27.11.16

10 boas razões para viajar com um bebé até 6 meses


Diploma da primeira vez que viajei de avião com a TAP em 1992 para a Madeira. O da Constança vinha dentro da revista da TAP para crianças e pedi para ser assinado pelo piloto como recordação.

Ao contrário do que possa parecer, viajar com um bebé pequenino é extremamente fácil e gratificante. Na verdade e para quem tem filhos mais crescidos até chega a ser mais simples em termos de logística e gestão de stress, porque eles não refilam nem correm por todo o lado, nem entram em stress se não têm nada para fazer. De qualquer forma para ajudar os mais indecisos aqui ficam 10 boas razões para viajar com bebés até 6 meses:

1 - Um bebé não paga bilhete de avião: Paga uma taxa simbólica e viaja ao colo dos pais.

2 - Um bebé não paga estadia: Os hotéis norma geral oferecem a estadia até crianças de 2 anos, alguns até cinco.

3 - Um bebé que mame não precisa de biberões, papas, esterilizador, colher, prato, copo etc. Em termos de logística é dos mais prático que há, tem sempre alimento em qualquer sitio ou hora e à temperatura ideal. 

4 - Um bebé que mame na aterragem e descolagem não sente dores de ouvidos pois o movimento de sucção previne este incómodo.

5 - Um bebé até seis meses dorme grande parte do dia, pelo que é bastante provável que durma na maior parte do voo, ao contrário de crianças um pouco mais crescidas que ficam mais impertinentes quando precisam de estar quietas e se sentem condicionadas.

6 - No caso de bebés o ovo e carrinho é levado até à entrada do avião evitando ter de carregar a criança ao colo. Pode-se pedir à hospedeira que leve o ovo na parte dianteira do avião para o caso de necessidade. De outro modo rodas e ovo são guardados no porão e colocados à disposição logo após a aterragem à saída do avião. É realmente prático e cómodo.

7 - Viajar com uma criança de colo, possibilita em Portugal fazer check in prioritário e entrar no avião em primeiro lugar, permitindo acomodar todos sem stress ou confusão.

8 - Viajar com um bebé permite levar bagagem de mão própria sem limites em termos de líquidos, leite, papa ou água que são neste momento condicionadas por questões de segurança a 100 ml por passageiro.

9 - Pais que viajam com bebés têm prioridade para entrar em inúmeros museus. No nosso caso permitiu-nos ver a casa de Anne Frank cujas filas de espera para entrar são de horas, e cujos bilhetes comprados online estavam esgotados semanas antes. 

10 - Viajar com um bebé é uma excelente forma de aproveitar a licença de maternidade, aquele tempo único em que temos todo (ou quase todo) o tempo do mundo para os nossos rebentos e construir memórias para toda a vida. 

