14.8.11

Praia, praia, praia


Acabámos por não ir passar o fim-de-semana ao Alentejo, mas nem por isso deixámos de passar o dia inteiro juntos. Adoro ver o Manuel e a Bárbara com o Afonso, a paciência interminável que têm para ele que está a atingir aquela idade tramada das birras constantes.

Foi praia de manhã e de tarde, churrasco e petiscos todo o dia. Algumas coisas light, mas a maioria nem por isso. Depois do almoço nós os quatro, adultos, espreguiçámos a ler à sombra sem conversar. Somos já tão amigos, e com tanta intimidade que os silêncios não nos incomodam minimamente. Ao jantar fizemos umas conquilhas e mais uns petiscos e enquanto púnhamos a mesa comentávamos como é engraçado cada um já ter o seu lugar marcado. 

Hoje arranjei coragem para acordar cedo, e valeu bem a pena. Ao fim de vários anos a ver os mais velhos passearem com uma pasta cinzenta espalhada no corpo, na praia, aprendi o seu segredo. As mais velhas ensinaram-me a raspar a pedra na rocha, a juntar-lhe água e a fazer a dita argila para espalhar no corpo. Faz bem às dores e à pele, dizem. Toda a família experimentou. Ao que parece a tradição popular tem fundamento.

Eu sinto-me perfeitamente integrada nesta praia, com o meu fato de banho maravilha e a minha pele branquela. Só me faltava a lama cinzenta para me fundir na paisagem. A praia da Parede é conhecida há anos pelo seu solário recomendado pela sua orientação solar para tratamento dos ossos. Rica em iodo e perto do Hospital de Sant'Ana, é uma praia abrigada, com bandeira azul e de renovada biodiversidade. E, neste momento, é também a minha praia. 

Amanhã faço o me jantar de aniversário. Começo sempre os festejos na véspera. Vou ter a maioria das pessoas que comigo partilharam este último ano, presentes. É muito, muito bom, ter amigos assim, verdadeiros, incondicionais e intemporais. Não consigo conceber a minha vida sem vocês. 

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