30.3.17

Início de ano

 
A Constança já dorme as noites «quase» completas. Andamos menos cansados. No entanto o peso continua a ser uma preocupação, já come bem sopa e papa mas não engorda, tenho tentado ser criativa mas sinto que é um enorme desafio para nós e quando relaxamos é pior.

As obras estão a chegar ao fim, já consigo imaginar o resto. As laranjeiras deram fruto. E as flores explodiram no jardim. O segundo período terminou, as notas do Afonso melhoraram mas este ano há um novo desafio, provas de aferição no segundo ano.

O ombro dela está a sarar bem, é tão bom ser pequenino e não dar tanto por elas. Já tem quatro dentes e às vezes morde-me a mamar (e não só) e ri-se, 

Entretanto foi o dia dos namorados, pedimos as já tradicionais pizzas coração para os miúdos, que este ano, traziam de oferta uns vouchers para alugar filmes. Nós encomendámos um jantar romântico do JA em casa, também trazia uns presentes para os dois. Estava realmente bom. Decidimos estrear a sala do anexo que já tinha luz, fomos com os miúdos para o meio da obra, colocámos uma toalha e umas cadeiras, eles acharam piada. A Mafalda e o Afonso quiseram estrear a casa de banho. A nossa hora de almoço foi menos romântica, num encontro da Liberty da linha do Estoril. Por um lado é bom trabalharmos juntos. Bebemos café na casa da Guia no regresso, e foi diferente. Em Fevereiro continuei a receber prendas de Natal, daquelas que encomendamos online e se extraviam ou demoram a chegar. Sabe igualmente bem. Os dias de chuva são contrariados com leitura, música, comidas boas, muito sushi e cacau quente. Finalmente fiz o que o Afonso me ofereceu na prenda de Natal da escola. Os livros do Pedrito o Coelho fizeram as delícias do Afonso, já intercalamos os de desenhos com os livros só de letras dos crescidos sem grande stress. Antes era preciso convencê-lo. Lemos também o livro Nos olhos de uma tartaruga do pai da Maria, uma colega do Afonso, que tem uma história muito gira em que aprendemos os dois coisas novas.  Divirto-me a enviar-lhe mensagens e desenhos no guardanapo do lanche na lancheira. A Alvina já deitou uns quantos fora sem lhe dar, mas diz que acha graça. 

Entretanto veio o Carnaval e ele mascarou-se de Goku Super Saiyan, com uma peruca loura com bicos que lhe ficava uma graça. Tinha vergonha de ir para a escola, mas os amigos acharam um piadão, e ele lá a usou orgulhoso. A mana foi de borboleta, o fato estava demasiado folgado para a idade e tendo em conta que comprei de 6 meses aos 10. Nas botinhas coloquei umas fitas para fazer uns grandes laçarotes. Tinha umas asas que se colavam às costas, estava uma graça mas acho que nem se apercebeu bem do que se estava a passar.

28.2.17

Do Natal

 

Sim, eu sei que estamos no último dia de Fevereiro, mas o Natal é quando um Homem quer, e por isso hoje faz todo o sentido. 

O final do ano não foi fácil para nós. Ao facto da Constança a não ganhar peso na escola e ficar completamente fora do percentil, somaram-se bronquiolites, otites, os primeiros dentes e por cima de tudo isso uma fractura da clavícula no berçário. Foi um Dezembro duro. Às febres altas, diarreia, aerossóis e cinesioterapia respiratória, somaram-se Raio-X, ecografias e idas constantes a médicos e hospitais. A meio de Dezembro ainda não tinha árvore nem espírito de Natal. Mas claro, com a casa cheia de miúdos é impossível fugir e lá fomos comprando algumas prendas, sobretudo online. Mas o melhor do meu Natal não foram as nossas tradições, até porque este ano me baldei a metade delas. Não fizemos a árvore todos juntos, não vesti as patas ao peru, não coloquei a coroa à porta, não fizemos nenhum doce, não comemos bolo-rei nem sonhos, nem fomos à missa do galo. O melhor do meu Natal não passou por aí. O melhor do meu Natal foi a calma da véspera. O adormecer com a Constança enquanto ias buscar o meu presente, e chegares sem eu dar por isso, com um embrulho bonito e várias caixas de peixe para sushi. Foi oferecer um atum enorme à Rosa e um abraço entre lágrimas porque um cão é parte da família. Foi a compota que ela nos deu e as bolachinhas de gengibre que a Rita do café do costume nos ofereceu. Foram as prendas de Natal feitas pelos miúdos na escola. Um chocolate quente para a mamã do Afonso, uns enfeites para árvore em barro, com os dedos e os pés da Constança. Foi a foto dos dois na escola, ela ao colo dele. Foi a festa de Natal em que tive pela primeira dois filhos. Foi a nossa sessão de fotos junto à árvore que é sempre uma aventura. Foi saber que fazer a árvore era importante para a Mafalda e a fazia feliz, sentir que a Marta queria ir à missa do galo, mas sobretudo, o facto de estarmos todos juntos com este presente lindo que é o fruto do nosso amor. O melhor do meu Natal foi o sorriso dos miúdos mas também o teu. Sentir que tudo o que escolhi para ti fazia sentido e te deixava feliz. 

