Por estes dias

Os dias revezam-se entre fáceis e difíceis, entre noticias boas e menos boas. A saúde dos que mais amamos é um pouco nossa, travamos um bocadinho as suas batalhas, queremos com muita força que tudo corra bem. Para metade de nós a distância não facilita, e entre cá e lá há toda uma diferença entre o fazer tudo e o não poder fazer nada. 

Depois da semana em que revimos o Regresso ao Futuro e em que estranhei em tudo o filme. A semana em que cedi à tentação de comer um queque mas contrabalancei os excessos com desejos mais sensatos, em que descobri um novo sabor para a Dolce Gusto que me encanta nestes dias frios, depois da ecografia e do susto, metade de nós foi para sul e a outra metade ficou.

Para mim e para o Afonso o fim-de-semana foi de calma. Repouso. Depois do Inglês fomos buscar um peluche laranja ao Lidl e não saímos mais. Às vezes ainda me parece um bebé. Brincámos ao Halloween, fizemos uma tarte de maçã e canela com a receita adaptada da tarte de amêndoa da Bimby. A casa encheu-se de um perfume a Outono que agora ainda me sabe melhor. O Afonso tomou um banho relaxante de espuma e pediu-me para repetir uma vez por semana. Abraçadinhos debaixo da manta vimos o E.T., e no fim o Afonso chorou de tristeza porque queria que o E.T. ficasse na Terra com os meninos. A mãe chorou também, mas isso já é mais comum. Durante uns dias repetiu com ternura «E.T. phone home.». E no final do fim-de-semana a nossa metade juntou-se a nós, regressando a casa a tempo das castanhas e aí sim ficámos completos. 

O blog da mamã

 

Ontem sentou-se ao meu colo e quis ver o blog. Gosta de ver as suas fotografias de ver o que fez há uns dias atrás, há um mês, há uns anos. Gosta muito de se ver em bebé. Não gosta de ver os fins-de-semana que passo sem ele. E ali anda para trás e para a frente, e a festa de anos deste ano e a do ano anterior? E o Natal passado? E as férias mãe? E gosta quando se lembra de ter ido àquele teatro, ver aquele filme. E ontem vimos que está quase a fazer um ano da operação às amígdalas, quase um ano que não tomou mais nenhum antibiótico e que a sua qualidade de vida melhorou tanto. E depois quer saltar no tempo e ver outras coisas, o Carnaval, a Páscoa. E só quer largar o blog quando eu tenho mesmo de desligar o computador. E nem aí. E eu fico feliz, porque é sobretudo para isso que ele existe, para nós recordarmos o que vivemos, como um álbum fotográfico cheio de recortes e textos de memórias.

E um dia quando cresceres muito, muito, muito, talvez o possamos ver com os meus netos. Eu vou gostar disso e tu provavelmente também.

Estou a guardar um segredo

Estou desejosa de lhe contar, de ver a reacção dele que sempre me pediu um irmão. Imaginei várias maneiras, quero filmar. O Carlos diz que a reacção não vai ser como eu espero. A Cátia diz que vai sentir ciúmes, que é muito agarrado a mim. Não sei. Não quero prever. Quero contar-lhe porque me sinto abençoada e feliz, e porque acho que esta é a melhor prenda que algum dia lhe poderei dar. Um irmão, ou uma irmã. Quero gerir a reacção que ele tiver, seja qual for, com a mesma alegria com que lhe darei a noticia. Ainda faltam muitos dias. Tem-me dito que estou mais gorda na barriga, diz isso mas dá-me beijinhos para eu não ficar triste. Ainda não reparou que não fico. Que estou muito feliz. Estou desejosa também de contar às meninas. Curiosa para ver a reacção delas. Este bebé vai ser o mano deles todos, vai ser o elo comum. Agora mais do que nunca vamos ser uma família, eu o meu filho, ele e as filhas dele e o nosso filho irmão deles todos.

