8.5.16

Gente bonita come Fruta Feia



Finalmente fazemos parte desta família. Ao fim de um ano e meio em lista de espera somos finalmente sócios da Fruta Feia, um projecto que visa combater o desperdício alimentar reaproveitando aquela fruta menos bonita que fica fora do circuito de vendas tradicional por não ter as medidas ou especificações certas. Pela quota anual pagamos 5€ e recebemos um saco catita da Fruta Feia para transporte. Semanalmente podemos escolher entre o cabaz pequeno que custa 3,50€ (com 3 a 4 kgs e 5 a 7 variedades) ou um maior 7€ (6 a 8 kgs e 7 a 9 variedades). A fruta e vegetais são vendidos em cabazes semanais a preços simpáticos distribuídos em determinados locais. Os cabazes não vendidos vão para a Refood. Não podíamos estar mais felizes com isto, a fruta é optima e de feia não tem nada. Semanalmente vamos buscá-la à SMUP, uma associação linda que foi recentemente reconstruida com verbas do Orçamento Participativo de Cascais. Na antiga SMUP fizemos muitas festas de natal do Pinheirinho. Foi também palco de muitas tardes de snooker quando eu era adolescente e estudava no Colégio Portugal. Mais tarde e já na Faculdade fiz lá teatro e fui bailarina. É com muito orgulho e nostalgia que vejo a nova SMUP de cara lavada e cheia de projectos giros. Adoro ver a Parede reinventar-se.  ´

Pelo correio chegou um kit giríssimo da Compal Veggie. E os miúdos quiseram logo experimentar e aproveitaram as ementas para brincar aos restaurantes. Esta é uma forma alternativa de introduzir vegetais na alimentação. Junto ao kit vem um livro de receitas para fazer cocktails. 

Por estes dias também comprámos tomateiros no Lidl que plantámos junto com os morangueiros na nossa horta vertical. Pelo correio também chegaram as sementes das Heinz que plantámos em caixas de ovos vazias e que estão num género de despensa estufa a crescer. Vai ser o ano dos tomates nesta casa. No jardim o limoeiro ameaça (finalmente!!!!) dar limões e eu nem acredito que vou ter finalmente o meu primeiro limão!!!

29.4.16

Um 25 de Abril diferente do que estávamos à espera

O meu amor crescido recebeu com tanta alegria a mana mais nova. Ela trouxe-lhe um CD com músicas que ele gosta mas trouxe com ela muito mais que isso. Ela é o presente. Carinhoso quer participar em tudo, penteá-la, vesti-la, quer vê-la sempre, enchê-la de beijos a toda a hora mesmo quando está a dormir. Diz que a ama. Pergunta-me se ela sabe disso. Dá-lhe a sua bochecha para ela lhe retribuir os beijos. Sente beijos dela (é o único até agora :) E ela abriu pela primeira vez os olhos ao ouvir a voz dele. 

E o Dengaz também tem uma andorinha tatoada na mão. E por cá já pendurámos a nova andorinha à porta. E o Afonso só me fala em acrescentar a mana antes do dia da mãe, que era a prenda deles. 

E chega o dia 25, o dia em que ela devia ter nascido, o nosso dia tão querido e almoçamos frango assado para matar saudades e ele quer um gelado à tarde mas diz que dói a barriga. Depois bebe água e diz que está mal disposto e vomita. E depois vomita outra vez e outra, e muitas outras, tantas seguidas que perdi a conta. E depois já só sai bílis e ele fica pálido. E depois vamos ao hospital e pelo o caminho paramos várias vezes para ele vomitar. E no hospital enquanto esperamos vomita vários sacos. E estava imensa gente. Tantas crianças. E quando muitas horas depois nos atendem estava fraco, desidratado. Tem sede mas não aguenta a água nos lábios. E fica em observação e fazem análises, e recebe muito soro. Muitos sacos. E continua a vomitar. E depois vem a febre. E a diarreia. E cada vez que tenta beber água ou comer uma bolacha vomita. E passa um dia inteiro e é internado. E todos no hospital são simpáticos e queridos, e o quartinho é lindo e tem bonecos nas paredes, mas não é a nossa casa e nós queríamos estar em casa. Ainda há pouco tempo a mamã estava no hospital, ele diz às enfermeiras. Diz que sou a pessoa que mais ama no mundo. Quer mimo. E é verdade ainda agora nos tínhamos reunido e já estamos separados de novo. E eu divido-me entre ele e a irmã que está no carro e que vou amamentar de 3 em 3h. É uma gastroentrite viral que atacou forte e feio. É contagioso. Cada vez que saio e entro desinfecto-me toda. Foi duro. Mal dormimos por estes dias, mal comemos. Mas o pior é o sentimento de impotência que como mãe senti, a vontade de tomar as dores dele. 

