12.1.16

Balanço


Revi mentalmente o meu ano e esqueci-me de tantos momentos. Só ao passar em revista o blog me consegui recordar de tudo. O Limão é o melhor e mais completo álbum de fotografias e recortes que temos. Adoramos revê-lo, sobretudo em anos assim, tão bons, tão completos e com tantas emoções. Que ano!

Foi o ano em que participei pela segunda vez numa Antologia de Poesia. Em que adoptámos bichinhos de seda e o canário Xico. Em que o Afonso mudou para o cinto amarelo-laranja, teve a festa de anos dos super-heróis; ficou desdentado; foi finalista da pré e entrou para a primária. O ano em que começou a ler comigo à noite. Foi o ano em que concretizei este sonho de estudar Mandarim e tive 194 no exame HSK1 e em que tratei mais de mim. Foi o ano em que ganhei coragem e fiz uma tatuagem. Foi o ano em que o Carlos foi operado, em que o meu pai e a mãe dele nos deixaram o coração apertadinho e onde ganhámos a certeza que o amor dos filhos é incondicional como o dos pais. Foi o ano em que resolvi o segundo maior erro da minha vida e o ano em aconteceu o meu (nosso) milagre. Foi o ano em que navegámos no Tejo no Teimoso; subimos ao Arco da Rua Augusta; fomos a vários festivais de cinema; teatrosexposições e fizemos experiências

O ano onde não viajámos para fora (a vida trocou-nos as voltas) mas voltámos a viajar muito cá dentro com e sem miúdos: Santiago do Cacém; Luso; Montargil; PenelaAlgarve; Vila Franca Xira e em que fomos turistas na nossa terra LisboaEstoril.

Este ano superou quaisquer expectativas que tivéssemos, surpreendeu-nos e arrebatou-nos. A vida pode ser tão maravilhosa quanto quisermos e com alguma ginástica financeira, muita criatividade mas sobretudo com um forte desejo a ditar os nossos passos, qualquer coisa é possível.

O que retiro destas imagens e deste balanço é uma aprendizagem. Que eu tenha sempre a coragem de fazer o que mais desejo, para que não deixe nesta vida nada por fazer do que realmente quero. Que eu tenha a sabedoria de escolher as minhas batalhas. Que há problemas que se resolvem com dinheiro de forma tão fácil e outros que dependem da nossa persistência e paciência. Que há pessoas e coisas na vida que não merecem que percamos tempo com elas. O que fica sempre, o que recordamos e ao que voltamos são os braços de quem nos é tão querido, a família e os amigos. Reforçar no ultimo dia do ano esta certeza que te segredo e que conheces de cor de que o segredo das coisas boas é o amor. 

8.1.16

Passagem do Ano


Adoro-nos. Adoro os minutos, as horas, os dias e os anos que passei já ao teu lado. Que desperdício de vida antes disto. Estar contigo é tão simples e para mim tão perfeito. Ser feliz é tão fácil. E quando te digo o que imagino, um quarto verde um brinde cor-de-rosa, tu sabes concretizar, como se eu não precisasse de me explicar muito e a cor fosse efectivamente importante. 

Despedimos-nos de 2015 pela última vez a dois (pelo menos nos próximos 15 anos) e foi tão especial. Perto de casa porque o Afonso regressava pela manhã, sem gastar uma fortuna porque tu lá descobres estas coisas. E entre pistácios, brindes cor-de-rosa (pequenino para a Je), ópera e uma vista linda recebemos de braços abertos e coração cheio 2016. Com a sorte do fogo de artificio ter sido alterado para os Jardins do Casino e de podermos vê-lo da varanda de pantufas nos pés. Jantei um risotto fantástico que satisfez os meus desejos, e bebi um capuccino ao pequeno-almoço que carinhosamente fizeram para mim. Lembrarei com ternura esta passagem de ano num Hotel que parece saído de um episódio do Poirot ou da Miss Marple e onde nos trataram tão bem.

4.1.16

A Preto e Branco


Depois do Natal descansámos. Arrumámos a confusão dos embrulhos e os brinquedos espalhados. Fizemos croquetes com as sobras do perú. Visitámos a família, comemos o tradicional cozido. Colocámos um ponto final aos excessos nesse fim-de-semana, com alguns bombons, fatias douradas e Starbucks. (Agora só a versão Continente com 70 kcal). Estivemos um bocadinho a dois. 

