28.2.17

Do Natal

 

Sim, eu sei que estamos no último dia de Fevereiro, mas o Natal é quando um Homem quer, e por isso hoje faz todo o sentido. 

O final do ano não foi fácil para nós. Ao facto da Constança a não ganhar peso na escola e ficar completamente fora do percentil, somaram-se bronquiolites, otites, os primeiros dentes e por cima de tudo isso uma fractura da clavícula no berçário. Foi um Dezembro duro. Às febres altas, diarreia, aerossóis e cinesioterapia respiratória, somaram-se Raio-X, ecografias e idas constantes a médicos e hospitais. A meio de Dezembro ainda não tinha árvore nem espírito de Natal. Mas claro, com a casa cheia de miúdos é impossível fugir e lá fomos comprando algumas prendas, sobretudo online. Mas o melhor do meu Natal não foram as nossas tradições, até porque este ano me baldei a metade delas. Não fizemos a árvore todos juntos, não vesti as patas ao peru, não coloquei a coroa à porta, não fizemos nenhum doce, não comemos bolo-rei nem sonhos, nem fomos à missa do galo. O melhor do meu Natal não passou por aí. O melhor do meu Natal foi a calma da véspera. O adormecer com a Constança enquanto ias buscar o meu presente, e chegares sem eu dar por isso, com um embrulho bonito e várias caixas de peixe para sushi. Foi oferecer um atum enorme à Rosa e um abraço entre lágrimas porque um cão é parte da família. Foi a compota que ela nos deu e as bolachinhas de gengibre que a Rita do café do costume nos ofereceu. Foram as prendas de Natal feitas pelos miúdos na escola. Um chocolate quente para a mamã do Afonso, uns enfeites para árvore em barro, com os dedos e os pés da Constança. Foi a foto dos dois na escola, ela ao colo dele. Foi a festa de Natal em que tive pela primeira dois filhos. Foi a nossa sessão de fotos junto à árvore que é sempre uma aventura. Foi saber que fazer a árvore era importante para a Mafalda e a fazia feliz, sentir que a Marta queria ir à missa do galo, mas sobretudo, o facto de estarmos todos juntos com este presente lindo que é o fruto do nosso amor. O melhor do meu Natal foi o sorriso dos miúdos mas também o teu. Sentir que tudo o que escolhi para ti fazia sentido e te deixava feliz. 

1.2.17

Sophie - A Girafa mais famosa do mundo

Imagem da direita Maternidade no divã

E por falar em coisas Vintage, nada melhor que aqueles brinquedos que pela qualidade persistiram no espaço e tempo até à actualidade, relativamente inalterados. São exemplo disso os Legos, os Playmobil mas também a mais recente paixão da Constança, a «Sophie». Nada melhor para acalmar a raivinha dos seus quatro dentes que a sua girafa.

Este mordedor da moda, tem mais de 50 anos, apesar de manter exactamente a mesma aparência do que quando foi criado. Na verdade, esta girafa nasceu no dia 25 de Maio de 1961 em Paris, dia de Santa Sofia que serviu de inspiração para o seu nome. O seu criador, monsieur Rampeau, especialista em transformar o látex da árvore seringueira Hevea (ou árvore-da-borracha) num conceito de fabricação de brinquedos, lembrou-se de criar um brinquedo original. Nasceu assim a «Sophie», um animal exótico da vida selvagem que é facilmente reconhecido e que, na altura, foi verdadeiramente inovador. As mães ficaram encantadas com este brinquedo de borracha 100% natural pintada com tinta alimentar não tóxica eco e baby friendly, especialmente indicado para os bebés na altura do aparecimento dos primeiros dentes. O latéx retirado das árvores seringueiras da Malásia através de um processo de vulcanização, é, para além de macio, elástico, impermeável, agradável ao toque e cheira bem. O boneco teve tanto sucesso, que mesmo sem grandes investimentos publicitários já deu a volta ao globo, tendo sido vendidas até hoje mais de 50 milhões de unidades.  Para além das cores que estimulam a visão do bebé, e a textura macia que estimula o tacto, a girafa emite som quando a apertamos para estimular a audição do bebé. 

