7.5.14

Primavera


Eu não sou pela paz como tu, sou pelo turbilhão de sentimentos, pela intensidade. Não que estejamos em desacordo, nada disso, funciona tudo tão bem assim. Mas quando hoje me disseste que há coisas que eu ainda não sei, que sentimos a partir dos 40, coisas com as quais não vale a pena preocuparmo-nos, às quais não importa dar valor, quando hoje me disseste que já não perdes tempo com quem não interessa, eu senti toda a nossa diferença. Eu continuo a lutar contra as injustiças do mundo. Eu perco tempo. Eu «defendo-nos» como uma muralha num castelo. Eu ainda tenho alturas de pouca lucidez em que me considero «um pouco» imortal.
 
O fim desta semana foi um género de balanço, voltarmos a lugares onde já fomos tão felizes com pessoas que gostamos tanto. Festejar o dia da mãe ao longo de dias celebrando o que a vida tem de mais precioso. O amor a quatro como diz a Mafaldinha. Sim é um género de trevo o meu coração. A estranheza de se levantarem ventos contrários e que agora me parecem tão estranhos e distantes. É que sabes, as pessoas não se possuem. Não se perde o que nunca foi verdadeiramente nosso. No entanto tu és meu. E eu sou tua.

 
E quando hoje, naquela sala de espera pequena à espera de notícias tão, mas tão grandes, disseste que ele está amolecido com o amor, eu pensei baixinho «também eu». Nós passamos tanto tempo na vida à procura disto que depois o medo é todo o de perder isto que se tem.

 
Hoje celebramos apenas boas noticias, o fim de mais um capítulo e o início daquele que quisermos escrever.
 
 
 
Do Indie:
Seis curtas, T-shirts giras ao preço simpático de sempre, uma pizza fabulosa entre filmes e terminar em beleza e boa companhia com Joe, uma interpretação fabulosa de Nicolas Cage e de Tye Sheridan, um miúdo que tem certamente uma estrelinha.
 

 

6.5.14

Small Things


Apesar dos acontecimentos que não podemos evitar, dar aquele abraço aos amigos que queremos como família. Dar graças à vida, ao que se tem e que é tanto. O amor, o trabalho, trabalhar tão perto de casa. Ter a praia e o mar a poucos minutos de distância. Este sol que chegou para ficar, o jardim, poder almoçar lá fora em plena semana. Plantar flores, regar a horta, grelhar um peixe na brasa, fazer uma salada. Chá gelado ou só gelado. Música boa, o resto de uma «prenda» que ainda tenho para sonhar, ColdPlay, Magic. Cinema bom, em casa. Uma pulseira feita e oferecida pela miúda pequena mais gira. O primeiro feito por ela, e o valor que dou às pequenas coisas. Planos para as nossas actividades a dois e a cinco. Os primeiros caracóis do ano (os primeiros que valem). Um dia da mãe festejado ao longo de vários dias por não saber se estarias comigo. Presentes escolhidos por ti e a dois para a mãe. Uma capa para o Iphone, um verniz da cor que a mãe prefere, um rímel que me faz os olhos maiores, uns chinelos de Verão, umas calças giras. Uma placa para o teu quarto com tudo o que desejo para ti. Acordar com os pássaros a cantar. E no fim de um dia bom demais, depois de te deitar, aninhar-me e adormecer no sofá, a ver o Shark Tank ou um daqueles programas de restauro e compra de antiguidades, com o meu outro grande amor.

Dia da mãe


Dia da mãe são todos os dias, todos os dias em que te embalo no colo, te encho de beijos, te amo desmesuradamente. São todos os dias em que luto mais um bocadinho pelo nosso bem-estar, pela tua educação, para que cresças feliz. Cada história que te leio à noite deitadinhos sobre as almofadas, cada banho de espuma e com uma luva-pato que fala, canta e faz palhaçadas, cada massagem que faço com creme depois. É o aerossol, as consultas, as noites mal dormidas contigo ao colo até amanhecer. É arranjar tempo todos os dias para brincar contigo, mesmo quando o cansaço já tomou conta de mim. São as noites em que faço a tua sopa e preparo as tuas refeições deste dia e do dia seguinte, com toda a dedicação e carinho. Quando desenho caras e animais com os vegetais no prato para que os comas melhor. É pintar e fazer plasticinas contigo, desarrumar tudo e voltar a arrumar. É deixar que me dês a volta tantas vezes, e mimar-te muito, porque mimar é bom demais. É empurrar a bicicleta, jogar (mal que se farta) à bola, ao balão. É ir ao parque e brincar também. É dizer «bom dia alegria» todas as manhãs, e despedir-me com um «eu amo-te daqui até à lua e da lua até aqui» e acreditar nisso de alma e coração. É viver em sobressalto quando não estás comigo, e não estás algumas vezes, porque infelizmente as coisas não correm ainda como eu desejaria. É querer que sejas feliz acima de tudo e colocar-te sempre no topo das minhas prioridades. Dia da mãe é um dia em que recordo toda a coragem que foi necessária para seguir frente e ser feliz por nós, porque eu não posso querer muito que sejas feliz sem te dar o exemplo. Dia da mãe é qualquer dia, em que me sinto feliz só por te ter, é sentir-me abençoada por tudo isto e grata por fazeres parte da minha vida. Acompanhar o teu crescimento é um privilégio meu amor.


