2.1.14

Pausa



Mesmo antes de acabar o ano, naqueles dias que custam mais a passar, uma pausa planeada. Gosto disto, gosto tanto. De como precisava desta fuga e de como uma noite de neblina e frio não fazia antever um fim-de-semana quente e de sol. Dormir num museu cheio de histórias. Um convento que vai ficar para sempre e onde espero voltar. Pessoas que adorei conhecer. O Engaço com os seus «pastéis de massa tenra e esparregado». A comida alentejana e as migas, e um quilo teimoso a instalar-se. Um presépio e as duas figuras que trouxemos para o nosso, os chás 100% nacionais e biológicos, o mel. Os azulejos mais bonitos, as histórias, os quadros da fundação, os museus, a leitura em dia.

E sobretudo a tua mão fechada que sempre me segura quando é preciso. 

27.12.13

O essencial


Há um tempo para parar e dedicarmo-nos de corpo e alma a uma causa. São momentos duríssimos revestidos de sentimentos fortes, pungentes. Ficam apurados os sentidos, reservam-se as forças para o essencial. E o essencial oferece-se vestido de uma simplicidade que tantas vezes, noutros momentos da nossa vida, nos escapa. Amar e ser feliz. Perdemos demasiado tempo com o acessório nesta vida, distraímo-nos, descentramo-nos, adensamos novelos de más escolhas e vamos dando nós para disfarçar. Voltar atrás é demasiadas vezes complicado demais. Não deveria ser.

O Natal passado foi o primeiro nesta nova condição, para mim e para o Afonso. Não foi um Natal fácil por tantas coisas, mas nem por isso foi menos bonito. Como explicar o que sente? Fizemos a árvore ao som de um disco fabuloso, encontrámos prendas lindas, perfeitas e muito sentidas, fizemos pela primeira vez o peru, fomos pela primeira vez à missa do galo. E apesar de estar quase tudo de pernas para o ar na minha vida, estava tudo, pela primeira vez, no sítio certo. E por isto tudo o Natal passado foi estranha e curiosamente o Natal mais feliz da minha vida. Este ano foi o primeiro Natal a cinco. Foi um Natal mais calmo apesar da casa cheia. Por tantas razões um natal mais simples e de paz. 

Este ano a nossa tradição repetiu-se (basta um ano para nascer uma tradição), peru na consoada e missa do galo a seguir. O tempo chuvoso do dia deu lugar a uma noite serena, e lá ouvimos juntos uma estóica meia hora de missa, que aos miúdos já não se pôde pedir mais. Neste natal por tantas razões agradeci, e neste momento, ao contrário de tantos outros na nossa vida, valorizei o essencial, o mesmo que tantas vezes nos escapa. Amar e ser feliz.

23.12.13

Coisas de Natal


Depois de um Sábado cansativo, um Domingo caseiro para recuperar energias e descansar. Os miúdos fizeram desenhos de Natal para decorar a cozinha e ajudaram-me a fazer o centro de mesa e a coroa de Natal para a porta. 

É bom manter as minhas tradições, as que fazem sentido e adaptá-las a nós os cinco. O Afonso adora ajudar-me e a Mafalda vibra imenso com tudo o que sejam trabalhos manuais. É bom recriar as tradições que iniciámos há um ano, o peru, a missa do galo. É giro ver como todos estão à sua maneira ansiosos pelo dia e falam nestas coisas. Mas é bom sobretudo estarmos juntos, sentir a casa vestida para a quadra, com cheiro a biscoitos, com músicas de natal no gira discos e este amor que só cresce entre nós. 

Vila Natal


Ganhámos quatro bilhetes para a Vila Natal com aquele pai-natal que os miúdos pintaram do Rik e Rok, e no Sábado lá fomos rumo a Óbidos logo depois do Inglês do Afonso. Na cesta levámos um piquenique para não gastarmos tempo com o almoço e assim comemos durante a viagem. Também levámos lanche e ainda bem, porque não nos lembrámos de levantar dinheiro fora da muralha e no evento não havia multibanco. O dinheiro que tínhamos ainda deu para algumas diversões e os miúdos lá fizeram a festa, sobretudo na parte do gelo. Viram póneis, ovelhas, falcões e águias. Viram o Pai-Natal, duendes, biscoitos de gengibre gigantes, visitaram quase tudo o que havia por visitar e no final do dia chegaram felizes e cansados a casa. 

