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27.11.21

Altares

 * 𝒜𝓁𝓉𝒶𝓇ℯ𝓈 *


São muitos os altares da Terceira. Há igrejas, capelas, e pequenas ermidas espalhadas por toda a ilha, muitas com vista de mar.

E depois há pequenos templos coloridos a salpicar a paisagem. 71 ao todo. Os Impérios do Divino Espírito Santo têm uma arquitectura única no panorama nacional e estão associados a tradições festivas de espírito caritativo, mas também a cerimónias religiosas e profanas (a coroação do Imperador Menino; o bodo de pão e de carne e o desfile de cortejos).

Estas celebrações ocorrem entre o Domingo de Páscoa e os Domingos de Pentecostes ou da Trindade.

Na Terceira, a tradição remonta a 1492 e está profundamente enraizada na sociedade devido ao seu carácter popular.

Já conhecem estes templos? Já assistiram a estas festividades?

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17.11.21

O verde, as vacas e a manta de retalhos



 * 𝒱ℯ𝓇𝒹ℯ *

Do avião consegue ver-se nitidamente a manta de retalhos, tão característica da Terceira, mas nada nos prepara para este verde escuro e intenso da parte interior da ilha.

Apesar da cryptomeria japónica não ser originária da ilha e não deixar vingar a flora autóctone (à excepção dos musgos, fetos e roseiras bravas), não deixa de ser majestosa e imponente.

Na beira das estradas, pululam arbustos de hortênsias brancas, rosas e azuis.

Na Terceira, a flora e a fauna ainda comungam do mesmo espaço. Sentimo-nos privilegiados só por testemunhar.


* 𝙱𝚘𝚗𝚒𝚝𝚘 𝚎 𝚋𝚞𝚌𝚘́𝚕𝚒𝚌𝚘 *

Não sei por que ordem exactamente. Perco-me nestes campos verdejantes de pastoreio, que do céu parecem uma manta de retalhos, cuja costura é composta por muros negros de pedra vulcânica a que chamam biscoitos.

As vacas equilibristas sobem e descem na paisagem, felizes e alheias a outras realidades.

Não uso filtros, mas também não é preciso porque aqui sinto-me mais perto do céu e do paraíso.

* 𝙼𝚒𝚛𝚊𝚍𝚘𝚞𝚛𝚘 𝚍𝚊 𝚂𝚎𝚛𝚛𝚊 𝚍𝚘 𝙲𝚞𝚖𝚎 *

Este é o miradouro das brochuras de viagens, talvez o mais emblemático da ilha Terceira.

Localizado no topo da Serra do Cume a 545 metros de altura, este miradouro possui uma vista privilegiada sobre Santa Cruz, sobre o mosaico agrícola, mas também para a baía e cidade da Praia da Vitória e para a planície e base aérea das Lajes.

Há quem arrisque acrobacias em cima da vedação, quem abra os braços e imagine o Titanic. Seja qual for a pose, a foto será sempre perfeita!


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12.11.21

Terceira, Biscoitos e Algar do Carvão



 * 𝚃𝚎𝚛𝚌𝚎𝚒𝚛𝚊 *

A nossa Martinha cresceu. Terminou o curso e seguiu o coração, viagem que a levou aos Açores, para onde há sempre vista de mar e as vacas são mais felizes. Em Outubro, começou a trabalhar, tem sonhos, muitos planos e um futuro pela frente. Que fase boa e bonita da vida.

Nós fomos dizer-lhe que continuamos perto. Que a amamos e apoiamos incondicionalmente. Porque os filhos (de sangue e de coração) não são realmente nossos, são-nos emprestados por um momento, para os ajudarmos a crescer. Depois, ganham asas e voam.

Por estes dias visitámos vários sítios bonitos.  Hoje partilho convosco alguns deles. 

