!
15.10.13
Cenas ao Domingo
Imagem Freeport
Aos Domingos o Freeport propõe agora sessões de teatro gratuitas, limitadas a um adulto por criança, e com inicio às 12h. Se já há calças curtas lá em casa, camisolas a precisar de substituição, ténis com solas vergonhosas, junte o útil ao agradável e transforme as compras num passeio.
13.10.13
Coisas boas
A Juliana já regressou ao Brasil e eu já estou com saudades. O tempo é sempre ingrato para quem se quer tanto. O regresso fico previsto para breve e a sensação foi, apesar de tudo, nova - eu estou feliz. A família adorou-a, sobretudo o Afonso que se derreteu em beijos e sorrisos para ela, os outros amigos reviram-na num magusto antes da época improvisado e a Ju já vai estando em casa, porque já conhece estas caras.
Pela primeira vez não corri com ela trinta e tal museus em poucos dias. Pela primeira vez deixei a Juliana dormir uma manhã inteira. Pela primeira vez aproveitei para estar mais com ela do que em mil visitas contra-relógio.
Na Sexta fizemos uma noite portuguesa, com pastéis de bacalhau, nosso, música portuguesa e sessão de cinema nacional em casa. Foi muito bom. O excesso de calorias dos últimos dias foi directamente proporcional ao paladar. A Ju ficou fã das nossas sopas, entradas, e pratos, mas também do nosso Santini.
E agora é esperar que a vida lhe sorria muito e que o tempo não demore tanto a passar.
12.10.13
Greenfest 2013
Foi a primeira vez que fui ao Greenfest sem o Afonso, e embora tenha sido mais descontraído sem miúdos, e tenha dado para espreitar calmamente os workshops a decorrer, senti a falta deles. Este continua a ser um evento muito giro para famílias. É um evento verde, perto de casa e totalmente gratuito. Tem sempre actividades para os mais pequenos, com personagens a animar. E se o ano passado eles jogaram mini-golfe, desta vez havia uma montanha para escalar, bicicletas para andar e um carro para pintar, entre muitas outras actividades. A oferta para os crescidos é ainda mais variada, com ateliers e worshops, da culinária, à gestão do stress. A FIARTIL junta-se ao evento e abre portas com negócios ecológicos. Com o tempo bom a convidar a pausa foi no Santini. Depois de encontrarmos caras conhecidas, voltámos para casa com um saco cheio de brindes: T-shirts; lápis de cor; blocos de notas; cantis e um CD’s da Leopoldina; a Magazine do Continente, e claro com vontade de voltar para o ano.
10.10.13
Hoje é o dia
A Juliana foi a minha melhor amiga
na pré-adolescência. Minha confidente das primeiras paixões, a minha irmã
emprestada, a parceira das idas ao cinema ao Sábado à tarde ao
Carcavelinhos e às Palmeiras. Era ela a minha companheira dos trabalhos de
grupo, e minha aliada na falta de jeito em Educação Física (e se tinha
muito mais do que eu). Sempre foi um modelo para mim, excelente aluna, cadernos
e apontamentos sempre impecáveis. Falava várias línguas, tinha inclusivamente
aulas de alemão em casa com os irmãos, até me ensinou as poucas palavras que
ainda hoje sei. Nunca duvidei que seria uma mulher de sucesso. Partilhámos as nossas angústias de puberdade, as primeiras
borbulhas mas também as mudanças físicas mais estranhas, o desconforto de nos
adaptarmos à mudança de idade num colégio mais rígido do que seria desejável.
Éramos ambas demasiadamente magras e inseguras. Pouco antes de eu fazer 13 anos,
o pai da Juliana decidiu regressar ao Brasil, foi um enorme choque. Lembro-me de
chorar abraçada a ela no último dia num Hotel no Estoril e de prometermos à
porta do elevador que iríamos escrever uma à outra todos os dias. Fiquei doente
e perdi o apetite durante imensos dias depois dela partir. A adolescência e a
amizade têm destas coisas.