O quinquagésimo aniversário da Sophie foi festejado com pompa e circunstância, com inúmeros artistas como Franck Sorbier, Chantal Thomas ou Kenzo Takada a recriarem-na segundo a sua visão a convite da marca. Os 70 trabalhos foram leiloados a favor do programa «Revolution Cancer» da Fundação Gustave Roussy.  

Embora o processo de fabrico tradicional, que envolve mais de 14 operações manuais, se mantenha nos dias de hoje, a verdade é que a Vulli, companhia que a comercializa, continua a guardar o segredo de como este brinquedo-maravilha é feito.

Fontes: http://sophielagirafe.co.uk/; http://www.sophielagirafe.fr/en/; http://cacodemimo.blogspot.pt/2013/08/o-culto-da-girafa-sophie.html

18.1.17

Vintage

Adoro a patine dos brinquedos antigos, aquela aura requintada, quase mágica de um boneco de metal, madeira ou até papel, que resistiu à crueldade dos tempos e se conservou ainda assim com encanto. Consigo compreender que para as gerações recentes estes brinquedos pareçam básicos demais mas lembro-me do quanto brinquei encantada com chorão que tinha pertencido à minha mãe, de um plástico muito, muito duro. Ou como ficava encantada com bonecas de vestir a cartão. Ou quando a vizinha da frente da minha avó lhe (me) deu um conjunto de Legos muito antigos que tinham pertencido ao seu filho. A minha alegria foi a mesma que é hoje. O meu gosto por antiguidades também remonta a outra altura da minha infância em que a minha avó me levava a alfarrabistas para comprar/trocar livros. Ou daquelas outras vezes que já adolescente o meu pai me levou à Feira da Ladra para procurar tesouros para recuperar. Comprámos uns anjos de metal que eram castiçais que ele lixou e ficaram como novos e que a minha mãe não gostando lá deixou colocar na lareira. Ou aquele rádio muito antigo que não funcionava e ele conseguiu que tocasse. Tenho encontrado coisas fantásticas nas feiras de velharias, a minha de eleição foi o meu gira-discos por 30€ na feira de Oeiras. A colecção de discos, talheres de vidro, livros antigos tem crescido com e ao sabor do tempo. Estou a arranjar o anexo e tenciono aproveitar alguns móveis que vieram com a casa para lá. Tenciono igualmente fazer uma parede de pratos, mas uma parede diferente, com pratos infantis. Ainda não sei se na cozinha se numa das paredes da sala perto do recanto dos brinquedos. A minha colecção inlui um prato em que eu comi quando era criança, e que a minha avó carinhosamente guardou; um que foi do meu pai, outro do Afonso, um de uma prima minha e outros mais antigos e mais modernos encontrados em feiras de velharias. É difícil descrever o prazer que estas coisas me dão mas deverá ter qualquer coisa a ver com a palavra/sentimento do momento «Hygge», e que para me mim se fundo entre tradição, família, aconchego e felicidade. 

23.12.16

Ultimos Tempos

 
 
Já regressei ao trabalho e a Constança já entrou para a escola. Neste último mês e meio tive imensa vontade de escrever, muitas ideias por partilhar, tentarei fazê-lo aos poucos. Decidi aproveitar o meu último mês com ela, o de férias, a 100%, sem distracções que não as essenciais. O tempo voa quando temos filhos, sobretudo quando são vários ou quando um ainda é bebé. Quando amamentamos em livre demanda, quando há muitas fraldas e noites mal dormidas, e o outro tem tosse, e a do meio tem piolhos, e há trabalhos e estudo e tanta, tanta logística. É bom, e nos momentos mais difíceis relativizo e penso «Vais ter saudades Vanessa. Estes são os melhores anos da tua vida.». A casa não anda um brinquinho, há brinquedos por todo o lado, as noites mal dormidas deixam moças, o cansaço tomou conta de nós, às vezes não tenho, não temos a mesma paciência. Ser mãe é dificil, é absorvente, é super cansativo e eu exijo demasiado de mim. Não quero falhar com o Afonso, não quero exacerbar os ciúmes que sente, afinal era ele o meu bebé, mas nem sempre consigo chegar a todo o lado.

