Avassalador. Este final de ano foi exigente, não pela matéria, nem pelas disciplinas, nem por ele estar em perigo de chumbar ou ela muito menos. Foi um culminar de factores, de histórias. Cada vida dava um livro e a nossa não é excepção. Infelizmente a saúde não ajudou e passei por um período mais conturbado. Nada está resolvido ainda mas foi-me difícil encaixar, ainda é. E claro que o ano lectivo não pára. É trabalhos para a escola, é estudo e são os desafios da idade de um e de outro. Este ano o Afonso pregou-me um grande susto, que felizmente não passou disso mesmo, de um susto. Mas a verdade é que a maternidade é um desafio à nossa força interior mas também à nossa capacidade física, de aguentar noites sem dormir, de ter tudo sempre pronto e impecável, para que nada lhes falte. Mas também é um desafio psicológico, quando os filhos nos afrontam com atitudes menos esperadas, com notas menos boas, com comportamentos menos próprios. Este ano foi conturbado. Fui a última levar os calções para a festa da Constança. Não imprimi fotos a cores das penúltimas férias do Afonso, não li a caderneta dela todos os dias, e mandei partes de cima a mais e de baixo a menos muitas vezes. Mas li para ele e ele para mim quase todas as noites, estudei com ele, ajudei-o em todos os trabalhos da escola, e nas apresentações mais exigentes em Inglês. Senti que não obstante o seu desvario e coração lamechas continua a confiar em mim e a contar-me tudo. Senti que sente que tem em mim a melhor amiga. Senti que mesmo falhando por vezes, não falho sempre. As notas de ambos são muito boas. Ela podia já estar mais avançada no desfralde mas de resto está tudo adquirido. Tem um vasto vocabulário, decora as letras de todas as músicas, e eu sinto e sei que é porque é feliz, porque eu canto e danço com ela desde o dia em que nasceu ainda na maternidade. Na avaliação do Afonso vinham sempre estes mesmos dizeres.
Sei que tenho de me acalmar nesta exigência mas eu sempre adorei fazer trabalhos para a escola em miúda. Fazemos apresentações com banda sonora, BD's, biscoitos, só falta mesmo o powerpoint e o ponteiro de laser heheh. Em casa todos assistem, até as meninas e colocamos dúvidas. Bem sei que é a terceira classe e temo não aguentar o ritmo a dada altura. Sei que tenho de relaxar. Fez uma apresentação tão exaustiva no 25 de Abril que uma hora mal chegou :) e o avô ainda foi à escola falar para a turma. Gostava imenso de poder contar com o pai nestas alturas, mas não acontece. O Afonso também acaba por me pedir sempre a mim por saber que levo as coisas para este patamar e que tem sempre boas notas. Gostava que fosse mais autónomo no estudo, tenho puxado por ele nesse sentido. Está em aquisição. Este ano começou a preparar o seu pequeno-almoço e foi rara a manhã que saiu sem fazer a sua cama. Mas ainda me ajuda muito a pedido, é pouco solicito.
Ela é ao contrário, quer varrer, arrumar a louça, a roupa com a mãe, e até me ajuda a fazer a cama. Imita-me em tudo e até calça os meus sapatos e veste a minha roupa quando estou distraída. Depois diz que é a mãe. Está uma graça. Apesar de ter deixado de mamar ao peito continua muito ligada a mim, tem ataques de choro a toda a hora que me quer grudada a ela e agarra-me as pernas a andar. É difícil de a acalmar quando está assim sem o meu colo.
Agora chegámos às merecidas férias. Não comprei livros de fichas como nos outros anos. Comprei livros para ler, tenho gramáticas para treinar e o resto das fichas que não foram feitas do livro. De resto quero descanso para eles e para mim e criatividade. Tenho promovido o detox digital com o Afonso, não tanto quanto desejava mas ainda assim. Quem mais por aí com este dilema? Por mais livros e menos Youtube? Por mais descanso e criatividade e menos stress e TPF?
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