Os anos passaram e mais amigos
partiram para longe, uns cá dentro outros lá fora. Não mantenho contacto com
todos, mas é curioso que os mais importantes acabam por ficar presentes, de uma
forma ou de outra. O Afonso era ainda pequenino quando a conheceu e não se
recorda mas acha imensa graça ser uma amiga da mãe da altura da escola.
Durante os primeiros anos eu e a Ju
trocámos postais e cartas com uma frequência que embora tenha diminuído nos anos
seguintes se manteve depois disso inalterada. Nos anos e no Natal eu tinha
sempre um postal dela para ler. Contámos uma à outra as coisas mais importantes
da nossa vida por carta e em todas as que abri chorei de saudades. O
aparecimento da Internet revolucionou a minha noção de proximidade, e pensando
bem acabei por manter a minha promessa porque todos os dias lhe escrevo. Foi
assim que ao fim de 15 anos fui buscar a Juliana ao aeroporto de Lisboa e ao
final de 5 minutos parecia que nunca tinha estado longe dela. Depois disso já
nos revimos outras vezes. Casei, fui mãe, mudei de casa, descasei e ela quase
casou, mudou de emprego e deu a volta ao mundo. E hoje depois de mais um período
de ausência a Ju chega ao pé de mim outra vez e eu sinto-me de novo adolescente,
ansiosa e feliz com a expectativa da sua chegada.
9.10.13
Play - Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa
Imagem Play
Aqui fica mais uma ideia gira, daquelas que eu gosto muito. Cinema infantil e juvenil nos dias 12 e 13 no Jardim da Estrela, para aproveitar os últimos dias de sol lá fora e em família. São várias curtas metragens com a duração aproximada de 15 minutos, a escolher entre as: 10h30 • 11h30 • 12h30 • 14h30 • 15h30 • 16h30 • 17h30.
8.10.13
Era uma vez
Ontem foi a
reunião de pais e foi bom estarmos juntos neste início de ano para sabermos
deles. Cresceram tanto, todos. É giro rever a cara dos pais, já nos vamos
conhecendo de outras reuniões, encontros e festas de anos. A Dina faz sempre
umas actividades para nos «deixar» (ou não) à vontade, e lá vamos criando
aquela cumplicidade típica de pais aflitos. Ontem foi contar uma história com
um fósforo a arder na mão, a ideia era sermos rápidos, porque os miúdos perdem a
concentração facilmente. Este jogo insere-se no tema da turma deste ano, que é
o «Era uma Vez». Aos pais vai ser pedido que representem na turma um dia, e que
venham noutro falar da sua profissão. O projecto, diz a Dina, é fazê-los
sonhar, ouvir histórias, representar teatros, valorizar os livros. Vamos fazer
uma biblioteca, e vamos levá-los à biblioteca.
Lá em casa
já fazemos isso, já lemos muitas histórias, sobretudo antes de dormir. Ultimamente
andamos a ler histórias dos grandes compositores, uma colecção de livros que a avó
Cila em tempos fez do Expresso. Do compositor que descobrimos à noite ouvimos o
CD no carro na manhã seguinte a caminho da escola. O que o Afonso mais gostou
até agora foi Verdi. No dia da música a Dina levou estes mesmos livros para a aula,
e pintou claves de sol e pautas na cara deles.
Como é que acaba esta história? Acaba assim: Era uma vez
uma escola gira, cheia de miúdos engraçados, com uma professora criativa e uns pais
cheios de boa vontade, e juntos viveram um ano lectivo cheio de magia. Vitória, vitória...
5.10.13
Sábado
Acordámos cedo e com vontade de andar por Lisboa. (Re)visitámos Saramago numa casa que é sua. Da Conserveira trouxemos o que imaginámos e o que entretanto descobrimos. Do Martim Moniz à Baixa, daí ao Campo das Cebolas, Rua da Madalena e Martim Moniz outra vez. Por aqui assentámos arraiais com apetite e genuína vontade de descansar. Comidas do mundo, uma esplanada num dia sol, e música boa. Por ali ficámos até nos apetecer. Em seguida Graça e depois Chiado. Vintage Bazar. Café na Brasileira. Música nas Praças, S. Carlos com miúdos cheios de talento, Ruínas do Carmo cheio e com vozes feitas de estrelas de céu. Uma feira do livro usado entre a Bertrand e A Vida Portuguesa, e duas BD's a regressarem connosco para casa.