1.2.17

Sophie - A Girafa mais famosa do mundo

Imagem da direita Maternidade no divã

E por falar em coisas Vintage, nada melhor que aqueles brinquedos que pela qualidade persistiram no espaço e tempo até à actualidade, relativamente inalterados. São exemplo disso os Legos, os Playmobil mas também a mais recente paixão da Constança, a «Sophie». Nada melhor para acalmar a raivinha dos seus quatro dentes que a sua girafa.

Este mordedor da moda, tem mais de 50 anos, apesar de manter exactamente a mesma aparência do que quando foi criado. Na verdade, esta girafa nasceu no dia 25 de Maio de 1961 em Paris, dia de Santa Sofia que serviu de inspiração para o seu nome. O seu criador, monsieur Rampeau, especialista em transformar o látex da árvore seringueira Hevea (ou árvore-da-borracha) num conceito de fabricação de brinquedos, lembrou-se de criar um brinquedo original. Nasceu assim a «Sophie», um animal exótico da vida selvagem que é facilmente reconhecido e que, na altura, foi verdadeiramente inovador. As mães ficaram encantadas com este brinquedo de borracha 100% natural pintada com tinta alimentar não tóxica eco e baby friendly, especialmente indicado para os bebés na altura do aparecimento dos primeiros dentes. O latéx retirado das árvores seringueiras da Malásia através de um processo de vulcanização, é, para além de macio, elástico, impermeável, agradável ao toque e cheira bem. O boneco teve tanto sucesso, que mesmo sem grandes investimentos publicitários já deu a volta ao globo, tendo sido vendidas até hoje mais de 50 milhões de unidades.  Para além das cores que estimulam a visão do bebé, e a textura macia que estimula o tacto, a girafa emite som quando a apertamos para estimular a audição do bebé. 

O quinquagésimo aniversário da Sophie foi festejado com pompa e circunstância, com inúmeros artistas como Franck Sorbier, Chantal Thomas ou Kenzo Takada a recriarem-na segundo a sua visão a convite da marca. Os 70 trabalhos foram leiloados a favor do programa «Revolution Cancer» da Fundação Gustave Roussy.  

Embora o processo de fabrico tradicional, que envolve mais de 14 operações manuais, se mantenha nos dias de hoje, a verdade é que a Vulli, companhia que a comercializa, continua a guardar o segredo de como este brinquedo-maravilha é feito.

Fontes: http://sophielagirafe.co.uk/; http://www.sophielagirafe.fr/en/; http://cacodemimo.blogspot.pt/2013/08/o-culto-da-girafa-sophie.html

18.1.17

Vintage

Adoro a patine dos brinquedos antigos, aquela aura requintada, quase mágica de um boneco de metal, madeira ou até papel, que resistiu à crueldade dos tempos e se conservou ainda assim com encanto. Consigo compreender que para as gerações recentes estes brinquedos pareçam básicos demais mas lembro-me do quanto brinquei encantada com chorão que tinha pertencido à minha mãe, de um plástico muito, muito duro. Ou como ficava encantada com bonecas de vestir a cartão. Ou quando a vizinha da frente da minha avó lhe (me) deu um conjunto de Legos muito antigos que tinham pertencido ao seu filho. A minha alegria foi a mesma que é hoje. O meu gosto por antiguidades também remonta a outra altura da minha infância em que a minha avó me levava a alfarrabistas para comprar/trocar livros. Ou daquelas outras vezes que já adolescente o meu pai me levou à Feira da Ladra para procurar tesouros para recuperar. Comprámos uns anjos de metal que eram castiçais que ele lixou e ficaram como novos e que a minha mãe não gostando lá deixou colocar na lareira. Ou aquele rádio muito antigo que não funcionava e ele conseguiu que tocasse. Tenho encontrado coisas fantásticas nas feiras de velharias, a minha de eleição foi o meu gira-discos por 30€ na feira de Oeiras. A colecção de discos, talheres de vidro, livros antigos tem crescido com e ao sabor do tempo. Estou a arranjar o anexo e tenciono aproveitar alguns móveis que vieram com a casa para lá. Tenciono igualmente fazer uma parede de pratos, mas uma parede diferente, com pratos infantis. Ainda não sei se na cozinha se numa das paredes da sala perto do recanto dos brinquedos. A minha colecção inlui um prato em que eu comi quando era criança, e que a minha avó carinhosamente guardou; um que foi do meu pai, outro do Afonso, um de uma prima minha e outros mais antigos e mais modernos encontrados em feiras de velharias. É difícil descrever o prazer que estas coisas me dão mas deverá ter qualquer coisa a ver com a palavra/sentimento do momento «Hygge», e que para me mim se fundo entre tradição, família, aconchego e felicidade.