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25.12.15

Natal


O Natal aqui em casa começa cedo, dia 24 de manhã já se abrem prendas. Quero que o Afonso aproveite para brincar com as suas prendas quando está na mãe. Para ele há sempre dois natais. É difícil descrever a alegria destes dias e com a expectativa da prenda dos avós este ano mal dormia. 

O ritual das prendas não tem hora e vamos distribuindo ao longo do dia por todos. Este ano todos queriam a televisão, o Afonso para jogar PS 4, a Martinha para ver os DVD's dos The Gift e o Carlos e a Mafalda para verem a saga Star Wars. 

O perú fica a banhos de véspera, a Marta só fala no dito e no recheio durante toda a semana toda. Todos gostam, todos repetem. Há consenso à mesa e não há birras. Este ano reduziram-se os doces para se reduzirem as tentações. 

Quando ao final da noite nos sentamos juntos à mesa sinto a certeza absoluta e inabalável que amo demais esta família linda, todos sem excepção e que é uma bênção estarmos juntos. Sei hoje que a vida se transforma continuamente e nos surpreende quando temos coragem de a sonhar exactamente como queremos e sem medo de arriscar. Às vezes custa, passa-se um mau bocado no processo, há coisas imperfeitas que teimam em não ir ao lugar, mas aos poucos tudo se vai ajustando e a verdade é que a felicidade  não tem preço. 

Terminar a noite na missa do galo é já uma tradição nossa. Os miúdos refilam um bocadinho mas já a sentem como sua. Sabem ao que vamos. Digo-lhes para pensarem no seu ano, fazerem um balanço, pedirem por quem precisa, pela saúde, pela família, e sobretudo para agradecerem o que têm. E tanto que temos para agradecer este ano, sobretudo este bebé, o meu milagre, o nosso tesouro. O Afonso adormeceu exausto encostado a mim a ouvir a história do menino Jesus. Quando chegámos a casa despertaram e ainda quiseram ver um bocadinho do Star Wars. 

Que a vida nos reserve muitos natais assim juntos, plenos e felizes, com uma família maior mas com muito, muito amor. 

24.12.15

Antes do Natal


Na semana e dias que antecederam o Natal, a confusão ficou instalada. Por todo lado prendas por embrulhar, prendas por distribuir e o stress das últimas prendas por comprar. A reunião de pais já nas férias. As consultas dele e minhas, tudo marcado para altura mais calma que seriam as férias. As notas que foram tão boas e até melhoraram. A falta de jeito que ele tem para o desenho que não herdou da mãe e que me derrete. O postal que tentámos fazer para dar com a prenda à professora inspirado no que ele fez no Inglês com a Pimpa. Os cartões de natal que ainda enviámos uns dias antes do Natal assinados por todos, até pela bebé (Obrigada Cócegas nos Pés, estavam amorosos). A medalha linda que dei a mim mesma com os meus dois tesouros. O bolo rainha integral (100% anti remorsos) que fizemos a partir de duas receitas na Bimby, quase sem açúcar e com leite de soja e cuja massa ficou a crescer desmesuradamente enquanto levávamos a Marta ao concerto dos The Gift. A falta dela num fim-de-semana com miúdos. As primeiras férias que o Afonsinho passa em casa nesta quadra porque eu estou aqui. As tardes de Monopólio, preguiça e namoro. A tarde que dediquei às facturas enquanto ele se entretinha com o prémio da revista Playmobil, prenda de natal antecipada. A contagem decrescente do calendário de bombons e os sabores de Natal do Starbucks a que não consegui resistir. A foto com o pai-natal (provavelmente a última) «para a mãe ficar contente que eu sei que ele não existe». A falta de tempo e o coração a transbordar de felicidade.

26.11.15

Natal


Todos os anos tiramos uma fotografia ao pé da árvore, assim como tiramos sempre uma em grupo nas férias. Esta é uma das tradições recentes que mais felicidade me dá de manter, isso, o perú e a ida (ainda que breve)  à missa do galo. É muito difícil de explicar em palavras o que sinto no Natal desde que começou esta minha nova vida. Há um misto de emoções, sobretudo por ter de dividir o Afonso nestes dias especiais, mas a conquista da felicidade de ter este grande amor ao meu lado, o genuíno sentimento de família, desta família que só cresce, supera tudo. 

É que na minha ideia de Natal, aquele que eu imaginava um dia vir a viver, nós montávamos a árvore a ouvir músicas da quadra. Tirávamos uma fotografia oficial ao pé da árvore. Fazíamos o presépio. Enviávamos postais aos familiares e uma carta ao pai-natal. Fazíamos biscoitos juntos. Eu fazia a coroa para porta e o centro de mesa. Na véspera de Natal fazíamos o perú, e depois de jantar e de abrir as prendas íamos até à missa do galo agradecer. 

Nos meu Natal antigo, havia árvore, presépio, carta do Afonso ao pai-natal e biscoitos mas o resto teimou em nunca acontecer. Não obstante, o que mais faltava é o que hoje sobeja, um amor forte e incondicional, um sentimento de que mesmo que as coisas hoje «teimassem» em não acontecer tal e qual imaginámos o importante já estava conseguido, estarmos juntos.

No primeiro Natal juntos, não moravas comigo, mas começaste a preparar o perú ali na cozinha enquanto eu e o Afonso fazíamos a árvore a ouvir o disco de músicas de natal que tínhamos comprado numa feira de velharias. Nessa altura, não tínhamos muito dinheiro e os cheques prenda que ganhámos numa sessão de inquéritos presenciais deram para fazer uma fausta ceia. Nesse Natal em que adormeci ao teu colo a ver o Star Wars e em que dividi pela primeira vez o meu coração eu soube que ainda assim tudo fazia mais sentido e por isso mesmo ia correr tudo bem.

E agora uns aninhos depois, com o meu, os teus e o nosso a caminho, fazemos a árvore, o presépio e eles já só falam nas prendas e no perú que adoram. Já começaram a reclamar da missa do galo, a tentar negociar quanto tempo lá ficamos, mas sabem, como eu sei que este ano, este mais que qualquer outro, temos muito a «agradecer».

20142013, 2012