A ecografia das 22 semanas confirmou que vamos ter uma miúda (dúvidas houvessem), e o Afonso pôde ver pela primeira vez a mana no ecrã. Esperava que fosse a cores, ficou decepcionado com a imagem a preto e branco e ao início não percebia bem - oh mãe a mana é a mancha branca ou preta? A médica achou-lhe graça. No tempo dele não há nada a preto e branco. Mas depois ela foi explicando e ele foi percebendo e adorou. Diz que sai a ele e à mãe no tamanho do pé. Anda derretido com ela. Dá-me muitos beijinhos na barriga e compara a dele com a minha. Ela está enorme e mexida. Sinto pontapés e apertões e cabeçadas a toda a hora. Tem imensa força. 

A minha mãe ofereceu-me um fio com o nome dele, que eu adoro. Ainda falta escolher o nome dela. Não conseguimos chegar a acordo, são muitos a opinar. E eu ofereci uns bilhetes ao meu amor mais crescido para ver o novo episódio do Star Wars. Foi engraçado mas esperávamos mais, as expectativas provavelmente altas demais. 

3.1.16

Embolização Uterina - Falando de coisas sérias

Final do Verão de 2013. Uma semana depois.

Porque espero que um dia a minha história possa ser útil a alguém que me leia, e porque a Internet é muitas vezes uma forma de se descobrirem alternativas e novas terapêuticas partilho hoje a minha história, para que conheçam uma alternativa na primeira pessoa do singular.

Depois de me divorciar e começar a refazer a minha vida comecei a ter perdas de sangue a meio do mês que foram aumentando gradualmente. Depois de fazer diversos exames descobri que tinha múltiplos miomas no útero, dos três tipos:  subserosos; intramurais e submucosos,  Numa altura complicada da minha vida, com idas a tribunal para regular a guarda, precisava de energia mas sentia-me esgotada. Experimentei várias terapêuticas mas as hemorragias continuaram a aumentar, tendo períodos menstruais de cerca de um mês e consequentemente anemia. A par das hemorragias apareceram as dores, a fraqueza, quebras de tensão frequentes e um mau estar generalizado. Recorri a inúmeros especialistas. A opinião era unânime. No meu caso, devido a serem múltiplos miomas daqueles que dão chatice, o tratamento recomendado era a histerectomia. Foi um choque. Eu já tinha sido mãe, o Carlos tinha duas filhotas, não éramos propriamente uma família pequena, mas eu queria ter mais filhos. Queria ter um filho do homem que eu tanto amava, queria dar um irmão aos três, mas acima de tudo queria ficar bem. Foi em conflito interno com a minha decisão e com uma enorme tristeza que marquei a cirurgia. 

Já com a data marcada ouvi falar de embolização, uma técnica de radiologia intervencionista que consiste na obstrução intencional de um vaso impedindo que o sangue continue a passar nesse local, resultando em isquemia. Muito embora esta técnica seja usada para tratamento de miomas há muitos anos, só desde 2004 é utilizada para o tratamento de miomas uterinos em Portugal e por este hospital, sendo que é já aceite como intervenção em praticamente todos os seguros de saúde. Foi então no Hospital de St. Louis em Lisboa que conheci o Dr. Pisco e constatei que era possível no meu caso realizar o procedimento. Apenas num dos miomas, o maior, a taxa de sucesso seria até 70%. A embolização parcial permitir-me-ia tentar engravidar de novo, embora a fertilidade não ficasse assegurada. Os restantes sintomas desapareceriam. 

Por não ser um procedimento invasivo não ficamos internadas e saímos passadas umas horas pelo nosso pé. Não fiquei com cicatriz e embora tenha sofrido algum mau estar durante um mês após a intervenção, ele desapareceu gradualmente. 

Seis meses depois da intervenção a ressonância magnética permitiu-me verificar que a isquémia era superior a 90% em todos os miomas. O Professor Pisco disse-me que estava curada e não precisava de voltar a repetir os exames poderia controlar por ecografia com a minha médica obstetra. A Dra. Rosa Carvalho tinha pacientes que já tinham sido intervencionadas e conhecia esta solução, mas há muitos médicos que a desconhecem. O Professor Pisco faz questão de convidar a nossa médica para assistir.

Esta sua intervenção é objecto de estudo em vários países e apesar da taxa de sucesso encontra-se ainda em fase experimental. Em 2013 eu tive a sorte de ouvir uma história na primeira pessoa que me permitiu fazer a escolha certa. Em 2015 o meu (nosso) milagre aconteceu e em 2016 faremos parte desta lista, nascerá a nossa filha. 