E assim neste último mês aproveitei para namorar, dar mimo, dormir sestas boas. Fui buscar o Afonso sempre às 4h, vi com ele filmes, fiz lanches bons. Introduzimos os sólidos à Constança e foi uma luta. Ela só queria maminha e torcia o nariz à comida. Cuspia, chorava, escondia nas bochechas (ainda esconde). E no meio disto só comia uma concha. Experimentámos papa, sopa, fruta cozida, bolacha Maria moída. Um dia experimentou um Iogolino e vomitou tanto que tivemos de ir ao Hospital. Foi o nosso primeiro susto. Entretanto o regresso às rotinas instalou-se, os TPC, o estudo para os testes. Pelo meio convidámos o melhor amigo do Afonso para dormir um dia. Convidámos um colega da escola para brincar noutro.

E a bebé continuou a crescer devagarinho, sem ganhar muito peso. Já sorri para todos, está mais sociável e já não chora tanto quando sai do colo da mãe. Derrete-se toda com os irmãos, ri-se às gargalhadas com o Afonso, fica atenta a tudo o que diz a Mafalda, e esbanja charme ao colo da Marta que já toma conta dela com tanto jeito. Para o pai tanto ri como chora, puxa-lhe a barba e morde-lhe os dedos mas sempre com muito carinho. Diz mamã sem parar, agarra-me com força quando mama, puxa pelo meu casaco se lhe volto as costas e chama por mim. Temos uma relação única e eu talvez por a ter desejado tanto, ou por pensar que já teria a sorte deste milagre, ainda a protejo mais. 

Pelo meio a Mafalda fez anos, e foram todos ao Sporting. Os bebés não podem entrar nos estádios, nem para a zona VIP, pelo que ficámos as duas em casa. O Halloween foi festejado em casa com pizzas que por tardarem tanto nos ofereceram. E vimos os filmes do Harry Potter que são um género de «Terror Infantil» segundo dizem os miúdos. Também vimos a saga da Guerra das Estrelas com pipocas. E eu estreei a minha máquina de costura finalmente a fazer uns sacos de alfazema para as gavetas. Cortámos lenha de uma árvore que morreu no nosso jardim. Os miúdos completaram a colecção do Lidl e estão fartos de brincar aos super mercados. Eu fiz massagens à coluna no Hotel Pestana Cidadela com uns vouchers que o Carlos me ofereceu, para aliviar as contracturas das posições sinistras que adopto a amamentar. Descobrimos um Prego da Justa Nobre mesmo ao pé de casa, que desgraça!

