Um dia ainda dou a volta ao mundo.
No outro dia falávamos do prazer de ler, e de como a ler se viaja e se vive tanto. É quase como um sonhar alto mas de um modo mais consciente e organizado. Os livros dão-nos a conhecer tantas realidades, abrem-nos tantas janelas para o mundo e para outras culturas e vivências que é mesmo como se pegássemos na mala e partíssemos à descoberta. Hoje lê-se menos, os livros são cada vez menos amigos, há mais distracções e, por conseguinte, escreve-se pior, soletra-se pior, viaja-se menos. Eu até acho que na minha geração é raro encontrar-se um homem que goste de ler, mulheres conheço muitas. Talvez por isso elas viajem mais. Podemos ter acesso a tanta informação na Internet mas não podemos substituir o prazer de virar uma página. Acresce que sou antiquada, gosto do cheiro dos livros por estrear, mas também gosto do cheiro dos livros antigos e não vivo a mesmo experiência com um eBook.
O Afonso já lê imenso e eu espero que isto dure. Lê os desenhos, já me repete as histórias que conhece como se conhecesse as letras. É curioso e gosta de aprender. Ainda ontem me perguntava pelo Z de Zorro, e eu expliquei-lhe que como o A de Afonso, o Z também era uma letra do alfabeto, mas que em vez de ser a primeira era a última.
Ainda que não esteja muito abonado para fazer férias não deixe de viajar, leia histórias. Ofereça livros, vá uma biblioteca, troque com os amigos, leia mais com eles. É que os livros marcam-nos muito mais do que a maioria dos brinquedos, fazem-nos muito mais companhia e são quase sempre inesquecíveis.
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