Trabalhar abre-nos horizontes, tanto ou mais que viajar. Sinto que o meu mundo ficou mais limitado ao fim de quase um ano de baixa. Não sei como será ficar desempregada muito tempo, mas imagino que seja semelhante. Ver todos a saírem para trabalhar e saber que a nossa vida se resume ao nosso T2 e pouco mais, traz uma certa angústia difícil de explicar, mas a que, frouxa e compassivamente nos habituamos. Não trabalhar vicia, torna as pessoas inertes, retira-lhes a vontade. Tenho ginástica três dias por semana e isso, parecendo que não, tem feito maravilhas pela minha sanidade mental. Nesses dias eu e o André damos uma volta e jantamos os dois antes de o ir buscar.
Está a aproximar-se o fim da baixa e começam as inquietações. Até já sonho com o meu regresso. Vou ter de arregaçar as mangas - a empresa precisa - mas sobretudo vou ter de me afastar do Afonso, e isso é o que mais me vai custar. Apesar de exausta estou feliz por estar com ele e não consigo imaginar-me sem o ver todo o dia. Pensar nisto faz-me valorizar o tempo que ainda me resta. Mamãs e papás aproveitem bem as vossas licenças, este é um tempo único nas nossas vidas!
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