21.4.14

Antes da Páscoa

 
Na Páscoa houve recobro. Ranhocas teimosas e tosse. Fomos buscar água ao mar que sempre funciona melhor (é o efeito psicológico). Respirámos aerossol e ar puro do parque onde a mãe também brincava quando era pequenina. Gosto disto, destes sítios comuns que revisitamos, que vejo de novo através dos olhos dele. É o que há de melhor em pertencer a um lugar, este conforto, esta empatia, a História. Esta semana também viajaram da minha infância para a tua uma colecção de discos que a avó Cila trouxe - o Mischa, a Joana como a Papa os Passarinhos a bailar. Só é um pouco chato ter de virar o disco a cada canção. A mamã também fez exercícios como os dos cadernos e eu já consigo ligar as iniciais aos nomes das coisas – E de elefante, O de óculos. Brincámos muito, vimos muitos episódios de «O Meu Cão Tem um Blog» e da «Violetta» (medo!), e o filme dos Cinco. Os ovos de chocolate adiantaram-se à Páscoa e depois de terminadas as dores de barriga, isso e os batidos de fruta. E nestes dias, que antecederam o fim-de-semana, houve mimo, muito mimo.

15.4.14

Cinema

Adoro cinema. Adoro cinema antigo e cinema europeu, aquele mais fora do circuito comercial, mais alternativo, mais tradicional mas também mais inovador. Adoro festivais e os que vão passando por cá nestas alturas. Cada vez temos mais: A festa do cinema Italiano, a Monstra, o Indie, a festa do Cinema Francês, o Estoril e Lisbon Film Festival e para os mais pequenos o Play, o Indie Júnior e a Monstrinha. Gosto da variedade, da aposta na diferença, da originalidade dos argumentos, da oportunidade de conhecer jovens realizadores. E claro adoro o preço dos bilhetes, o ambiente, as conversas, e toda a envolvente. Conhecer realizadores é sempre a cereja no topo do bolo.
 
 Ainda não assisti ao Festin - Festa do cinema em Português - mas valorizo a iniciativa. Aliás, Portugal foi um dos países onde mais se desenvolveu o cinema ao início, e falamos do séc. XIX e do cinema mudo. Fomos um dos países pioneiros e impulsionadores do cinema contribuindo para a divulgação e inovação no que diz respeito às máquinas de filmar e de projetar. É uma pena que antes da Revolução de Abril o cinema em Portugal tenha assistido a uma estagnação. Sou muito a favor do cinema comercial português, aquele que leva os portugueses às salas de cinema sem serem precisas dobragens ou legendas. Porque em última instância é a entrada de capital que impulsiona a indústria. Mas não sou a favor de se fazer tudo em prol de audiências. Não aprecio grandemente argumentos tipo «Sei lá» mas talvez façam falta, quiçá. A Gaiola Dourada foi um enorme sucesso de bilheteira, incomparável a qualquer um dos filmes do grande mestre Manoel de Oliveira. De qualquer forma, acho que Portugal é um país de contadores de histórias. Assim foi Camões, Gil Vicente, Eça de Queirós, José Saramago e até Cristiano Ronaldo. Por isso façamos História e façamos filmes! 
 
Nós fomos à pré-abertura da 7ª edição do cinema italiano a bordo do MSC Orchestra onde assistimos à exibição do episódio Adelina, do filme Ieri, Oggi e Domani, realizado por Vittorio de Sica e protagonizado pela Sophia Loren e por Marcello Mastroianni. Adorável. Na próxima Sexta os planos passam pela despedida no cinema de S. Jorge, entre amigos, pizza, e uma noite que se deseja de calor para podermos esplanar sobre a Avenida.


14.4.14

Sportingggg

 
As meninas estão de férias no Algarve, e nós tivemos o primeiro fim-de-semana sem elas em muito tempo. O Afonso sentiu bastante e nós também é claro. Os telefonemas são diferentes em facetime, só palhaçadas, e até o cão vem ao telefone, mas não é a mesma coisa que estarmos juntos. Como somos menos conseguimos uns bilhetes para o camarote da Liberty para ir ver o Sporting, e está já prometido que havemos de ir os cinco. Foi o primeiro jogo do Afonso e foi logo em grande, camarote, jantar incluído, e dois golos em casa. Para juntar à festa conheceu o Jubas ao vivo e a cores que lhe autografou um livro do génio da taça. Uma noite a recordar por muitos e bons anos!!!