Obrigada mãe, uma vez mais, pela disponibilidade, pela entrega mas sobretudo pelo carinho que também lhes tens. Quem meus filhos beija minha boca adoça. 

Às enfermeiras e médicos do Hospital de Cascais um grande bem-haja. Profissionais meigos e atentos que nos trataram tão bem, a diferença entre um emprego e uma vocação. E aos Dr Palhaços que nos animaram no dia mais cinzento que passámos no SO, obrigada por o fazerem sorrir. Até parece que dói um bocadinho menos. Ficámos impressionados com as condições, dos quartos, às salas de apoio, leitura, brincadeira, diz que até há cinema aos Sábados. Deixámos um brinquedo nosso para outros meninos e para trás a memória de um 25 de Abril que não foi bem o que nós esperávamos. 

28.4.16

Primeiras semanas de bebé Constança


Voaram estas primeiras semanas. Entre registar, fazer teste do pezinho, consultas de pesagem e outras da mãe e o corre corre de ter miúdos dois fins-de-semana seguidos, e rotinas de sono alteradas, o tempo voou literalmente. Estamos esgotados, felizes mas muito cansados. Nem ele nem eu nos recordávamos muito bem deste estado de «piloto automático» que advém da privação do sono. No entanto basta olhar para ela, para aquele olhar atento e sorriso aberto para ficarmos completamente rendidos seja às 14h da tarde ou às 3h da manhã. Não tenho medo de a mimar demais, de dar colo demais, nada disso. Quero aproveitar cada segundo de mimo e colo enquanto pesa pouco, enquanto é pequenina, embala-la muito a cantar baixinho enquanto cabe no meu braço porque já sei que passa tudo tão rápido. 

Na primeira semana a bebé Constança recuperou o peso de nascença e na segunda chegou aos 3 kgs. Mama bem de três em três horas. Parece que tem um relogiozinho suíço dentro dela a bater as horas certinhas. Só chora para mamar e quando dói a barriga. Olha atenta para tudo, mexe muito pernas e os braços, agarra com força os nossos dedos e dos manos, puxa os meus fios e o meu cabelo e adora tomar banho. Eu digo-lhe que está no Spa ela ri. Faz barulhos engraçados (muitos) e o pai já lhe vê dentes a nascer hehe Com poucos dias de vida já revelou muitas manhas, na prática só quer colo e mimo e refila se a deitamos cedo demais. Nasceu com os sonos trocados, de noite era quando queria conversa e brincadeira, mas já os acertou. Tem muitos soluços como tinha ainda na minha barriga. 

Quando chegámos a casa eu vinha com um enorme desejo de sushi, mas era Segunda e tive de esperar. Na Terça depois de a registarmos passamos pelo Tamagoshi para trazer uns Temakis California. Nunca o sushi me soube tão bem. Para compensar tínhamos imensos mimos no correio à espera. Uma experiência Spa para dois que vai saber bem para compensar as noites mal dormidas, um kit Youzzer Compal Veggie, um saco com mimos para a Constança, O livro da minha família de duas ou mais patas e o livro Eu Sou Malala.

Perdi 8 Kgs quando saí da maternidade ficaram 3 Kgs a mais que teimam em não desaparecer. No entanto conto voltar brevemente à ginástica, um mês intensivo no Viva Fit para experimentar. Na semana passada entusiasmada arranjei roupa nova para me motivar.

