O ano começou com muitas novidades, definições de coisas importantes que estavam em suspenso. Não gosto de coisas em suspenso, fico ansiosa e não consigo planear. Mas no início do ano marcaram a operação que o Afonso aguardava há já sete meses e marcaram para o dia seguinte a entrevista para a escola nova. Fui invadida por um sentimento de optimismo muito grande (e tão raro em mim :)) e tudo aconteceu da melhor forma, a operação correu super bem e à noitinha já estávamos em casa. No dia seguinte a entrevista também foi um sucesso e festejámos com um almoço de sushi. Já no hospital só falava em sushi e tinha ficado prometido, afinal não nos faltavam razões para celebrar. Pelo correio chegou uma encomenda do Aliexpress que fiz com dois meses de antecedência já a pensar neste período de baixa, um género de um Lego Minecraft, mal sonhava eu que chegaria mesmo na altura certa.
A vida às vezes complica-se tanto, embrulha-se e torna-se pesada mas depois há alturas em que se descomplica sozinha e flui da melhor forma. A saúde é sempre algo que temos tendência a negligenciar excepto quando nos falta e no entanto pode transformar a vida por completo. E há tanto que podemos fazer para a melhorar. Quando fiz o #tenyearschallenge apercebi-me disso mesmo. Fui tão inconsciente durante tantos anos como fumadora (fiz precisamente 10 anos enquanto não fumadora), não praticava desporto e tinha uma alimentação descuidada. Na foto de 2009 estava grávida do Afonso, uma gravidez de risco em que engordei cerca de 20 kgs. Mesmo depois do parto tive dificuldade em recuperar o peso e a locomoção por ter estado parada tanto tempo. Foi um ano complicado para mim. Na gravidez da Constança (igualmente de risco) não passei por nada disto. Mexi-me um pouco mais, estava em forma, comi de forma regrada e recuperei bem o peso. A minha vida mudou muito em dez anos. De um filho passei a dois, mas a família essa aumentou para seis depois do divórcio. Depois da tese de mestrado, que integrou o espólio do Instituto de Seguros de Portugal, escrevi um livro e participei em diversas colectâneas. Mudei de casa, fiz imensas obras na casa nova velha e troquei também de carro. Passei de loura a morena. Comecei a praticar exercício diariamente e a ter mais cuidado com a alimentação. Viajei bastante e juntei ao meu mapa mundo que já incluía Jamaica, México, Brasil, Cuba, Cabo Verde, Tunísia, França, Inglaterra, Itália, Espanha, Açores e Madeira, os destinos do Peru e Colômbia, Holanda e Marrocos e regressei ainda a Paris. Viajei também muito cá dentro com e sem miúdos. Fiz novos amigos e cimentei amizades antigas. Aprendi que as verdades nunca são absolutas e que as pessoas mudam quando querem e podem surpreender-nos.
Entretanto comecei a formular novos desejos para este ano e um deles passa por sentir a família mais confortável e feliz. A minha sala não estava pensada para uma família tão numerosa (exceptuando a mesa) e a zona de estar tem de ser repensada. Comecei a demanda de destralhar com os objectivos de arranjar espaço e dinheiro. O desafio é deitar uma coisa fora no dia 1, 2 no dia 2 e assim por diante. Tenho vendido muita coisa que está boa no Olx e na #kidtokid_cascais. Também doei roupa de grávida e coisas de bebé a pessoas carenciadas e livros e DVD's infantis à biblioteca. Cheguei à conclusão que este desafio é mais fácil do que parece embora os últimos dias do mês sejam mais complicados. Fiz uma limpeza às caixas de canetas e lápis radical. Tanta caneta sem tampa seca. O que vale é que ganhámos um passatempo da #americana_papelaria no Instagram e renovámos o stock de lápis de cor, canetas e lápis de cera, com uma enorme caixa de material Carioca. Os miúdos adoraram.
Claro que o bem estar da família também passa por mais momentos de conforto e há coisas simples que podemos usufruir no dia-a-dia que não afectam assim tanto o orçamento. A Constança rendeu-se aos banhos de imersão e o Afonso ao sumo de laranja pela manhã. Ainda por cima as laranjeiras do nosso jardim estão carregadas e sinto que este ano as estamos mesmo a aproveitar.
Também aproveitei os saldos e umas visitas ao Ikea para substituir umas coisas em casa. Temos arranjado tantas coisas. É impressionante a quantidade de coisas partidas, descoladas, descosidas etc que acumulamos. Por aí é igual?
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