22.12.16

Alimentação saudável


Desde que fiquei grávida renovei o meu interesse por uma alimentação mais saudável. Depois de ser mãe, e também por continuar a amamentar, este interesse manteve-se. Lá em casa tenho procurado sensibilizar os miúdos para estas escolhas mais saudáveis mas sem impor muita coisa. Como a minha paixão por peixe é crescente tenho procurado alternativas ao salmão e a peixes de aquacultura e tenho optado sobretudo pro peixes de mar e por pesca de anzol. Eles notam e apreciam a diferença. Antigamente comiam pescada e torciam o nariz, agora comem pescada de anzol fresca e adoram- Também o meu almoço preferido passa por peixe grelhado com couscous biológico, abacate e vinagre de mel, que adoro. Eu e o Carlos também descobrimos recentemente as papas de aveia (versão Bimby) que adoramos. De resto tenho descoberto na blogosfera alguns produtos dos quais fiquei fã e que recomendo. Entre eles as manteigas de amendoim, amendoim e cacau, coco e amendoim e coco da Mit, que são uma perdição para mim. Os burgers vegetarianos da Veggie Nessie aromatizados com especiarias são qualquer coisa! As nossas hortaliças e fruta continuam a vir na sua grande maioria da Fruta Feia,que complemento com legumes biológicos de um supermercado que abriu mesmo ao pé de casa que é o Biofrade. Deixei mesmo de comprar alfaces sem serem biológicas e todos os legumes da sopa da Constança são biológicos também. Não é só a nossa saúde que ganha a longo prazo é também toda uma diferença de sabor e textura nestes produtos sem químicos. É claro que isto implica que volta e meia a alface venha cheia de pulgão, ou que a fruta não tenha o tamanho standard, mas em vez de uma cozo logo várias para a Constança. No outro dia descobri um mix de cenouras de várias cores no Continente, mas embora coloridas faltava-lhes sabor. Em casa substituímos a batata normal por doce, só a Mafalda continua a preferir a normal. Gosto de sentir esta consciência crescente e incentivar o crescimento de empresas que apostam em alimentos de qualidade e que são amigas do ambiente. Do celeiro trouxemos por exemplo uma papa da marca Holle para a Constança e um óleo de Colza para a sopa. Somos igualmente fãs dos croquetes biológicos de espinafres e queijo NatureFoods também do Celeiro. Gostava de ter tempo para fazer sempre as melhores escolhas, mas às vezes acabo por ceder e comprar um esparregado pré-feito congelado ou uns douradinhos que é só colocar no forno. Somos muitos e a logística dos dias nem sempre é fácil. O segredo com os miúdos é ter tudo pronto para não lhes dar trabalho, cenouras descascadas, várias frutas expostas num prato. Em frente ao escritório também abriu um café com produtos biológicos e vegetarianos, o B12. Adoro o sabor do descafeínado e o ambiente descontraído. Lá podemos deixar um café «suspenso» ou seja pago para quem não o puder pagar, ou então, podemos deixar um livro que já lemos e trazer outro da enorme estante como o «Anjos e Demónios» do Dan Brown. Eu e o Carlos queremos tirar um curso de cozinha vegetariana, ou um workshop, para ficarmos com umas luzes. O Carlos cortou o pão praticamente todo da alimentação e já emagreceu cerca de 7 kgs, está a seguir a dieta Paleo, diz ele. 

Neste novo ano que agora se aproxima espero que estas opções sejam sinónimo de muita saúde. E embora eu me esforce por cortar nos doces que entram lá em casa, volta e meia a avó Cila abre excepções (mais que as que eu gostaria) e traz bolachas de manteiga da Padaria Portuguesa para o neto. No dia em que eu deixei a Constança pela primeira vez na escola também tinha uma caixa de Ferrero Rocher lá em casa para me animar. Adoro receber e dar presentes presentes comestíveis nesta altura do ano. Chocolates, produtos Gourmet, compotas ou biscoitos caseiros, são prendas úteis e que todos gostam de receber. Sou grande fã do Lidl, volta e meia têm produtos bio para criança, como as bolachinhas Smallicious que descobrimos, mas também nos perdemos na gama Deluxe, e com os risottos por exemplo. Mas para que isto não represente necessariamente um descalabro na balança, é preciso bom senso e compensar os excessos com refeições mais comedidas. Uma das que mais me satisfaz é omelete de cogumelos ou camarões em óleo de coco. A minha mãe descobriu um pão de beterraba que eu adoro mas que infelizmente é difícil de encontrar. Uma colega trouxe-me também uns cogumelos Shiitake com molho de framboesa da Lardosa que são a combinação improvável mais feliz do Universo.