22.8.16

38 anos


Tão bom festejar esta idade assim de forma tão plena (não me ocorre palavra melhor). Nunca antes me senti tão inteira, tão cansada mas ao mesmo tempo tão feliz. E nada melhor que fazê-lo rodeada dos que mais amo, da família mas também dos amigos. 

Começo sempre a festejar de véspera com um jantar de amigos. O José Ferreira faz o seu tradicional chili nas versões «isto não pica nada» para as crianças e «isto não é para meninos» para os restantes. Estava vento pelo que não pôde ser lá fora como noutros anos, mas lá fizemos caber toda a gente à mesa. Tínhamos vindo directamente do nosso fim-de-semana prolongado, não houve tempo para grandes planeamentos, nem para aqueles detalhes que são a minha cara. Mas é bom sentir este desprendimento, não deixei de fazer a festa, não deixou de correr bem. A minha mãe fez o seu famoso bolo de chocolate com fios de ovos e arranjei mais um bolo da avó que éramos muitos. O Afonso ajudou-me a soprar as velas e a Constança colaborou e dormiu que nem um anjo mesmo com a casa cheia de gente e gritos de miúdos.

No dia seguinte almocei com os meus pais e avó no restaurante O Faroleiro no Guincho. Foi muito bom sentir esta paz familiar que não senti noutros anos. Está tudo bem, a saúde dos que nos são queridos, esse bem tão precioso. Foi bom ver o olhar derretido da avó Suzette com a bisneta ao colo. Que sorte, a delas. Muito bom poder amamentar num cantinho confortável com vista para o mar. O almoço estava fantástico, o marisco tão fresco. O Afonso provou as ostras mas não gostou. A minha mãe estava em pulgas para me dar a segunda prenda deles que estava no carro. A meio lá fomos, e ela enganou-me bem. E eu parecia uma miúda no Natal. Ganhei uma Singer e agora é preciso aprender a usá-la. 

19.8.16

Quinta dos Machados - as primeiras mini férias fora


Pensei nestes dias ainda grávida, na altura em que se marcam as férias. Não imaginava como seria fazer um fim-de-semana prolongado fora a quatro, mas pensei que seria bom para espairecer e sair da rotina. Não imaginei uma viagem longa, nem tão pouco muitas actividades. Imaginei piscina, sol, descanso. E quando encontrei o voucher Odisseias da Quinta dos Machados não pensei duas vezes.

Foi tão, mas tão bom sair da rotina e entrar em modo férias. Bem sei que não estou a trabalhar por enquanto, mas em casa, de licença, não me sinto propriamente de férias. A logística que envolve viajar com um bebé ainda é grande, mas correu tudo bem. Arranjei uma banheira insuflável da Imaginarium para quando estamos de viagem e levámos o berço e o ovo. 

A Constança estranhou no primeiro dia, o calor, a casa, o espaço não ser o dela ao final do dia. Mas rapidamente se adaptou e até acho que os ares do campo lhe fizeram bem. Dormiu bem todas as noites e até algumas sestas grandes durante o dia e veio de lá mais rechonchuda. O mano andou numa alegria, adora as férias, e o difícil foi tirá-lo da piscina. Por ele mergulhava todo o dia. 

Adorámos a Quinta, os vários espaços e a simpatia e profissionalismo de todos os que nos receberam. O restaurante é muito bonito e embora a ementa não seja muito diversificada, tudo o que provámos era de facto muito bom, sobretudo as sobremesas. O voucher incluía um massagem e eu fiz duas. Uma às costas que me soube pela vida e outra reafirmante. A Guida eliminou-me muitas contraturas na cervical, das posições erradas que adopto a meio da noite a amamentar e sinto que recuperei anos de vida. O hotel dispõe ainda de um mini ginásio e uma zona Spa com jacuzzi, sauna, banho turco e solário. Para aceder dispomos de um cacifo com chinelos e roupão. Não usufruímos muito deste espaço que preterimos à zona da piscina e ao ar livre. No salão pudemos jogar jogos de tabuleiro, mas dispõe igualmente de uma televisão com sofás e uma mesa de snooker. 

A Quinta dispõe de um espaço mais rural com caminhos pedestres. Fizemos um piquenique rodeados de ovelhas. Planeei esta merenda, levei a nossa cesta, bebidas, batatas e encomendámos umas bifanas em pão de Mafra. Foi muito engraçado mesmo com formigas por todo o lado. 

Num outro dia fomos almoçar a Mafra, visitámos a igreja do Palácio. Fomos até à aldeia típica de José Franco que eu tanto gostava em miúda. O José Franco já não é vivo mas o espaço conserva algum encanto, e um dos seus funcionários interage com os visitantes, e ofereceu uma pequena peça ao Afonso e aos outros miúdos que por ali andavam.

Antes de regressarmos bebemos um chá da eternidade com uns biscoitos caseiros de alfazema, mesmo antes de completar os meus 38 anos.