Sem falsos moralismos, que nunca tive, eu sou hoje a mãe que sempre sonhei ser. O divórcio, assim como a idade trazem-nos uma sabedoria diferente em relação à maternidade. Eu não sou somente uma mãe trabalhadora a 100%, sou a mãe do Afonso, a «amiga crescida» das miúdas lá de casa, e se dependesse de mim a mãe de mais uma ou duas crianças, um cão e cinco peixes. Eu consigo arranjar todo o santo dia tempo para brincar, e mesmo afónica, voz para ler a história. O meu colo é reparador, os meus beijos sei que são também. A minha prioridade é ditada pela coração, pelo que mais importa, tudo o resto é segundo plano do filme principal. E quando as dúvidas das prioridades se me colocam (que também se colocam) ele já me diz, como ontem: Mãe o mais importante é o amor.
Que orgulho enorme, ser mãe de um menino que já sabe tanto.

30.4.14

Oeiras Parque

 
Imagens Oeiras Parque
 
No Oeiras Parque nos dias 1, 3 e 4 de Maio, as crianças poderão aprender com a ajuda de profissionais a fazer colares e pulseiras em trapilho, cartões perfumados, almofadinhas para brincos, guarda-recados, porta-pulseiras, ramos de flores em papel, vasos encantados, aventais digitais, molduras e cenários em eva.
 
No mesmo período decorre uma Feira solidária promovida juntamente com a Liga dos Amigos do Hospital de São Francisco Xavier, serão recolhidos bens, angariados sócios e serão vendidos crachás. Poderá doar: livros; roupa; brinquedos; bens alimentares; bens diversos e dinheiro. Existe ainda a necessidade específica de um ovo de transporte de bebé, um carro/cadeira/bengala e um PC para os serviços administrativos da liga.
 
Os donativos serão convertidos em: Corpo clínico – ligação de pedidos de apoio às Câmaras e Juntas de Freguesia; transportes – bilhetes e fotos dos justificativos; cabazes alimentares; apoio domiciliários; kit de emergência e kit de lanches.

 

29.4.14

25 de Abril de 2014

 
 

O fim-de-semana não foi como esperei, foi muito melhor. Não fizemos nem metade do que planejámos, mas essa é a parte boa da liberdade, poder ajustar ao que nos convém. O plano de ir a Lisboa ver o filme e o fogo de artifício foi logo posto de lado depois de jantar pelas crianças, queriam era descontrair de pijaminha de um dia de escola. Vimos um filme com pipocas no sofá e soube tão bem.
 
Na Sexta esperámos por uma senhora que vinha comprar um leão da fisher-price, via OLX, mas que acabou por só aparecer da parte da tarde. No final da manhã ainda fomos comprar cravos e vegetais à praça da Parede, vimos a bandeira hasteada e ouvimos músicas de Abril. Apanhámos flores, laranjas, e caracóis. Almoçámos churrasco no jardim, e na horta plantámos alfaces e tomates olho-de-boi comprados no mercado. No jardim plantámos cravos, chagas, e outras flores. Podámos e cavámos como se não existisse amanhã. Os miúdos fizeram caça aos ovos, brincaram ao balão, jogaram à bola, e andaram de bicicleta lá fora. Os dias de sol são tão mais divertidos. No final do dia ainda ouvimos uns discos vinil com músicas da Revolução.
 
No Sábado fomos todos à festa surpresa dos 50 anos da prima Lu, e no Domingo fizemos mais um churrasco com os avós e que correu tão bem. A tarde de Domingo foi para fazer penteados malucos, e despedirmo-nos de um fim-de-semana grande a 5 e com sabor a férias. Se se pudesse eternizar estes momentos felizes. Gosto tanto, mas tanto de nós todos juntos.