Festa de Natal

Adoro as Festas de Natal do externato do Afonso, muitos pais, muitas crianças, um palco digno de gente grande e um auditório a condizer. Gostava no entanto que tivessem mais diálogos que são sempre tão engraçados. Faz-me lembrar os meus tempos de escola. Tínhamos fatos feitos pelas professoras também e uma série de acessórios comprados em listas pelas mães. Tínhamos sempre um presépio vivo, cantigas, danças e poemas recitados. Recordo-me que uma vez um menino levou uma ovelha de verdade para o teatro. Foi o cabo dos trabalhos fazerem-na subir ao palco e depois ela assustou-se e foi uma rambóia a peça toda. Nós costumávamos fazer a festa de Natal no palco da SMUP, que acabou de ser reinaugurada na Parede, já o externato do Afonso elege o auditório dos Maristas de Carcavelos.

Na festa do ano passado o Afonso foi vestido com uma fatiota de homem das cavernas e tocou tambor com um osso gigante. Este ano foi vestido de boneco de neve e cantou e dançou com uma enorme graça. O ano passado era o primeiro ano dele na escola e eu para o motivar e para ele não ter medo combinei que levaria uma bandoleta de rena para ele me ver do palco. Eu não fazia ideia que era tanta gente, e ele não viu a mamã mas achou graça ao conceito. A moda pegou e este ano tive de repetir.

No final da festa lá fui buscar o meu jovem artista que vem sempre exausto para casa, cansado de um dia de festa rija e eu fico sempre de coração cheio e a transbordar de orgulho.

22.12.13

Última Semana


Na última semana aconteceram muitas coisas boas por aqui. O rapaz mais velho cá de casa fez anos, e celebrámos ao longo de vários dias. Aproveitámos o fim-de-semana sem miúdos para tornar um projecto antigo realidade. O Afonso fez uns postais de Natal para acompanhar a prenda das professoras e mascarou-se de pai-natal para as entregar. Enviámos um postal para Juliana à moda antiga, pelo correio. Comprámos o perú e outras coisas igualmente boas para a ceia de Natal e descobrimos mais um local com conservas especiais no Continente. 

Entretanto as miúdas entraram de férias, o Afonso anda em êxtase com o calendário de Natal, e a conversa sobre as prendas e a noite de Natal anda na ordem do dia. É bom criarmos as nossas tradições, cimentarmos os nossos valores no coração deles mas acima de tudo, é bom estarmos juntos.

13.12.13

Uma aventura na biblioteca


O Afonso teve um trabalho da escola para fazer no fim-de-semana e que consistia em ir à biblioteca, inscrever-se, requisitar um livro que seria o livro da semana e descrever num género de diário de turma a sua experiência.
Fomos os cinco à biblioteca de S. Domingos de Rana, a mamã fez a inscrição do Afonso, que já conhecia o espaço mas ainda não tinha cartão. A Mafalda e a Marta também se inscreveram. Chegámos na hora do conto, mas os miúdos estavam muito agitados e com uma missão. Em casa tínhamos telefonado a ver se aceitavam donativos mas de momento as doações de livros estão suspensas. No entanto a biblioteca está a aceitar doações multimédia e já temos um pequeno caixote para levar. A mamã adorou a secção de DVD’s e trouxe dois filmes do Hitckcock para ver em casa. A requisição por 7 dias é absolutamente gratuita. Depois desta visita rápida à zona dos crescidos fomos à zona das crianças. Gira, gira. Lá têm computadores, ecrãs para visualizar filmes, zona de brincar, zona de ler e claro corredores cheios de livros. Para casa trouxemos 3 livros. A Mafalda escolheu um sobre o Espaço, o Afonso um livro de brincar com comidas e um com horas para levar para a escola porque engraçou com o relógio.
Quando estávamos de saída reparámos que estava a decorrer no auditório uma «conversa» com o Professor Marcelo Rebelo de Sousa sobre os livros da sua vida e muito embora os crescidos gostassem de ter ficado a ouvir, os mais pequenos já só pensavam no lanche e fomos para casa.

11.12.13

Actividades giras para o Natal


Nos dias muito frios custa mais sair de casa e nada como arranjar actividades que os mantenham ocupados. As sessões de cinema são as minhas preferidas. Este fim-de-semana assistimos aos Smurfs 2, fizemos experiências científicas na banheira e pintámos um pai-natal de gesso.


Na compra de artigo Rik e Rok oferecem, aos membros do clube, um pai-natal para decorar. Comprei um calendário de chocolate para ajudar a contar os dias, e perceber «quanto tempo ainda falta para o natal.» e trouxe o nosso para casa. A Mafalda adora estas coisas de pintar mas dispensa os chocolates.  Já o Afonso também acha muita graça a pintar mas vibra mesmo é com os chocolates.

E assim lá estivemos no fim-de-semana a dar asas à imaginação. Espalhei plásticos e jornal, as tintas e os pincéis. Ao Afonso já lhe noto uma grande evolução, mão mais firme e a pintar mais dentro do risco, mas sobretudo um empenho e dedicação maiores. Esta mamã costurou um barrete para o pai-natal e o Carlos colou algodão ao barrete e barba. Ficou mesmo, mesmo giro.

