Poupar está na moda. Para mim, é algo natural e intrínseco à minha personalidade, faz parte do meu feitio e da minha maneira de estar e de ser. Tenho a cultura do mealheiro. Desde pequena que tenho um, e já ofereci muitos ao longo da minha vida. Um mealheiro e uma mesada ajudaram-me a mim enquanto criança a aprender a gerir um orçamento. É por isso que quando o Afonso nasceu arranjei um para o quarto dele. Mais ou menos de três em três meses recolho as poupanças e coloco num investimento com juros. Ser poupado não é sinónimo de ser avarento. E embora eu simpatize muito com o Tio Patinhas sempre me identifiquei mais com o Homero, o porquinho trabalhador da história dos três porquinhos. Cresci a ver o meu pai pintar, numa folha quadriculada, os tijolos que faltavam para comprar a vivenda. Foram precisos muitos anos, mas ele conseguiu. É por isso que não me importo de demorar mais para construir uma casa mais sólida. Não me importo de esperar mais algum tempo e comprar algo que eu penso que vai durar e que vale o investimento. E muito embora este ano eu tenha corrido alguns riscos, foram calculados e controlados à milésima. É por isso que quero acreditar que quando o lobo mau chegar e soprar com muita, muita força, nós vamos manter-nos firmes e quentinhos a comer um estufadinho e a ouvir apenas uma brisa lá fora, de preferência passageira. Crise. Qual crise?
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