Há duas semanas atrás foi assim:

Enquanto eu contava ao Afonso e o filmava o Carlos contava no carro às meninas filmando-as também. Dei uma caixa ao Afonso com uma andorinha pequenina, ele pensou que era um presente para ele e depois estranhou ser uma andorinha, depois riu-se. Eu perguntei-lhe porque é que achas que a mãe te está a dar uma andorinha, e ele perguntou «Mais um?» antes que terminasse dei-lhe um envelope com uma ecografia, ele perguntou se era um bebé, se a mãe ia ter um bebé. Disse-lhe que sim, ficou muito contente. Depois parou e pensou eu só queria um irmão rapaz, e eu lembrei-lhe que ele adora a Mafalda, e ele disse que então está bem se fosse menina tinha de ser como a Mafalda. Desde aí que me dá beijinhos e festinhas na barriga.

O Carlos foi mais directo disse que a família ia aumentar a Marta pensou que íamos ter um cão, depois perguntou «A Vanessa está grávida!» e ficou muito contente a Mafalda pelo contrário começou a chorar muito. No seu intimo deve ter sentido que ia deixar de ser a bebé do papá. Mas depois passou, abraçou o pai e ficou feliz.

E assim que chegaram a casa, nessa Terça diferente de todas as outras Terças correram para mim contentes e quiseram ver a barriguinha. Durante esse jantar falaram de nomes, de como ia ser com um novo irmão e fizeram planos, como fazem as crianças. Agora é a parte mais difícil para eles, esperar mais seis meses.

Andorinha

Andorinha Bordallo Pinheiro

Vem lá longe outra andorinha

Cai do céu como uma estrela
Vem voando levezinha
Ainda mal consigo vê-la

Vem lá longe novamente

E eu nem lembro como era
Esta viagem é diferente
Chegará pela Primavera

É um ponto neste céu

Ainda o Verão não terminou
Andorinha amor meu
A viagem começou

Vem com calma, devagar,

Abre as asas contra o vento
Não tenhas pressa em chegar
Aproveita este momento

Faz-te forte, abre o peito

Inspira o céu pelo caminho
Sabe que de qualquer jeito
Espera-te sempre este ninho

E quando já for a hora

Não te atrases por favor
Que a viagem já demora
E eu quero ver-te meu amor!


07-09-2015

Vila Franca Xira

 

 

Tínhamos uns vouchers para uma estadia de uma noite, oferecidos no Natal passado pela empresa, a caducar. Não podíamos ir longe. De manhã cedinho fomos ao Inglês, o Afonso tem um livro mágico que ganha vida quando se aponta o ipad. Depois fomos arranjar-nos para o almoço de anos do avô Maia, 68, e a família mais próxima, agora numerosa, por perto para festejar, e depois então seguimos para Vila Franca de Xira. Estava um dia feio e cheio de chuva, mas os mais pequenos não quiseram saber de nada disso e foram para a piscina que apesar de ser interior não estava aquecida. Depois de visitarmos o banho turco e a sauna preparamo-nos para jantar. É sempre uma alegria estar num hotel com eles, ficam numa euforia, mas é sempre preferível quartos comunicantes. A estadia pressupunha um jantar à carta. Fizeram tchim tchim com o Cocktail de camarão. Eu e a Marta escolhemos um folhado de queijo de cabra e mel de entrada. O Afonso e a Marta comeram tagliatelle com cogumelos, a Mafalda bife grelhado, o Carlos esparguete nero com choquinhos e eu provei touro bravo com arroz selvagem. De sobremesa Afonso e Marta escolheram cheesecake e a Mafalda manga, eu não tinha espaço para sobremesa mas o chef trouxe-nos uns morangos cobertos de chocolate. No dia seguinte depois de um pequeno-almoço reforçado, e de uns mergulhos na piscina, fomos visitar a feira de artesanato de Vila Franca. Enorme, com pavilhões para além das tendas e dos carrosséis. Trouxe uma manta para mim, um barrete para o Afonso e dois animais novos para o presépio. Voltámos tarde e cansados demais para o Greenfest.  

