É mais difícil gastar a energia acumulada em dias de chuva fechados em
casa. Não sou apologista de viverem
centrados nos IPads e outras consolas, gosto que convivam entre eles e
connosco, de estimular o diálogo, a conversa, a parte física, as mímicas, as
cambalhotas e pinos da Marta com eles, os jogos de expressão. Adoro brincar com
eles e quando não podemos ir andar de bicicleta, correr e pular porque chove,
vamos ao cinema ou fazemos cinema em casa, vamos a museus, festas de anos, ou
fazemos alguma actividade tipo colagens, pinturas, jogos de tabuleiro,
escondidas ou bolos. Tudo serve desde que a maioria esteja de acordo. Temos
conseguido manter este regime democrático sem grandes birras o que é excelente.
E apesar de ter consciência de que a perfeição não existe, porque é cada vez
mais difícil conciliar a vontade de 5, com idades diferentes que pedem estímulos
diferentes (temos um de 4, uma de 7 e outra de 13). Tenho porém consciência que
estamos muitas vezes em sintonia e isso é Top.
A cozinha é pequena mas cabemos lá todos. Adoro que eles metam as mãos
na massa, se encham de farinha e açúcar e participem nas tarefas. Alguns têm
avental, outros improvisamos. Bendita a hora em que as televisões passaram a
disponibilizar os programas em
gravação automática. Nunca mais nada foi como antes. Desde que
o Factor X (que reunia consensos) acabou, tivemos de arranjar um programa favorito
de substituição. O Master Chef dos pequeninos mantinha todos atentos, e claro,
dava ideias excelentes para fazermos com eles. Este fim-de-semana
experimentámos os hambúrgueres de salmão e peru, com as raspas de laranja, o
abacaxi grelhado, o gengibre, a cebola roxa, acrescentámos por nossa iniciativa
os cogumelos e as fatias de queijo, e substituímos o molho de iogurte por
maionese e ketchup. Sabermos o que estamos a comer, utilizamos produtos frescos
e cada um faz a seu gosto. Se a Mafalda e o Afonso dispensam a cebola, o Afonso
dispensa o queijo de que a Marta não prescinde. Os miúdos ficam entretidos, há
risota e cheirinho bom pela casa, há inspiração e felicidade concentrada a
rodos no mesmo metro quadrado e o que fica não é tanto o almoço, que estava
excelente, mas o que nos divertimos a prepará-lo.
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