11.4.14

O prazer de ler

 
Gosto de ler tanto ou mais que escrever. Gosto de viajar pela leitura e gosto de cultivar este gosto nele. Em casa a biblioteca tem crescido imenso e é bom que assim seja. Este ano na escola a professora incentivou os miúdos a visitarem a biblioteca. Ficou esse gosto e temos mesmo de voltar. Recentemente recebi este livro giro, cheio de boas ideias, por ter partilhado um pouco da minha história aqui. Gosto destas listas de compras da Catarina, e dos conselhos nutricionais tão acertados, bem como do aspecto delicioso do livro, com um design catita e atractivo. Podemos usá-lo como livro de referência, para listas de compras e receitas. Já há mais de um ano que modificámos imenso os nossos hábitos alimentares lá em casa, porque queremos viver bem e por muitos anos. Muitas fibras, vegetais e peixe, a manteiga deixou de fazer parte da lista de compras e o pão integral passou a ser o de referência. As massas passaram a ser tricolor e os carrinhos de compras abastecem-se sobretudo de frutas e vegetais. Não me lembro da última vez que comprei um pacote de batatas fritas ou um queijo sem ser queijo fresco, ou fatiado light. É claro que para os miúdos há sempre hidratos, e alguns bolos, mas privilegiamos os feitos em casa a dez mãos.


Quanto ao Afonso todas as noites lhe leio histórias que ele adora e não prescinde. Negociar ir para a cama passa por «olha que se queres brincar mais um bocadinho já não há história» e é remédio santo levanta-se logo, ficar sem história é que não. Ele começou a desinteressar-se recentemente dos livros mais infantis mas adora as aventuras do Gerónimo Stilton. Já eu acho imensa graça à linguagem destes livros cheios de palavras eruditas, que mesmo que não conheçam o significado vão compreendendo no contexto da leitura. «Exasperar» é uma palavra que a mamã usa muito hehe, mas há tantas outras giras que dá mesmo gosto ler. E a criatividade destes livros? Fora de série. A Mafaldita já vai lendo sozinha e também adora o Gerónimo ou não fosse homónimo do papá.

9.4.14

My favorite things


Gosto das pequenas coisas, das que os fazem felizes sem ser preciso muito. Um sol radiante, um bom filme, boa companhia, risos e gargalhadas de crianças. Um restaurante que descobrimos com amigos onde vou voltar certamente (Moules & Gin). 12 Years a Slave depois de um jantar memorável. Gosto de arranjar o que tem arranjo, substituir o que não tem. Gostei de estofar o sofá sem me ver livre dele. Gostei de mandar para a reciclagem a batedeira velha e partida e arranjar uma nova maravilhosa e amarelinha e que faz o melhor chantili de sempre. Gosto de feiras de velharias e de as ver com calma nos fins-de-semana sem miúdos. Gosto das peças que lá encontro e que procuro por meses a fio. Gastei um total de 4€, num livro, numa taça de vidro grosso antigo, uma jarra simples e uma molheira linda cor-de-rosa muito antiga das Caldas. Gosto do café do costume onde nos conhecem, com exposições e música gira, e coisas para venda sempre originais como esta vitrina de brinquedos antigos. Gosto, aliás adoro, o novo restaurante de sushi mesmo ao pé do trabalho onde já nos oferecem miminhos porque já nos conhecem. Gosto de baunilha e de tudo o que cheire e saiba a baunilha. Adoro o açúcar baunilhado da Royal que descobri no Jumbo. Gosto do chapéu-de-chuva colorido e da colecção de bonecos do Bongo que recebemos pelo correio. Gosto do conceito das lojas de caridade. Ouvi falar disto pela primeira vez no blog daConcha e descobri recentemente uma em Mem Martins. Funciona com donativos do Lidl, é uma Loja Amiga cujos fundos revertem para instituições de carácter social e que vende sobretudo artigos novos. Comprei material de escritório a 1/3 do preço normal e com o respectivo recibo. Por exemplo os separadores Post-it custaram 0,30€, a caneta da Rotring 0,25€. Os envelopes grandes 0,50€ e o papel fotográfico autocolante 2,5€. Gosto de fazer granôla caseira, do cheirinho que fica na cozinha, e gosto de a comer num copo à noite em frente à televisão. 

