3.4.14

O escuro

 
No outro dia tive receio de um bicho na casa de banho mas ainda assim peguei nele com uma pá e coloquei-o lá fora. Numa outra situação o Afonso demonstrou o seu receio, e não obstante eu apoiá-lo como sempre de forma incondicional, falei-lhe em reacções instintivas e em coragem. Explico-me demais. Falei-lhe em como as nossas reacções são defesas inatas do nosso organismo a potenciais situações de perigo. O medo é um aliado. Está do nosso lado, devemos ouvi-lo muitas vezes. No entanto depois de o analisarmos devemos avaliar racionalmente a sua perigosidade. Não devemos deixar de fazer alguma coisa que queremos muito com base em medos irracionais.

A dada altura o Afonso comparou-nos e eu disse-lhe uma coisa em que acredito profundamente: Coragem não é enfrentar tudo sem ter medo, é ter medo e ainda assim enfrentar tudo com coragem. Não deixes nunca de viver esta verdade, porque deixarás de viver em pleno o que a vida tem de melhor.

Eu sei que estávamos apenas a falar do escuro e bastava ter acendido a luz, mas podia ser alguma coisa mais séria e já fica a advertência.

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