 

Greenfest 2015

Imagem Greenfest Câmara Municipal de Cascais

 

Começa hoje o Greenfest, este ano sob o lema «Tenho o Poder» e termina no dia 11 de Outubro no Centro de Congressos do Estoril. Não sei bem em que dia conseguiremos ir mas faremos os possíveis por estar presentes à semelhança de outros anos (2014, 2013, 2012, 2011). Já temos convites para os mais crescidos, os mais pequenos não precisam. Relembro que desde o ano passado as entradas são cobradas aos maiores de 12 anos. É um evento sempre muito engraçado com diversas actividades que visam promover a nossa consciência e responsabilidade ecológicas.

Conferência Culturgest

No Sábado estivemos na Culturgest para assistir à VII Conferência A nossa gravidez, O nosso bebé, dirigida a todos os pais e futuros pais. Foi a primeira a que assisti e recomendo vivamente. Passámos uma tarde muito bem passada e aprendemos imensas coisas para aplicar no dia-a-dia lá de casa. O evento estava muito bem organizado e útil a todos os pais. As inscrições eram gratuitas e rapidamente esgotaram.

 

Adorei as dicas dos dois primeiros oradores, Mário Cordeiro sobre o sono das crianças, Paulo Oom sobre as birras. Marta Crawford falou sobre a intimidade do casal com filhos, as enfermeiras Amélia José Monteiro e Maria Arminda Monteiro falaram em alguns cuidados de S.O.S em crianças e recém-nascidos nomeadamente nos casos de queimaduras, convulsões febris, nascimento dos dentes e gastroenterites e Rita Loureiro da Associação Portuguesa contra a Obesidade Infantil falou sobre os cuidados com a alimentação, designadamente como dosear sal e açúcar e como ler melhor os rótulos das embalagens.

 

No local estiveram presentes várias marcas com ofertas para crianças e pais e com diversos passatempos. A Caixa Geral de Depósitos patrocinadora do evento sorteou 3 cheques de 100€ no final e foram também sorteadas três Belly Sketcher pelas pré-mamãs presentes. Para os pais que assistiram com bebés havia uma zona dedicada à amamentação e muda de fraldas. Para os bebés mais crescidos um espaço Gymboree. A meio da tarde foi servido um coffee break.

 

Fim-de-semana

O meu amor deu-me uma sardinha que agora mora na nossa cozinha. Sexta depois do Karaté aproveitámos a promoção fantástica da Telepizza de três por um, ou no nosso caso seis por dois. Os miúdos ficaram muito contentes até a mais crescida. Sábado depois do Inglês fui com o Afonsinho à Toys’r’us comprar-lhe um Lego já prometido por se ter aplicado nos TPC durante as férias. Usei um voucher da loja e juntei um autocolante à caderneta Lego. Depois do almoço e dos TPC fomos festejar o aniversário do Santini (tenho de me lembrar de pôr esta data na agenda). Descemos até à praia de Carcavelos onde estava a decorrer a CascaisWomen’s Pro, um ambiente giro, de festa. Tendas do evento e outras da Stylista Market, ao pé da Moche Impact Zone dedicada aos skates sentámos-nos na areia e ali ficámos a ouvir concertos até cair a noite. Quando o Agir começou a cantar o Afonso e a Mafalda ficaram em êxtase, ele mais. Até ao final não parou de dançar e cantar as músicas dele que já sabe de cor.

Domingo de manhã fomos com uns amigos ao cinema ver a antestreia do filme «A lenda de Oz» com uns bilhetes das Estrelas e Ouriços e da Pumpkin. Depois de almoçarmos no jardim descansámos e ainda me enchi de coragem para experimentar fardas do colégio ao Afonso para ver o que é que é preciso renovar. Quando à noite depois do banho lhe vestia o pijama ele dizia «Oh mãe este foi um fim-de-semana sem exemplo não foi?» pois lá achou que era muita coisa boa seguida :)

Por estes dias

 

 

Não gosta da escola. Diz-me de noite zangado quando lhe digo que agora tem de ir para a cama mais cedo. Diz que é uma chatice «Oh mamã eu tenho de estar sempre a trabalhar lá, não posso brincar.» e eu que no meu coração já sentia que isto ia custar um bocadinho tento apaziguar «Afonso quando cresceres vais trabalhar a sério e ter saudades de andar na escola.». Quando chegamos à escola pergunta «O quê tenho de ir já para a aula? Não posso brincar um bocadinho antes?». E vai deixando os colegas passarem à sua frente e vai mudando para o final da fila até ser o último a entrar. Quer que eu espere ali, que lhe diga adeus muitas vezes. E faz beicinho e abraça-se a mim antes de me vir embora.

