22.5.11

Domingo

Hoje a mãe-avó Cila fez 59 anos, um número que já impõe algum respeito. Não pudemos sair para almoçar ou jantar porque ainda estávamos no último dia de «quarentena» da Varicela. Verdade seja dita que a maior parte das borbulhas já secaram e algumas crostas até já caíram, mas quarentena é quarentena, mesmo que seja de apenas 10 dias. De qualquer forma fizemos um lanche e correu lindamente. 

A minha mãe trouxe caracóis do Chico, pastéis e bolinhos da pastelaria Garrett. O bolo do pirata veio fazer as delícias do Afonso que se baptizou a si próprio de «Sonso» mas que de sonso não tem mesmo nada. Pirata assenta-lhe como uma luva que ontem para além de riscar o sofá com esferográfica, enfiou ameixas no cimento, entornou a sopa toda e encravou o DVD, entre outras tantas piratices que esta mãe nem vai enumerar. 

O André fez um bolo de laranja para cantarmos os Parabéns e eu cristalizei flores para enfeitar, inspirada nesta técnica da Concha. Utilizei Primulas que são flores comestíveis e que crescem selvagens aqui no jardim. Para primeira experiência correu bem, sobretudo pelo efeito decorativo. mas numa próxima utilizarei açucar mais fino. Estava um dia maravilhoso e ao final da tarde cantámos os parabéns no jardim. Este ano acho que acertei no presente. A minha mãe descobriu que tinha leitor de CDS no carro recentemente e para não estar sempre a ouvir o mesmo oferecemos-lhe o último álbum do Camané, com aquela música deliciosa da «Guerra das Rosas», que tem tudo a ver connosco e que me recorda tanto Alfama. Aqui ficam os versos finais:

«Tu deste ao porteiro roupa minha
Soubeste que lhe dera o teu roupão
Eu dei o teu anel à vizinha pela estima que lhe tinha
Ofereceste-lhe o meu cão
Foste-me lendo o teu romance de amor
Sabendo que eu não gostava da história
No dia de o mandares para o editor, fui ao teu computador
Apaguei-o da memória.
Se cozinhavas eu jantava sempre fora
Juravas que eu havia de pagá-las
Aqui na rua dizias-me a toda a hora que quando eu me fui embora
Tu ficaste-me com as malas
Depois desses anos infernais
Os dois éramos caso arrumado
Achando que também era de mais
Jurámos para nunca mais, foi cada um para seu lado.

No escuro tu insiste que eu não presto
Eu juro que falta a parte melhor
O beijo acaba com o teu protesto, amanhã conto-te o resto
Boa noite meu amor!»

Parabéns mãe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário