15.2.12

O que fazer?

Às vezes acho que enquanto não disser uma coisa, ela não existe. Quase como se a existência dependesse da palavra e não o inverso. Enquanto não concretizo, o pensamento é incorpóreo, é etéreo, e eu posso, se me apetecer, fingir que não existe. Depois, um dia, perco o medo e digo. E aí uma avalanche de matéria dá corpo ao que sinto. De repente tudo o não era passa a ser, nasce, existe, torna-se real e mais forte do que eu. Agora já não é apenas pensamento, é mais. Agora já não sou eu quem o comanda, sou cativa. Agora é urgente decidir já não posso fingir. Agora é preciso saber o que fazer com tudo aquilo que sabemos? E na verdade podemos tudo, excepto voltar atrás e deixar de saber o que entretanto se tornou realidade. 

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