 Não mudou de escola, não mudou de colegas. Mudou de professora, mudou de sala, e mudou basicamente a sua forma de estar na escola.

Numa semana de mudanças pendurámos um espelho, recebemos uma cómoda, pendurámos alguns quadros. Eu recebi o kit Activia dos Youzzers e aceitei o desafio. Fiz granôla e tenho feito malha. Aprendi o ponto bago de arroz na Net. Acabámos de ver a 3ª temporada do Arrow. O Afonso começou a ver a 4ª temporada do Lego Ninjago. Tem tomado banho todos os dias sozinho e despe-se e veste-se sem ajuda (excepto a parte das meias). No final do banho faz uma tenda com a toalha e gosta que me esconda com ele em baixo.

No fim-de-semana sem miúdos almoçámos Sábado e Domingo com amigos no jardim. Esteve um tempo excelente. Eu e o Carlos fizemos um jantar romântico em Sintra no Sábado, no Hotel Tivoli. Eu trouxe o travesseiro de sobremesa e só o comi ao pequeno-almoço. A Cátia e o Carlos foram à corrida da Médis, eu fiquei a descansar e a cozinhar. Tenho feito muitos bolos, ando gulosa. 

Gostar de ler antes de aprender a ler

Livro ganho num passatempo esta semana, igual a um que adorava em miúda mas que tinha um nome diferente «Anita». Eu a ler para o Afonso. Pormenor de livro com instrumentos musicais e CD's para ouvir. Este inicio de Verão na Bertrand quando descobriu o meu nome num livro e com um sorriso amarelo para a fotografia.

A professora pediu que lhe lêssemos histórias, se possível todos os dias. Não era preciso pedir. Sempre li para o Afonso e há já uns 4 anos que leio religiosamente todas as noites com e para ele. Por mais cansada que eu esteja, por mais que as linhas me fujam, há sempre espaço para uma história lida com carinho e vozes engraçadas. Lá em casa todos lêem histórias, todos têm livros e prateleiras nos quartos. Lá em casa também há mais livros que prateleiras, por isso há sempre uns quantos espalhados pelas mesas-de-cabeceira e pela sala. A professora disse que era importante estimulá-los com histórias, ler vários livros e eu apercebi-me que nunca li uma história repetida ao Afonso. Todas as noites lemos uma história nova, e eu já lhe li desde que nasceu largas dezenas de livros. É por isso que peço sempre à família livros com muitas histórias dentro. Um livro é sempre um bom presente. Estamos quase a acabar a Ilha dos Pirilampos, já vamos em Novembro e eu adorei este livro. Já lhe li outros menos engraçados, alguns que eu adorei e que ele nem achou mesmo graça nenhuma, como o «Dentes de Rato» da Agustina, quem sabe um dia. Não me esqueço que aprendeu o alfabeto com um livro sobre planetas do alfabeto, e que com dois anos sabia o nome de quase todos os dinossauros por causa de um livro.

 

Não sei se o Afonso vai adorar ler como a mãe quando crescer, espero que sim. Acho que sim. Sei apenas que é um menino cheio de imaginação e curioso, que adora ouvir contar e inventar histórias e palavras. Sei que a professora sempre elogiou o seu vocabulário, e que antes de deixar a sala dos quatro disse que explicou à Dina o que era rubicundo. Nas fichas de avaliação sempre valorizaram a sua capacidade de comunicar e de se expressar e eu tenho em crer de é daqui que vem.