24.4.14

25 de Abril

    
 
Imagens daqui, daqui, e daqui
 
No fim-de-semana lembrei-me de um trabalho que fiz para a escola sobre o 25 de Abril, e mostrei-o aos amigos que estavam lá em casa. Guardo-os todos com carinho. Lembro-me perfeitamente de um livro que li na altura sobre os prisioneiros do Tarrafal, deixou-me emocionada e isso ficou reflectido no trabalho. Acho graça quando se fala da revolução dos cravos esquecendo todas as batalhas que a antecederam e precederam, e todos aqueles que em nome da Liberdade perderam a vida, muitos no anonimato da prisão politica. Eu não era nascida, não vivi esta realidade, mas 40 não são uma vida, são pouquíssimos anos para um país. Fala-se muito na Liberdade mas eu acredito que a maioria das pessoas não sabe o que é. Não porque a tenham, simplesmente porque nunca foram privados dela. Ela não só termina onde começa a dos outros, como envolve deveres. O direito ao voto por exemplo é não só um direito como um dever cívico. Não podemos esperar representatividade política quando não cumprimos a nossa parte, o nosso dever cívico de  votar. É por isso que não compreendo as pessoas que criticam a politica do governo mas não exercem o seu direito ao voto para mudar as coisas. Não se identificam com nenhum partido podem sempre votar em branco, este vote tem valor ao contrário do «não voto» ou do «voto nulo». Gostava muito de transmitir este dever ao Afonso. Eu fico orgulhosa e feliz quando coloco o meu voto na urna, faça chuva ou sol de praia. E nas Europeias não só espero votar em consciência como trabalhar todo o dia do lado de lá da mesa, a distribuir um sorriso simpático com quem por ali passar. Sei que o Afonso fica orgulhoso de ver a mãe no panfleto do partido na porta do frigorifico mas também ficará de a ver nas mesas. Espero que um dia, cumpra o seu dever com a mesma alegria que eu, pela Liberdade de poder expressar a sua opinião de todas as formas.
 
Entretanto o fim-de-semana prolongado com miúdos pede programas originais. Gostava muito de ir com os mais novos ver hastear a bandeira na Parede e comprar uns cravos à praça. Por volta das 15h há um concerto com músicas emblemáticas de Abril na recém inaugurada SMUP, a entrada é livre. À noite era giro ir até ao Terreiro do Paço.
 
Hoje à noite na SMUP há filme com jantar incluído. O documentário «Portugal pelos caminhos da Incerteza» acompanhado por uma feijoada vegetariana a um preço muito apelativo, é um programa alternativo para graúdos.
 
No Terreiro do Paço há festejos também, gratuitos e para toda a família, a partir das 22h e até às 2h da manhã. Música, vídeo mapping e uma criação pirotécnica prometem animar os visitantes. Saiba mais aqui.  
 
No dia 25 o Jardim Botânico da Ajuda promove um dia de «Cultura em Liberdade» onde terão lugar inúmeras actividades e workshops. A entrada é gratuita até aos 10 anos, os restantes visitantes pagam 1€. Recorde-se que no fim-de-semana o Jardim promove mais uma festa da Primavera com inúmeros workshops e exposições.


E acabei de me lembrar com carinho deste Abril, em que o Afonso ainda pequenino fez companhia à mãe.

Carcavelos


Nos dias sem crianças o tempo é nosso. Trabalhar e morar perto da praia tem estas vantagens, mesmo saindo às 7h da tarde, podemos ir até à praia correr até o sol se pôr. Eu adoro a praia da Parede para banhos e o paredão de Estoril a Cascais para caminhar, mas Carcavelos é a praia dele pelo surf.

Às vezes tenho medo de celebrar como se fosse perigoso ser feliz, mas hoje as noticias são tão boas que só posso festejar, afinal a saúde é o pilar da nossa felicidade. Resolver situações muito melindrosas com um tratamento absolutamente inovador, e verificar oito meses depois que tudo está a correr maravilhosamente.

22.4.14

Páscoa


A Páscoa foi recheada de bons momentos. Três dias de jardinagem intensa, algumas dores nas costas e em músculos que eu não pensava existirem, mas também, momentos de descontracção muito bons, entre amigos queridos. Descobrimos uma nova pastelaria nas Palmeiras com as bolachas mais giras. Fomos à festa de encerramento do cinema Italiano, tirámos fotografias com bigodes ao pé de monumentos e comemos pizza no S. Jorge. Sessão dupla a terminar com o filme vencedor. O festival agora continua pelo resto do país (segue para Coimbra, Porto, Funchal e Loulé) e vale a pena assistir. Os bilhetes custam 4€, mas podem sempre concorrer aos passatempos no facebook (nós ganhámos 4 bilhetes). Os pecados da gula foram contrabalançados com peixe grelhado e saladas 100% biológicas e cheias de capuchinhas. Arranjámos troncos novos para o churrasco e enchi as jarras de Lírios e Jarros do jardim. Corremos na passadeira e lemos num fim-de-semana com um gostinho a férias.