4.10.16

I AmSterdam - a viagem


Decidimos tirar estes dias ainda a Constança era muito bebé, foi o nosso presente de aniversário. Pensámos imediatamente que queríamos seleccionar algumas visitas mas não preencher os nossos dias de actividades cansativas, porque com a bebé a logística é complicada e a disposição um pouco imprevisível. Faríamos uma a duas visitas por dia. Escolhemos as que preferíamos. E assim no primeiro dia fomos ver a casa museu de Anne Frank, que para mim foi um dos pontos altos da nossa viagem. Fiquei muito sensibilizada e comovida por ver o local onde a família viveu escondida, onde foi escrito o mais famoso diário, onde tudo aconteceu. As filas são enormes, e aconselho vivamente a compra dos bilhetes online com muita antecedência da viagem. Nós já não conseguimos mas felizmente deram-nos prioridade com a bebé. (Esta prioridade conseguida na entrada online foi um pouco a custo, a maior parte dos locais na Holanda não dão prioridade a bebés de colo). Os acessos são complicados, pelo que o carrinho de bebé ficou à entrada e a Constança foi ao colo. No primeiro dia visitámos ainda o mercado flutuante de flores, o Bloemenmarkt e claro trouxemos Tulipas de recordação. 
A Constança andou sempre bem disposta, dormia no carrinho mamava quando queria. A maior parte das casas de tijolo têm um banco de jardim em madeira à entrada pelo que foi sempre fácil parar para amamentar. Não havendo banco de jardim há sempre um café por perto (o café é mesmo muito bom em Amesterdão). Durante o dia comíamos Street Food e à noite fazíamos qualquer coisa no apartamento. Procurámos experimentar as coisas mais típicas, como o arenque cru (eu não tive coragem de comer cru), as famosas almôndegas, os croquetes, os Waffles, a tarte de maçã com natas (várias vezes :), sim mãe eu confesso!), e as batatas fritas tradicionais com molho e em cone de papel, entre outros petiscos que encontrámos em bancas de rua e roulotes. Acho que podia fazer um post só sobre comida já que é um dos principais prazeres que experimento a viajar. Achei a alimentação holandesa muito apelativa, a oscilar entre o saudável e o nem por isso. Há muitos batidos, sumos naturais e iogurtes com granôla à venda por todo o lado, a variedade de saladas já prontas é imensa, o pão de espelta, mistura e sementes encontra-se em qualquer supermercado, bem como o xarope de agave, mas também é fácil ser tentado por bolachas, baggels e chocolates. No quarto e último dia fizemos a nossa única refeição a sério num restaurante, no Jardim Botânico. Comprámos almoço, three course lunch, e entrada no jardim em conjunto. Valeu muito a pena, estava fantástico e o jardim é lindo, foi uma excelente despedida. Na mala trouxemos bolachas e waffles para os miúdos e latas de arenque para nós. 
No segundo dia fomos à Concerto, uma loja de discos emblemática onde eu acho que nos cruzamos com o Paulo de Carvalho. Trouxemos um disco e um CD, mas eu por mim trazia a loja. Esta é a minha praia. O dia continuou com uma visita ao museu de Van Gogh, outro ponto alto da viagem, pelo menos para a mãe. Tínhamos adquirido os bilhetes online antes da viagem e ainda bem, porque, aqui também, a fila era longa. Este é o meu pintor estrangeiro preferido e adorei saber um pouco mais sobre a sua vida e as interpretações sobre as suas perturbações. É de facto mágico viajar sobre a sua obra, que é tão vasta e ver uma colecção tão rica das suas obras, embora não tenha visto alguns dos meus quadros preferidos, como o «Terraço do Café à Noite» que eu carinhosamente chamo de Café de Paris, pude ver outros como, «O quarto em Arles», um deles pelo menos. um dos emblemáticos «Doze girassóis numa jarra» ou aquele que erradamente é considerado o seu último quadro «O campo de trigo com corvos» e ainda «Amendoeira em Flor» e o «Par de Botas». Pude ainda apaixonar-me perdidamente por «A Ceifeira» e pela sua «Pieta (after Delacroix)» que não conhecia. A Constança dormiu a maior parte do tempo mas ainda acordou a tempo de sorrir para as cores. Adoro ver a reacção das crianças à Arte.
No terceiro dia passeámos pelo Albert Cuypmarkt, e pelas suas milhentas bancas de comércio e petiscos. Achei imensa piada às bancas de artigos para bicicletas, de campainhas a umas toucas que parecem de banho mas que servem para tapar os selins. As bicicletas são um marco incontornável na cidade, e muito embora amigas do ambiente, e sinónimo de um estilo de vida saudável são igualmente sinónimo de caos no tráfego muito por culpa de falta de legislação. A maior parte dos ciclistas não obedece ao código, não respeita sinais, nem ruas interditas, e circula claramente em excesso de velocidade causando inúmeros acidentes. Os ciclistas não são obrigados a ter seguro o que gera grande confusão. As crianças são transportadas muitas vezes sem protecção adequada. Os ciclistas circulam nas ciclovias, na estrada e estacionam nos passeios pelo que não é muito fácil ser peão nesta cidade sobretudo com carrinho de bebé, porque nunca sabemos muito bem por onde andar e muitas vezes temos mesmo de circular pelo meio da rua. As bicicletas têm acessórios surreais, cores e decorações excêntricas. Vimos algumas com verdadeiros atrelados.
Terminámos este dia com um passeio de barco pelos canais e pela parte Norte da cidade. É incrível ver a quantidade de edifícios construídos sobre a água. Passeámos ao inicio da noite pela zona das coffee shops.
Ao longo destes dias vimos muitas praças, pontes, estátuas. lojas, cafés e jardins. Assistimos a um concerto, percorremos quilómetros a pé e ainda assim tanto ficou por conhecer. Foram dias muito felizes, que passaram a voar e que, como tudo o que é bom, acabaram depressa demais.