No cinema
de São Jorge duas senhoras apresentavam o filme, no âmbito do festival de
cinema Italiano. «Io Sono Li» era sobre integração, sobre comunidades, sobre chineses em Itália, sobre trabalho mas também sobre ser mãe nos dias que correm e sobre
amizade e poesia. Amei o filme. Adorei porque eu desde sempre, vá lá saber-se
porquê, gostaria de viajar até lá. Desde sempre, vá lá imaginar-se porquê me
imagino a dar aulas de português a emigrantes e a ajudá-los na sua integração. Vá
lá saber-se porquê, sonho com uma viagem ao Oriente desde que me conheço.
Hoje ao
almoço, num restaurante que nem é chinês nem japonês é uma mistura saudável de oriental
e ocidental, um senhor recordou-me a Li. Fez uma piada, eu percebi a piada mas
não percebi mais nada. Não percebi a graça, e tentei, tentei com muita força e interpretei,
traduzi e no final ri-me com vontade. Nós pensámos os dois no filme,
automaticamente na Li, na sua dificuldade de estar num país que não era o dela,
numa realidade tão diferente e tão dorida. Eles não estão autorizados a ter
amigos. Pelo menos no filme.
O nome dele
é Jiar Di Xu, e trabalha demasiados dias para ter aulas de português.
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