24.3.15

Tu és


 
Não faço ideia como foi o lançamento da antologia. Chegámos cedo mas não havia lugares no auditório. Comprámos o livro e viemos ter com os amigos a uma esplanada ali perto. Por um lado ainda bem, é bom ver tanta afluência a um evento de poesia, por outro penso que a organização deveria ter previsto que o tamanho da sala era claramente insuficiente para que os autores não ficassem impossibilitados de assistir. No Pavilhão Atlântico acontecia o Disney on Ice, foi muito difícil estacionar, mesmo no parque. Por todo o lado se viam vendedores de orelhas de Minnie, balões e cachecóis com personagens Disney. Trouxe um balão do Spider Man que prendi a um marcador na página do teu poema e deixei no teu quarto à espera que chegasses do pai. Uma surpresa, um miminho.

 
Ontem pediste-me para o ler várias vezes, não percebes o que digo mas gostas de ouvir. Deve ser do ar derretido que eu faço ao lê-lo. Gostas de ser «a prova» e «a eternidade». Também tu me fazes as declarações de amor mais bonitas. Ontem dizias-me que me amas até ao espaço e mais além, até ao buraco negro e através dele até outra dimensão. Que me amas em muitas dimensões. É impossível não me render a ti. Que sorte a minha ter um filho beijoqueiro e meiguinho. Que sorte a minha por me retribuíres assim de forma incondicional.
 

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