A vida portuguesa

Eu e o André adoramos tudo o que é nosso, genuinamente nosso, tradicional ou moderno e acho que acabamos por vender bem essa «imagem» que temos do nosso País. Em poucos dias a Juliana e o André visitaram o museu de arqueologia, o dos Coches, a Baixa Pombalina, os Jerónimos, o Chiado, o Elevador de Santa Justa e respectivo miradouro, Cascais, Fátima e Óbidos. Estão a gostar da nossa cultura, artesanato, comida, bebidas tradicionais, incluindo o tradicional bacalhau. Antes de partirem gostávamos que conhecessem ainda Sintra e a Expo, embora já não consigamos mostrar-lhes tudo o que pretendíamos. Há muito para ver no nosso país, e uma semana não é certamente suficiente. Eu e o André somos anfitriões sempre orgulhosos das nossas raízes mas eu confesso que ultimamente me sinto exausta. Hoje eles tiveram um dia livre e nós aproveitámos para descansar e ficar com o Afonsinho. Já fizemos uma noite brasileira cá em casa, e tem sido muito bom matar saudades. É muito fácil perceber porque é que a Juliana foi uma das minhas melhores amigas na escola, e uma das pessoas que mais me influenciou na formação da minha personalidade. Sempre que estamos juntas é como se estivéssemos estado sempre. Gosto muito dela e vou ficar com muita pena quando ela for embora. É que agora a casa é uma alegria, somos muitos à mesa, e é muito bom ter a casa cheia. O Afonso também vai estranhar que já se habituou a eles. E é por tudo isto que saudade é uma palavra apenas nossa, que o fado é da nossa tradição e que existe uma alegria e uma forma de receber muito nossas. E é por tudo isto que é muito bom ser português na nossa imensa simplicidade e dádiva e que a Amália tão bem imortalizou em «Uma Casa Portuguesa».