9.4.15

Serão o que comerem


Lá em casa as crianças não comem muitos doces, um bolo caseiro de vez em quando, iogurtes, algumas bolachas. O Afonso come sempre sopa, as meninas às vezes. Fruta é obrigatória depois das refeições. Consumimos bastante peixe, pouca comida processada e muito raramente fritos. O problema lá em casa sempre foram os sumos para acompanhar a refeição. Chegam a beber uma embalagem de Compal Néctar de Manga por refeição. Em cada 100 ml de sumo de Manga Madalena estão 53 Kcal das quais 9,3g são açucares. Achamos que por ser néctar é mais saudável mas é uma ilusão.


O Afonso, a Mafalda e a Marta também gostam de Bongo. O de Manga tem por exemplo por cada 100 ml, 19 Kcal das quais 4,5g são açucares. Tentamos muitas vezes intervalar com água que faz sempre falta e agrada a todos, mas é difícil institui-lo como a regra.
Claro que podemos sempre optar por fazer os nossos próprios néctares, a Bimby é uma grande ajuda nisso, mas é difícil também aqui evitar a adição de açúcar. Misturar frutas mais e menos doces é um truque mas nem sempre resulta. Na limonada por exemplo, gosto de misturar romã e assim dispenso o açúcar.

 
Deixo por isso uma sugestão alternativa que se possível devemos introduzir de pequeninos e que é o chá. Lá em casa o Ice Tea também reúne consensos seja o de Manga, de Pêssego ou Limão. No entanto o chá assim processado acaba por conter igualmente açúcares e conservantes que podemos evitar. Falamos ainda assim numa escala completamente diferente de um néctar. Uma dose de 100 ml contém cerca de 20 Kcal, 4,7g de hidratos de carbono dos quais 4,5 são açúcares.

 
Sugiro por isso, aqui também, a opção natural. Não falo de saquetas de chá que também contêm imensos conservantes e aromatizantes, falo de chá em folha. O chá fresco não precisa que se adicione aroma já é perfumado por si só. Prefira o chá em folha, optando pelos verdes para não os estimular. Os miúdos gostam naturalmente de chá. O Afonso bebe desde bebé sem açúcar inclusivamente. Chá de casca de limão, de lúcia-lima, de erva-cidreira, camomila. Podemos inclusivamente adaptar o chá à estação do ano, ou à maleita. Lá em casa faço chá de perpétua roxa com casca de cebola, limão e uma colher de mel para as dores de garganta, tosse e bronquites. A perpétua roxa é muito utilizada por artistas para limpar a voz e foi-me recomendada por um médico quando estive rouca há uns anos. O chá roiboos é um chá vermelho sem cafeína, que tem uma cor bonita e fica óptimo frio. É bom para as alergias, asma e pele. As opções e combinações são imensas. O chá de erva de S. Roberto também é dos mais consumidos lá em casa, sobretudo depois daquelas refeições abundantes que nos deixam um mal-estar geral e essenciais em alturas como o Natal e a Páscoa. É uma erva que ajuda em tudo o que é problemas de estômago, anticéptica, anti-inflamatória, antibacteriana e antidiarreica. Pode ser usada no tratamento de hemorróidas, cólon irritável, úlceras, aftas, infecções ginecológicas e mesmo diabetes, mas nós usamo-la para ajudar a fazer a digestão. O seu sabor é algo amargo, mas já nos habituámos a ele e não adicionamos açúcar, mas aqui também poderá optar juntar um bocadinho de anis-estrelado reforçando a sua eficácia, já que o chá de anis-estrelado também é excelente para cólicas, gastrites e digestão.

 
Aceite a sugestão e na próxima ida ao hipermercado invista em chás de folha!
Escrevi este texto há cerca de duas semanas, antes da grande reportagem sobre alimentação e consumo de açúcar «Somos o que comemos», que deixou o país em estado de sítio. Já planeámos vê-la com eles e decidimos introduzir mais algumas mudanças na dieta lá em casa. Penso que se a vontade já era reduzir o consumo de sumos processados lá em casa, agora então temos a determinação necessária.

 
Na actualidade: Dois meses depois é curioso verificar que os sumos deixaram de fazer parte do nosso quotidiano à hora das refeições. Vimos a reportagem com ele, alterámos os hábitos com eles. A fruta é imprescindível de forma não processada. A salada obrigatória em todas as refeições, e a água, bem a água acompanha agora (quase) todas as nossas refeições.

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