20.10.11

Cores de Outono


Há já três noites que me deito sem leitura. Ando tão cansada que adormeço sem ler. Terminei «ACidade e as Serras» com imensa pena, mas já não conseguia prolongar mais o livro. Sinto falta das aventuras do Jacinto e do Zé Fernandes antes de dormir. Terminei com a certeza que este contacto com a terra é cada vez mais imprescindível para mim.

«E então enquanto fumava o meu charuto, estranhamente se apossaram de mim os sentimentos que Jacinto outrora experimentava no meio da Natureza, e que tanto me divertiam. Ali, à porta do café, entre a indiferença e a pressa da Cidade, também eu senti, como ele no Campo, a vaga tristeza da minha fragilidade e da minha solidão. Bem certamente estava ali perdido num mundo que me não era fraternal. Quem me conhecia?Quem se interessaria por Zé Fernandes? (...).»

Queirós, Eça de, A Cidade e as Serras, Planeta de Agostini, Lisboa, págs. 223-224

Esta noite vou começar o meu oitavo livro do ano «A Insutentável Leveza do Ser» de Milan Kundera. Estou curiosa e expectante. As noites já estão mais frias, e os dias mais curtos e já apetece ir para a cama mais cedo. Apesar de tudo, continua a não parecer Outono. As laranjas caem com as folhas, douradas por fora, mas verdes por dentro. No chão o sol ilumina estes tons castanhos e dourados de Outono, com tons que eu desconhecia.   

Ainda não comemos castanhas este ano e já ando cheia de vontade. Ontem a minha mãe trouxe Romãs e estou desejosa de as abrir com o Afonso. Ele adora tudo o que tenha bolinhas «bias». Entretanto, o ursinho azul enviou-lhe uns miminhos hoje, para experimentar. Têm sido bons estes dias de correio, sempre com surpresas. 

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