* 𝙿𝚒𝚜𝚌𝚒𝚗𝚊𝚜 𝚗𝚊𝚝𝚞𝚛𝚊𝚒𝚜 𝚍𝚎 𝚋𝚒𝚜𝚌𝚘𝚒𝚝𝚘𝚜 *

Banhos de mar dão saúde, podemos ler nas rochas. Banhistas de várias idades mergulham e apanham sol. Nem parece que estamos em finais de Outubro, a não ser pelas marés vivas e por ainda haver espaço para estacionar.

Em Biscoitos as piscinas são pequenos pedaços de paraíso. Com o mínimo de betão ou de mão humana. Nadamos numa água morna e cristalina rodeados de peixes de diferentes cores e tamanhos. São 20 graus lá dentro, 23 cá fora.

Há por perto instalações sanitárias, um café, e algumas bancas que vendem produtos regionais ao fim-de-semana. 

* 𝚅𝚒𝚗𝚑𝚘 𝚍𝚎 𝚋𝚒𝚜𝚌𝚘𝚒𝚝𝚘𝚜 *

Biscoitos ganhou um lugar cativo no meu coração. O nome doce deste lugar vem das pequenas pedras vulcânicas que se assemelhavam aos biscoitos que os marinheiros levavam para comer nas travessias marítimas.

É desta pedra de basalto de lava que são edificados os muros que compõem as curraletas (pequenas parcelas de terreno vinícola).
Muros esses que protegem a vinha do sal do mar e do vento.

O vinho que nasce nestes terrenos inóspitos de lava é um vinho tesouro, um vinho herói. Resiste a temporais e a uma viticultura difícil, que tendo surgido nos séculos XVI e XVII, está agora em risco. O abandono da produção contrasta com o aumento da procura de casas de férias e veraneio.

É por isso que provar um vinho Verdelho de Origem Controlada dos Biscoitos é provar um líquido cada vez mais raro e precioso, com um aroma único e um corpo atlântico e salino.

Obrigada ao Presidente da Junta de Freguesia Luís Vieira e Tesoureiro Luís Lourenço que nos receberam com tanto carinho e nos mostraram as maravilhas da localidade.

Deixo-vos fotos do almoço maravilhoso de chicharros fritos (jaquinzinhos aqui) de cebolada com açaflor (açafrão) que nos retemperaram depois de um banho de mar e nos deram forças para a visita, que aliás recomendamos, ao museu do vinho.

Notas: A entrada para o museu é gratuita. Encerra ao Domingo e Segunda-feira e podem fazer provas.

Já conhecem algum vinho dos Açores? Ficaram curiosos?

* 𝙰𝚕𝚐𝚊𝚛 𝚍𝚘 𝙲𝚊𝚛𝚟𝚊̃𝚘 𝚎 𝙶𝚛𝚞𝚝𝚊 𝚍𝚘 𝙽𝚊𝚝𝚊𝚕 *

Quem visita a Terceira pára obrigatoriamente nestes dois locais.

O Algar do Carvão está inserido na Caldeira Guilherme Moniz, um antigo vulcão adormecido. Os visitantes podem descer até 100 metros de profundidade, observar estalactites, uma lagoa e adivinhar a imagem de uma santa nas paredes. Achámos este local idílico e único. É relativamente fácil de visitar, apesar da escadaria condicionar a mobilidade.

Na Gruta do Natal, somos convidados a usar um capacete para mergulhar no tubo de lava de 697 metros. Bati com a cabeça logo nos primeiros metros e fiquei tão abananada que não consegui ver mais nada. Não achei o percurso nada fácil, o chão é lamacento e cheio de bicos, e para quem caminha com crianças ou com a cabeça nas nuvens (que é o meu caso 🤪), torna-se tortuoso.

Toda a paisagem envolvente é de cortar a respiração e impõe bastante respeito.

  
Nos próximos posts partilharei mais maravilhas desta Terra, espero que gostem!


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12.10.21

Villa Alvor


 * Villa Alvor *

Este post não resulta de parceria

Hoje partilho com vocês outro passeio que fizemos no Verão, espero que gostem!