15.4.16

Baby Constança já nasceu!


A baby Constança já chegou! Chegou mais cedo, às 36 semanas e 5 dias, mas chegou tão bem! 

Na Terça tinha contracções regulares de 2 em dois minutos, pensávamos que era logo ali. Mas quis esperar ao máximo até Sexta. Repouso total. Só me levantei para levar as injecções de maturação pulmonar. 

Os dias que antecederam o parto foram complicados, muito stress, muita confusão desnecessária e problemas que não deveriam existir num momento que se quer de repouso. Mesmo na Sexta-feira de manhã a caminho da maternidade tivemos um furo no pneu. Tudo a ajudar portanto. 

Mas depois, algumas horas depois, tivemos a nossa filha querida nos braços e tudo o resto ficou para trás. Estamos tão felizes. 

Há momentos marcantes nas nossas vidas. Vermos pela primeira vez o rosto dos nossos filhos é uma delas. Adormecer com eles nos braços, a primeira vez que os amamentamos. No entanto não esquecerei jamais o carinho do pai na sala de partos, como me fazia festas no cabelo, e de como só percebi mais tarde que era ele quando falou pois tinha o rosto tapado com uma máscara. Como adormeceu na minha cama abraçado a mim e a ela na maternidade (que pena não existirem camas de casal). De como nos revesámos sem dormir várias noites mas com o coração a transbordar de amor. 

Não esquecerei a alegria dos irmãos em conhecerem a Constança apesar do CAOS do pós-parto. De como a Constança abriu pela primeira vez os olhos quando ouviu a voz do mano. De como as meninas lhe pegaram com tanto carinho. 

Não esquecerei a minha incansável mãe que tanto me ajudou por estes dias. E de como apesar de ser uma segunda cesariana me consegui levantar no segundo dia, tomar banho e maquilhar, andar bem, não inchar e sair (quase) com o peso que tinha antes de engravidar. Tudo me pareceu mais simples desta vez. A barriga proeminente já quase não a vejo. E hoje, antes mesmo de perfazer uma semana do parto já fui levar o Afonso ao colégio. 

Para a memória fica também a nossa Playlist, que um amigo nos gravou de véspera, num instante numa pen (Bem hajas Luís) e assim poder ouvir na sala de partos as músicas que me dizem tanto. De como toda a equipe gostou da escolha musical e de como o anestesista adorou os Metallica numa versão acústica e o resto da banda sonora e pediu para gravar uma cópia a que chamou -A Playlist da Vanessa. Que faça muitas grávidas felizes!

Aqui fica a minha escolha:

Capri - Colbie Caillat
Bubbly - Colbie Caillat
Home - Michael Bubblé
Garanteed - Eddie Vedder1
Better Man - Pearl Jam2
Just Breath - Pearl Jam
Black - Pearl Jam
Sirens - Pearl Jam
Wish you were here - Pink Floyd
Speed of sound - Coldplay
Magic - Coldplay
Nothing else matters - Metallica (versão acústica)
Glory Box - Portishead
Starlight - Muse
Absolute Beginner - David Bowie
Senorita - James
Happy - Pharrell Williams
Sky full of stars - ColdPlay

Senti naquele dia e hoje que ma tiraram cedo demais, que foi só minha tempo de menos. Já sinto saudades (tantas!!!) da minha barriga redondinha. Senti que quero e vou aproveitar cada segundo dela assim pequenina porque eles crescem depressa demais. Senti naquele dia e hoje que o amor não se divide, multiplica-se, que a amo e ao mano incondicionalmente e que no que depender de mim tudo farei para que sejam felizes. Senti naquele dia e tenho hoje a certeza, que embora a Constança tenha oferecido uma prenda ao mano, a maior prenda foi o facto de ter nascido, porque esta a melhor prenda que lhe posso dar. Em relação a ela é uma sortuda por ter nascido com três irmãos que estão verdadeiramente encantados com ela. 

