5.5.12

Indie Lisboa

Pedaços de Berlin Telegram

A Rita S. é uma amiga de infância que me tem acompanhado nas coisas mais malucas, de furar o umbigo mesmo antes dos meus 18 anos, a um casting para bailarina entre muitas outras maluquices. E a Patrícia, bem, a Patrícia é amiga já de adolescência, início de vida adulta, da minha (nossa) fase de jornalistas, companheira actual de festivais para crianças, e companheira de longa data de soirées e matinés de cinema. Coincidência ou não, em alturas mais marcantes da minha vida, vimos filmes francamente perturbadores, e em que sair da sala de cinema era sempre um misto de depressão profunda com êxtase pós-traumático de sobreviver à experiência. 

Daí que, e dado o momento, uma sessão dupla de Indie Lisboa, com uns convites ganhos no facebook, parecesse altamente promissora. A minha escolha não teria sido esta, mas, não poderia ter sido melhor. Vimos Formentera em alemão e Berlin Telegram em francês, ambos a contar para a competição Internacional. O idioma de resto para nada importou. Leila Albayaty realizadora, compositora e actriz de Berlin Telegram veio fazer a apresentação do seu filme, em estreia mundial, perto da meia-noite ao cinema Londres. Um filme intenso, envolvente, emocional, obsessivo, mas que fala de reconstrução e superação, e de personagens que entretanto se cruzam no seu caminho. O filme surpreende pela positiva. Os votos foram dados em consciência, mas ficou a vontade de ver muitos mais.

Nota positiva para a organização do evento. O cinema Londres foi uma agradável descoberta, com um café e restaurante simpáticos e uns sofás extremamente confortáveis nas salas. Feliz coincidência o facto de as personagens românticas de Formentera se terem conhecido em Portugal e de em Berlim Telegram aparecerem não só referências como imagens do nosso país, numa altura em que a Europa nos vê sob um prisma menos encantador. 

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