Estamos habituados a associar a marca Aveleda ao vinho Verde. Mas a marca que já expandiu para a Bairrada e para o Douro também apostou no Algarve. A antiga Quinta do Morgado da Torre é agora a Villa Alvor, onde são produzidos blends e monocastas. Villa Alvor é o vinho de entrada, Singular os varietais e Domus a gama superior.

Fizemos uma prova. É curioso como a salinidade do solo se faz notar. Gostámos especialmente do Rosé com Moscatel Roxo que tradicionalmente associamos à região de Setúbal. Gostei também muito de conhecer a casta Negra Mole, tradicional desta zona. A ideia ali é plantar também algumas castas da Provence para aproveitar as semelhanças de clima e solo.

A quinta alugada é charmosa, a zona de provas encantadora. Na loja podem encontrar os restantes vinhos do grupo, mas também compotas, acessórios e alguns artigos aromáticos de uma parceria com a Castelbel.

Já conhecia os vinhos de Lagoa e fiquei agradavelmente surpreendida com a @villaalvor.

Quem conhece os vinhos do Algarve? Há lá melhor harmonização para os peixes e mariscos da zona do que um bom branco ou rosé fresquinho!

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24.9.21

Lisbon Legends - Experiência Imersiva nas Ruínas do Carmo


* 𝙻𝚒𝚜𝚋𝚘𝚗 𝙻𝚎𝚐𝚎𝚗𝚍𝚜 *

Nas Ruínas do Carmo, em Lisboa, podem descobrir as lendas da cidade das sete colinas, contadas por algumas das mais emblemáticas personagens da nossa História.

A acústica e magia do local transformam este espetáculo imersivo numa experiência única.

Estava uma noite quente e ficámos sentados na relva a ouvir e a aprender os segredos de Lisboa com Pessoa, Camões, Amália e Severa. Claro que ouvir fados de vozes ímpares neste sítio especial foi verdadeiramente extraordinário, mas conhecer alguns dos segredos e lendas mais bem guardados foi igualmente inolvidável. 

Conhecem por exemplo a cadeira de mármore de São Gens? Localizada no Miradouro de Nossa Senhora do Monte e transladada para o interior da Capela, diz-se que favorece os partos das mulheres grávidas que lá se vão sentar. Recentemente, também os estudantes se sentam na esperança de terem boa sorte nos exames.

Fiquei igualmente surpreendida com a história do Serial killer da cidade de Lisboa. Provadas estão a morte e tortura da mulher de um médico e os seus dois filhos mas suspeita-se que terá morto mais de 70 pessoas. O seu local de eleição era o Aqueduto das Águas Livres em Lisboa. Costumava roubar os viajantes e atirá-los lá do alto. Diogo Alves foi preso e condenado ao enforcamento em Fevereiro de 1841, sendo o protagonista da última execução por pena de morte em Portugal. A sua cabeça encontra-se conservada em formol para estudo na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. 

Maravilhosa é a história da barca e dos corvos que simbolizam a cidade de Lisboa. Diz-se que em 304, sob domínio romano, o Diácono Vicente terá morrido martirizado, sendo o seu corpo lançado às aves. Protegido por um anjo, os animais, incluindo os corvos, não terão atacado o corpo, que terá sido então atirado ao mar, dando à Costa em Valência e reconhecido por cristãos que começaram a venerá-lo em toda a Península Ibérica. Quando em 711 os muçulmanos invadiram a Península Ibérica, os guardiões do mártir terão transportado o corpo para um local seguro, o promontório dos Corvos (mais tarde Cabo de S. Vicente), o ponto mais ocidental do Algarve. Ali permaneceu até que em 1176, D. Afonso Henriques, depois de conquistar Lisboa, mandou buscar os restos mortais ao território Mouro. Fê-los transportar via marítima e diz-se que os corvos terão acompanhado todo o trajeto. Desde então que S. Vicente é o patrono da cidade.

 Estas são algumas das muitas histórias que podem conhecer no Lisbon Legends. Este foi sem dúvida um dos espetáculos imersivos que mais gostei! 

Já foram ver? O que acharam da sugestão? Já conheciam estas lendas?

Obrigada @ocubo! Adorámos!