4.5.20

Actividades em casa


Ao fim de 53 dias em casa com ela já experimentei quase tudo. De histórias; a actividades lógicas; fantoches; cortar; picotar; pintar com lápis; lápis de cera; canetas e guaches; brincar com letras; tips; plasticinas; legos; contar; carimbos; vídeos; audio books e todos os brinquedos «mais» normais. No outro dia até ordenámos massas com uma pinça para praticar a motricidade fina, por feitios e por cores. Vale tudo para que esteja entretida e me deixe fazer o que é preciso.

Não é fácil trabalhar ou simplesmente estar com filhos em casa em confinamento mas também não é difícil. Tento focar-me naquilo que é bom naquilo que daqui a uns tempos recordaremos como um tempo de qualidade em família. Quantas vezes de manhã me custava tanto apanhar chuva para ir por o Afonsinho à escola, voltar e apanhar de novo chuva com ela?

Trouxe das nossas arrumações à arrecadação imenso material de outros anos escolares do Afonso. Livros de actividades e de colorir, alguns por estrear. Tinha 2 conjuntos de guaches quase novos. E agora já há cores gastas. É bom utilizar aquele material que estava guardado à espera daquele dia que ia dar jeito. É este o dia! Mas é claro que entretanto há faltas de algumas coisas. Compro online, gosto de ajudar o pequeno comércio nacional, hoje mais do que nunca. A Joana é uma amiga de longa data, que tem um cantinho especial chamado Até à Lua, em Faro, vejam a loja online aqui. Ali lêem-se histórias, vendem-se brinquedos, jogos e material, e o que de bom me trouxe também o confinamento foi este encurtar de distâncias. Agora conseguimos assistir à hora do conto, construir coelhos no atelier da Páscoa, fazer uma aula de música com Nuno, tudo gratuitamente e online. Ora espreitem a página do facebook aqui e o calendário para saber mais.

Aos pais que me lêem, que tantas vezes se queixavam de falta de tempo de qualidade, de tempo com eles, aproveitem agora. Se pensarmos em quem está neste momento doente, ou perdeu algum ente querido, nos países em guerra, ou noutras doenças contagiosas mais fatais, aí fica muito fácil valorizar o que temos.

É por isso que hoje que entramos numa nova fase desta batalha e num desconfinamento faseado, eu fico de pé atrás. Não só porque não nos sinto muito coerentes nesta questão de ter liberdade condicionada (se deixarem os portugueses continuam a encher o paredão), como porque das medidas tomadas há uma com a qual discordo grandemente que é a abertura das creches. Se em todas as actividades é necessário um retomar com regras de distanciamento e sanitárias reforçadas: usar máscara, álcool gel etc. e se até as crianças do ensino básico estão com telescola. Qual o sentido de abrir as creches? Como tencionam evitar que bebés e crianças que partilham sanitas, lavatório, dormem próximas na sesta, estão juntas nas mesas da sala, brincam juntas, abraçam-se, beijam-se, almoçam juntas, partilham objectos que levam à boca, e não usam máscara, não se contagiem? E depois mesmo que não adoeçam e sejam só portadoras, infectam a família toda.

À parte do desabafo, fica a sugestão, não tenham pressa de retomar rotinas, ainda não há vacina, o risco existe. Olhem para o copo meio cheio, reinventem a vida que se quer devagar. E recordem que a nossa liberdade termina onde começa a do outro e se com a minha atitude afectar a vida dos demais estou a desrespeitar e a perigar a liberdade do próximo.

Poderão também gostar de ler: Actividades para a Quarentena de A a Z.

Já nos seguem aqui no Instagram?

26.4.20

Lar doce lar


Nunca me dediquei tanto tempo seguido a esta casa e já cá estou há uns aninhos. Tantos pequenos projectos foram sendo adiados, por falta de tempo e agora colocados no topo da agenda. 

Limpar e arrumar ajudam-me a manter a cabeça ocupada e a não pensar tanto. Por outro lado tornar o nosso cantinho mais agradável tornou-se imperioso já que os nossos dias são passados aqui a 100%. A isto juntam-se as limpezas de Primavera, trocas de roupeiros e sapateiras. Ver o que serve e não serve aos miúdos. Não há vendas na Kid-to-Kid mas há desapego solidário. Doar nunca fez tanto sentido. 

Não saio de casa há 45 dias e em quase todos eles arrumei e limpei algum cantinho da nossa casa. Nos dias de trabalho e aulas sobram-me as horas de almoço e o final da tarde. Nos fins-de-semana é a loucura e o Carlos alinha comigo e já cimentou e pintou paredes, pendurou quadros, colocou silicone na banheira, desmontou e montou móveis. Já tirámos a ferrugem de varões e pintámos, impermeabilizei a cortina da banheira, limpei todos os sapatos de nobuck. Lavei edredões, almofadas e um sem número de roupas. Projectos mais pequenos até já perdi a conta como trocar lâmpadas, colocar calços nas cadeiras, mudar plantas de vasos, tratar do jardim, plantar coisas, coser botões e meias. 

Por outro lado temos feito algumas compras que andávamos há imenso tempo  a adiar, um frigorífico, um cesto para a roupa, uma pistola de silicone, as almofadas das espreguiçadeira e para breve talvez a televisão. Coisas que fazem falta mas que nunca priorizámos. As férias que não iremos ter com os miúdos darão para estas coisas e aumentam substancialmente a nossa qualidade de vida. 

O que mais me surpreende no entanto é a quantidade de coisas que encontramos por fazer e a satisfação que isso nos traz. 