25.12.15

Natal


O Natal aqui em casa começa cedo, dia 24 de manhã já se abrem prendas. Quero que o Afonso aproveite para brincar com as suas prendas quando está na mãe. Para ele há sempre dois natais. É difícil descrever a alegria destes dias e com a expectativa da prenda dos avós este ano mal dormia. 

O ritual das prendas não tem hora e vamos distribuindo ao longo do dia por todos. Este ano todos queriam a televisão, o Afonso para jogar PS 4, a Martinha para ver os DVD's dos The Gift e o Carlos e a Mafalda para verem a saga Star Wars. 

O perú fica a banhos de véspera, a Marta só fala no dito e no recheio durante toda a semana toda. Todos gostam, todos repetem. Há consenso à mesa e não há birras. Este ano reduziram-se os doces para se reduzirem as tentações. 

Quando ao final da noite nos sentamos juntos à mesa sinto a certeza absoluta e inabalável que amo demais esta família linda, todos sem excepção e que é uma bênção estarmos juntos. Sei hoje que a vida se transforma continuamente e nos surpreende quando temos coragem de a sonhar exactamente como queremos e sem medo de arriscar. Às vezes custa, passa-se um mau bocado no processo, há coisas imperfeitas que teimam em não ir ao lugar, mas aos poucos tudo se vai ajustando e a verdade é que a felicidade  não tem preço. 

Terminar a noite na missa do galo é já uma tradição nossa. Os miúdos refilam um bocadinho mas já a sentem como sua. Sabem ao que vamos. Digo-lhes para pensarem no seu ano, fazerem um balanço, pedirem por quem precisa, pela saúde, pela família, e sobretudo para agradecerem o que têm. E tanto que temos para agradecer este ano, sobretudo este bebé, o meu milagre, o nosso tesouro. O Afonso adormeceu exausto encostado a mim a ouvir a história do menino Jesus. Quando chegámos a casa despertaram e ainda quiseram ver um bocadinho do Star Wars. 

Que a vida nos reserve muitos natais assim juntos, plenos e felizes, com uma família maior mas com muito, muito amor. 

24.12.15

Antes do Natal


Na semana e dias que antecederam o Natal, a confusão ficou instalada. Por todo lado prendas por embrulhar, prendas por distribuir e o stress das últimas prendas por comprar. A reunião de pais já nas férias. As consultas dele e minhas, tudo marcado para altura mais calma que seriam as férias. As notas que foram tão boas e até melhoraram. A falta de jeito que ele tem para o desenho que não herdou da mãe e que me derrete. O postal que tentámos fazer para dar com a prenda à professora inspirado no que ele fez no Inglês com a Pimpa. Os cartões de natal que ainda enviámos uns dias antes do Natal assinados por todos, até pela bebé (Obrigada Cócegas nos Pés, estavam amorosos). A medalha linda que dei a mim mesma com os meus dois tesouros. O bolo rainha integral (100% anti remorsos) que fizemos a partir de duas receitas na Bimby, quase sem açúcar e com leite de soja e cuja massa ficou a crescer desmesuradamente enquanto levávamos a Marta ao concerto dos The Gift. A falta dela num fim-de-semana com miúdos. As primeiras férias que o Afonsinho passa em casa nesta quadra porque eu estou aqui. As tardes de Monopólio, preguiça e namoro. A tarde que dediquei às facturas enquanto ele se entretinha com o prémio da revista Playmobil, prenda de natal antecipada. A contagem decrescente do calendário de bombons e os sabores de Natal do Starbucks a que não consegui resistir. A foto com o pai-natal (provavelmente a última) «para a mãe ficar contente que eu sei que ele não existe». A falta de tempo e o coração a transbordar de felicidade.

20.12.15

Mon Chéri

Foi um prazer participar nesta campanha Trnd  dos bombons Mon Chéri sobretudo nesta época natalícia que convida a estes prazeres, à partilha e ao convívio. Grávida abstive-me devido ao licor, eu e os miúdos mas a restante família testou e aprovou. O sabor do chocolate e do licor de cereja fundem-se numa simbiose única e inconfundível. É impossível não reconhecer um Mon Chéri e é impossível resistir-lhes.
Nos anos do Carlos os amigos partilharam a experiência e no final da noite só «sobrou um Mon Chéri» tal como no anúncio.