Morada da loja amiga ABLA: R. José Brandão de Almeida, nº 1 Loja A / Bairro Ouressa / Mem Martins
 

Primavera

 
  

Nenhuma tempestade dura para sempre. Depois vem sempre a Bonança. E eu mal posso esperar pelos raios de sol que vêem quando enchemos o coração de coisas boas. O mais importante é o amor, o Afonso repete e sabe de cor. É o móbil das nossas vidas. É tão bom ser feliz e rodearmo-nos das pessoas certas que não vale a pena perder tempo com o resto. Adoro pessoas que agem, que vivem, pessoas de acção, com estamina, com energia, alegria e coragem. Adoro pessoas resilientes que se levantam quando caem com determinação, honradez e palavra. E depois há as outras, que nos prejudicam, atrasam, que não vivem nem deixam viver, pessoas que vivem a reboque das outras, sem vontade, sem capacidade de decisão, sem honra e sem palavra. Até isso terá um fim, eventualmente.


Adoro a Primavera, a vida a renascer, os pássaros a cantar, os dias maiores e a brisa quente. Adoro as flores que rebentam coloridas por todos os cantos do jardim. Adoro encher as jarras lá de casa, a diferença que isso faz numa sala. Adoro como na horta tudo se enche de cor e renasce. Adoro os cheiros da Primavera ainda que me façam espirrar. As cores, os sons, a luz. Que estes dias sejam assim de renascimento, de amor, de cor e de luz.

3.4.14

O escuro

 
No outro dia tive receio de um bicho na casa de banho mas ainda assim peguei nele com uma pá e coloquei-o lá fora. Numa outra situação o Afonso demonstrou o seu receio, e não obstante eu apoiá-lo como sempre de forma incondicional, falei-lhe em reacções instintivas e em coragem. Explico-me demais. Falei-lhe em como as nossas reacções são defesas inatas do nosso organismo a potenciais situações de perigo. O medo é um aliado. Está do nosso lado, devemos ouvi-lo muitas vezes. No entanto depois de o analisarmos devemos avaliar racionalmente a sua perigosidade. Não devemos deixar de fazer alguma coisa que queremos muito com base em medos irracionais.

A dada altura o Afonso comparou-nos e eu disse-lhe uma coisa em que acredito profundamente: Coragem não é enfrentar tudo sem ter medo, é ter medo e ainda assim enfrentar tudo com coragem. Não deixes nunca de viver esta verdade, porque deixarás de viver em pleno o que a vida tem de melhor.

Eu sei que estávamos apenas a falar do escuro e bastava ter acendido a luz, mas podia ser alguma coisa mais séria e já fica a advertência.

1.4.14

Pensar Verde

 
 
 
 
No recobro há Legos e brincadeira. Star Wars, policias e ladrões e Turtles. Depois de uns dias de sopas e descanso a mãe foi à escola fazer de Cinderela. A Dina lá nos arranja estas coisas. Do avental à coroa, lá se arranjou tudo a preceito e lá estivemos várias mães numa manhã diferente com os nossos tesouros. No fim-de-semana fomos à antestreia do Rio2 e foi super divertido. Jogámos à bola, conhecemos algumas personagens do filme, ganhámos sumos e barritas chocapic, mas adorámos sobretudo o filme que não podia ter sido num dia melhor. É que esta consciência de proteger o planeta e as espécies, foi reforçada com a hora do planeta mais à noitinha. E assim depois de prepararmos um belo jantar comemos à luz das velas e fizemos jogos de mímica e sombras chinesas na Parede. Este fim-de-semana houve muitos morangos com e sem chantili e ovinhos de codorniz que parecem mesmo ovinhos de dinossauro em ponto pequeno.

Primavera

   

Estofámos o sofá, ficou como novo. O puf com o mesmo tecido até parece que veio de origem com ele. Os miúdos aprovam e eu adoro, sobretudo a parte de reaproveitar o que se tem. Temos recebido alguns prémios giros nestes dias, coisas que gostamos e que nunca são demais. Os dias de chuva e de sol e a Primavera trouxeram os jarros. Tenho apanhado flores novas do jardim. O Afonso tem uma nova amiga, a escova de dentes do Star Wars é da Gum comprada na farmácia do Alegro. Tem uma luz que acende, qual sabre de luz e cronometra o tempo certo para escovar os dentes e evitar o constante «Oh mãe já está?». No fim-de-semana sem miúdos aproveitamos para conhecer sítios novos aos quais vamos certamente voltar um dia.