Por fim temos encontrado em cada arrumação um sem número de tesouros que não recordávamos ter. Molduras, quadros, DVD's, vasos, hoje até um liquido de limão para o aspirador encontrámos na arrecadação. Estamos empenhados em minimizar, destralhar e arrumar e fazemos caixas e caixas de coisas para dar. A roupa vai para os contentores próprios e alguns amigos, os quadros para outros amigos, a roupa de bebé para uma conhecida que vai ser mãe pela 4ª vez. 

Menos é mais, e um espaço arrumado e cuidado, exige menos manutenção, dá-nos outro alento, faz-nos mais felizes. 

E por aí, também andam em arrumações?


Já nos seguem aqui no Instagram?

21.4.20

Páscoa


Quando fomos em Fevereiro ao Algarve trouxemos um folar, que tive a ideia de congelar. Não imaginava que tão cedo não poderíamos viajar, que as aulas, as férias e a vida seria adiada. As amêndoas que encomendei não vieram nem os ovos de chocolate, mas tínhamos uns de reserva que o Carlos comprou na última ida às compras antes da quarentena e que valeram uma animada caça aos ovos. Não tivemos cabrito, não visitámos a família, mas fizemos a nossa Páscoa vestir-se de calor humano e sentimentos bons. O folar descongelado soube pela vida e com a garrafa de Fiuza rosé guardada e o ice-tea para os miúdos fizemos o brinde à saúde que tanto desejamos para todos. 

Sei que este período vai ficar na História, que a natureza nos pede uma trégua e que estamos a passar por um duro teste à nossa resiliência. 

Depois disto tudo vamos ter de renascer e recomeçar. Também Ele ressuscitou e deu a sua vida por nós. A nossa fé também é testada com as imagens que nos chegam do mundo mas é nela que encontro a minha paz. 

Como foi a vossa Páscoa?


Já nos seguem aqui no Instagram?

17.4.20

Anos Constança



A Constança fez 4 anos no dia 8 de Abril. A minha bebé tão desejada, está a crescer. 
O ano passado, por esta altura, estávamos de férias na Madeira com os manos e uns dias depois fazíamos a festa com os amigos no Vila Galé de Sintra, no Club Nep

Neste dia éramos para estar na Serra da Estrela, mas a vida trocou-nos as voltas. 

Este ano não houve uma grande festa. O bolo encomendado não veio e tivemos de improvisar. As prendas comprei com antecedência mas o papel de embrulho foi inventado. A prenda preferida, foi comprada inteiramente pela Internet e fez um enorme sucesso. a bicicleta da Frozen tem lugar traseiro para o bebé, cestinho à frente e ainda pendurámos uma seta luminosa na roda que tínhamos trazido para o efeito das férias de natal à Bélgica.

Não tiveram presentes os amigos, a família está reduzida, mas os avós, a tia e as manas cantaram os parabéns por video-chamada. A Madrinha veio dizer adeus ao portão. 

Houve panquecas cor-de-rosa ao pequeno-almoço, banho colorido de hidromassagem, maquilhagem, filmes da Frozen e pipocas e gomas e o dia foi mesmo muitooo feliz. 

Já nos seguem aqui no Instagram?

14.4.20

Bootcamps Letivos Online


O Afonso terminou o Bootcamp em Scratch e gostou imenso. Fez umas animações com o tema da Páscoa e o melhor é que vai ter utilidade agora para o terceiro período (que começou hoje em força). A informática é o futuro e os miúdos hoje adoram aprender tudo o que tenha a ver com programação, jogos e youtube, pelo que só posso recomendar a Happy Code. 

Neste momento estão disponíveis aqui os novos Bootcamps letivos online. Se não sabe como entretê-los e quer apostar numa formação que lhes desperte o interesse e aguce a curiosidade e o engenho este é o curso certo. 

Já nos seguem aqui no Instagram?

9.4.20

Primavera e Calma


Nos primeiros dias desta quarentena a única coisa capaz de me acalmar eram as limpezas. Tinha (e tenho) tanto medo por nós e pelos outros. Toda esta realidade me assusta e dei por mim a tentar dar-lhes mais vitaminas e a ocupá-los e mimá-los para que estivessem felizes. Chegava à cama tão exausta que dormia logo. Isto durou uma semana. A mania das limpezas continua mas com peso, conta e medida, porque por enquanto dispensámos a nossa ajudante e mesmo o jardineiro e temos feito tudo sozinhos. 

Estamos num núcleo duro, quase que fechados na nossa concha e aos poucos vou começando a respirar fundo. Se não sairmos tudo passará. Tudo vai ficar bem. 

Comecei a centrar-me no jardim e na casa mas em prol do nosso bem-estar. Quero muito tornar o nosso cantinho o mais agradável e confortável possível. Em cada armário que mexo descubro coisas que já não me lembrava. Já arrumei um roupeiro e o grande armário dos livros, vários armários mais pequenos e sinto que ainda nem cheguei a meio. Descobri entretanto um sérum da Rituals que tinha por estrear, é tipo roller e é relaxante (é semelhante a este). Tenho colocado antes de dormir. Outro dos meus grandes prazeres é o cacau CALMA da Mafalda Pinto Leite. Adoro. 

Por estes dias a Primavera chegou. E com ela despontaram os bolbos que a Mafalda e o Afonso plantaram há alguns anos. Todos os anos renascem. A natureza não mostra sinais de querer abrandar, é imune a esta crise e ressurge alegre no meio dos trevos. Os ramos das ameixeiras enchem-se de flores , em breve frutos suculentos. Os pássaros cantam felizes e tão livres como sempre. Tão felizes que não largam as sementes que plantámos e por isso começámos a construir um espantalho. 


Já nos seguem aqui no Instagram?