E agora é participar no passatempo do Clube.
  

9.12.13

Pai Natal


Quando eu tinha a idade do Afonso os meus pais foram chamados à escola. A professora pediu-lhes para me contarem a verdade sobre o pai-natal. E assim, nesse ano, a minha prima que costumava desaparecer a meio da festa e tocava à porta vestida de pai-natal, despiu a máscara à minha frente. Só sei a história pelo que me contam pois não me recordo de nada. Ainda hoje acho estranho não ter más memórias a este respeito. Acho que foi pelo facto de continuar secretamente a acreditar. Na escola, os colegas diziam que o pai-natal não existia, mas eu insistia em como ele ia lá a casa. Na minha turma, eu era a única a acreditar.

Acho que a Mafaldita é como eu. Que basta algum adulto de confiança dizer que ele existe para valer como uma prova cientifica. Acho que secretamente também tem uma vontade grande de acreditar, mas depois a razão e a experiência confirmam-lhe o contrário. É a imaginação em contraponto com o seu espírito de cientista. Já o Afonso sabe não mas diz que sim, que todos os anos recebe uma carta de volta. Ou várias. E é verdade. No outro dia discutíamos isto lá em casa. Eu gosto de manter a história viva. Todos os anos escrevemos ao Pai-Natal, ao francês por email, ao dos CTT e ao da Lapónia por carta. Digo ao Afonso que escrevemos para várias moradas porque nunca sei em qual delas ele está de momento. E este ritual tem uma magia única. Mais do que ensiná-lo a pedir presentes eu peço ao Afonso para fazer um balanço do seu ano. Como se portou, o que tem a agradecer, o que espera daqui para a frente.

Na semana passada o Afonso foi com os colegas da turma entregar a carta ao pai-natal aos correios. E no fim-de-semana estivemos a pintar um pai-natal de gesso. Sei que esta história não vai durar muito mais, mas enquanto dura a alegria é muito maior.

Natal

 
É um projecto de uns amigos, que são uns queridos e merecem tudo de bom. Adoram animais e têm uma clínica veterinária em Caparide. E como os animais são também família, e o Natal também é deles, lembraram-se de fazer um passatempo, para eles e para os donos. Vejam como participar aqui.

5.12.13

Fim-de-semana


Aproveitámos ao milímetro cada minuto do fim-de-semana a dois. Aproveitámos para fazer tudo o que não conseguimos fazer com eles, sair (foi uma despedida em grande), dormir muito, comer sem horas marcadas, fazer compras tranquilamente, fazer sopa para metade da semana, e, em vésperas de Natal procurar presentes perfeitos sem pressa e com calma. E embora eu não me identifique com o consumismo desta altura do ano porque gostava que vivêssemos a quadra de uma outra forma, mais vinda de dentro e menos materialista, acabo por me render sempre à expectativa da alegria deles. E depois de muito andar e de chegar a casa com a carteira um pouco mais leve, sabe bem acender as luzes da árvore, ligar a lareira eléctrica, calçar as pantufas, ver um bom filme e beber um chá de lúcia-lima caseiro com uma fatia do melhor pão mundo.

Para os pais da zona fica o conselho, depois de comparar exaustivamente os folhetos do Jumbo, Continente e Toys’R’Us, chegámos à conclusão que os preços mais baixos em brinquedos são em média os do Jumbo, embora bastante semelhantes aos do Continente. Em relação ao Toys’R’Us os preços chegam a ser escandalosamente superiores, com diferenças de 30€ em alguns brinquedos, nomeadamente Legos, Playmobil e afins.

4.12.13

Lugares



Há lugares que não são nossos e vão passando a ser. Há pessoas que não eram nossas, e vão passando a ser. Temos com elas uma paixão comum que é quanto basta para iniciar o trajecto. E depois sentimos o seu carinho nas pequenas coisas, nos pequenos gestos quando chegamos. E quando partimos levamos lembranças, legumes e frutas na bagagem e um copo de água para abençoar o caminho.

O melhor do regresso a casa é retornar ao meu amor maior. Reportar os meus dias como a um diário, partilhar sempre com ele tudo o que vivi.

2.12.13

Ho Ho Ho


Foi a primeira vez que o Afonso assinou a carta ao pai-natal com a letra dele. E é tão perfeita na sua imperfeição. O A enorme e descoordenado, as linhas carregadas e cheias de vontade. Os Os onde podia caber um mundo. Ele já sabe as letras, temos praticado. Ainda se confunde mas sabe. A mãe inventou uma música há uns tempos para ajudar a decorar as letras do nome, e é assim:

Primeiro vem o A e depois o F

Depois vem o O e a seguir o N

Para terminar vem o S e O

E as letras todas juntas escrevem A-F-O-N-S-O :)


O Natal no Oeiras Parque

Imagem mailing Oeiras Parque
 
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