8.4.16

Nos últimos dias


O final das férias deles foi pautado por um cansaço, os miúdos aproveitaram todas as nesgas de sol para jogar à bola lá fora. Mil vezes isso que as consolas e os Ipads, cansam-se, gastam energia e apanham sol e vento que só faz é bem. Jantei com a Andreia, o ultimo jantar a duas antes da  chegada dela. Descansei na Sexta e no Sábado. O Carlos aproveitou para dar uns toques de tinta no quarto e apanhou um molho enorme de jarros no jardim. No Domingo enquanto ele comprava pasteis de Belém eu dei um saltinho ao mercadito da Carlota no CCB. Que confusão tremenda, que doidice. No fim-de-semana fomos ainda ver Batman vs Super Homem com um convite da Take. Programa calmo achava eu, que sentada não me canso. Mas a Constança assustou-se com o barulho (porque é que colocam o som tão alto nas salas de cinema, os miúdos até tapam os ouvidos?) e ao fim de 2h30m de filme, sentada e sem intervalo eu já só queria que o Batman e o Super Homem fossem dar uma grande volta. 

A barriga não pára de crescer empinada, mas descaiu um bocado que ela deu a volta (de novo! já lhe perdi a conta.). A Páscoa revelou-se uma má amiga da balança. Este mês foi uma desgraça e cheguei às 36 semanas e meia com 11 kgs a mais. No entanto não inchei nada, nem nos pés e ainda bem que esta semana chegaram os meus All Star pelo correio, de uma promoção do Clube Fashion. Ando uma grávida muito vaidosa. No cabeleireiro já cortei e pintei o cabelo, arranjei pés e mãos e fiz a depilação para o dia D. Quero que a minha filha me conheça no meu melhor. 

A semana começou mais calma, as boas notas do Afonso e os mimos dele depois do fim-de-semana encheram-me as medidas. Faz-me as maiores declarações de amor. Ama-me muito e à mana. Sente muitas saudades quando está longe. Disse-me quando eu for uma estrela vai ser uma estrela ao pé de mim para estarmos juntos para sempre, e a mana também. Com o regresso à rotina tenho mais tempo para descansar e preciso tanto. Entretenho-me com a costura, ando a transformar bodys dele em bodys para ela com a aplicação de uns lacinhos. Começo também a preparar a Playlist do nascimento e já ultimei a mala. Está quase, quase e eu mal posso esperar por conhecê-la. 

6.4.16

Pintar ovos na sala - Boa ou má ideia????


Durante as férias e ainda imbuída de tradições de Páscoa para os mais pequenos, e aproveitando a mão de obra para um passatempo da Bosch decidi pô-los a pintar ovos na sala.  (Não estão nada com cara de piratas pois não?) Cadeiras afastadas, toalha de plástico Extra Large, tintas, pincéis e ovos. Tive o bom senso de aproveitar o recheio dos ovos para o pequeno-almoço. O que é que podia correr mal?

Bem digamos que a entrar no 9º mês, cansada e sem a mesma destreza não imaginei ovo partido com tinta no chão. Não imaginei mas devia. E no fato treino e nas mãos e na cara. E dobrar-me para limpar??? 

Pintar ovos sim mas no jardim. De preferência em fato de banho e com uma mangueira por perto. Se não for na Páscoa não faz mal, é no Verão que ninguém leva a mal. 

1.4.16

O essencial

 

O essencial é invisível para os olhos. Porque hoje me lembraste disto e tu sempre tiveste tanto jeito para pôr os meus pontos nos «is» e porque às vezes quando estou muito, muito cansada, me esqueço. Porque as hormonas andam ao rubro e os miúdos também. Porque a nossa história é feita da tua, da minha e da nossa e porque nem sempre é fácil conciliar. Porque o amor não se divide, multiplica-se, mas acima de tudo por este desejo maior de o multiplicar contigo e ao teu lado, porque só assim faz sentido. Porque foste a decisão mais acertada pela via mais torta. Não estava nada errado, agora é até eu e tu sermos velhinhos.