Foi bom ver Lisboa assim, cheia de movimento, iniciativas, pessoas, cultura e vida.
4.10.13
Fim-de-semana
Objectivo – encher o coração de coisas boas. Sentir o prazer
de não me deixar corromper por pressões que não sejam as determinantes à nossa
felicidade. Deixar-me levar por abraços intermináveis e ter fé em tudo o que
sejam palavras bonitas e a terminar em «inho», porque este dia é um arco-íris e
o sol decidiu brilhar. Aproveitar estes nossos dias para namorar e fazer
projectos. Correr. Tomar pelo menos um banho de espuma a ouvir música. Cantar
no carro alto e mal porque ninguém me está a ouvir. Fazer pratos novos, com poucas calorias
mas ricos em sabor. Sopas. Cozinhar
aqueles pimentos italianos deliciosos e enormes, que descobri no Lidl. O nosso
novo chá de baunilha. Dormir muito, ler mais ainda. Corto, álbuns novos. Passear
por aqui e por aqui.
E no final do dia enroscar-me na manta mais macia do mundo, a ver episódios gravados
de séries que gostamos.
Leite Aptamil
É de aproveitar
o desconto em leite
Aptamil 4 e 5 até Domingo em talão Continente. As
caixas trazem de oferta uma embalagem de cereais de trigo integral, com opção
entre mel e chocolate.
3.10.13
Eu e os super-heróis
Travo
uma luta titânica com os super-heróis. É uma luta antiga e um bocado inglória. Afinal
de contas eu sou apenas uma mãe e eles são SUPER-HERÓIS. A questão é que eu
gostava que eles usassem menos armas, lutassem menos e fossem menos violentos,
mesmo que em causa esteja o planeta Terra e a população mundial. Mas isto sou
eu e os super heróis podem mais do que eu. Desde miúdo que o tento proteger o
Afonso destas coisas, ao ponto dele quando está a brincar com outros rapazes
usar uma asa de frango de plástico para fazer de pistola. Eu sei que não o
posso proteger para sempre, que ele é rapaz e que estas coisas fazem parte, mas
no meu entendimento ele tem tempo e há tantas alternativas menos violentas.
Quando me divorciei a psicóloga da escola que avaliou o Afonso falou-me nisto,
de como podemos oferecer-lhes alternativas para não promover a violência numa
altura mais conturbada. Hoje é o Afonso que diz, mãe estes desenhos são para
crescidos. Sei que no pai os hábitos não são iguais aos da casa da mãe. Sei que
na escola brincam aos Gormitis e mesmo com o «mano do coração» a brincadeira
preferida é ao Star Wars, mas também sei que os sabres de luz não existem, e
que nele, Afonso, vence sempre o lado bom da força. O Afonso é um menino meigo
e amoroso, e enche-me de orgulho que seja beijoqueiro e meloso, e que diga à
boca cheia «Eu amo-te mamã.» sem reversas nem complexos. Tenho consciência porém, que em
certas ocasiões me vai surpreender com o que já sabe, e vai sempre arranjar
formas mais elaboradas e criativas de contornar as minhas regras. Ontem de
manhã imitava um zombie com os braços levantados, e quando lhe perguntei como é
que ele sabia que os zombies andavam e faziam assim, falou-me nuns bonecos que
a avó deu. Até eu já cedi num ou noutro brinquedo, que não vendem as tartarugas
Ninja sem os seus acessórios, mas, se eu puder, vou prorrogar esta fase de
inocência mais um bocadinho (até aos 18 era o idealJ). É que as guerras, as armas químicas, o buling,
não são infelizmente ficção científica e é tão bom ser criança e não conhecer
ainda esta realidade.
Sei
no entanto que cada vez será mais difícil a minha luta. Afinal de contas como é que eu
explico ao Afonso que brincar com espadas é feio se o Zorro usava uma? E que
não devemos lutar como o Super-homem, quando ele até salva as pessoas?
1.10.13
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